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Ataques aéreos do Paquistão no Afeganistão provocam alerta do Taliban sobre retaliação | Notícias sobre conflitos

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Islamabad, Paquistão – Os militares paquistaneses conduziram ataques aéreos no vizinho Afeganistão na noite de terça-feira, visando esconderijos do grupo armado Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) na província de Paktika, segundo autoridades de segurança.

Embora nenhuma declaração oficial tenha sido emitida pelo Ministério das Relações Exteriores do Paquistão ou pela ala da mídia militar, o Inter-Services Public Relations (ISPR), fontes confirmaram à Al Jazeera que os ataques ocorreram no distrito de Barmal, no Afeganistão, perto do distrito tribal do Waziristão do Sul, no Paquistão, em Província de Khyber Pakhtunkhwa.

O governo interino afegão, governado pelos talibãs afegãos, também confirmou os ataques, mas insistiu que os civis foram os alvos. O Ministério da Defesa afegão afirmou que vários refugiados, incluindo mulheres e crianças, foram mortos ou feridos.

“O lado paquistanês deveria compreender que tais medidas arbitrárias não são uma solução para nenhum problema”, disse Enayatullah Khowarazami, porta-voz do Ministério da Defesa do Afeganistão. escreveu na plataforma de mídia social X. “O Emirado Islâmico não deixará este ato covarde sem resposta e considera a defesa do seu território um direito inalienável”, acrescentou.

Os ataques aéreos, o segundo incidente desse tipo este anoocorreu poucas horas depois que o Representante Especial do Paquistão para o Afeganistão, Mohammad Sadi, se encontrou com o Ministro interino das Relações Exteriores do Afeganistão, Amir Khan Muttaqi, em Cabul.

“Conheci hoje o ministro das Relações Exteriores, Amir Khan Muttaqi. Realizou discussões amplas. Concordaram em trabalhar juntos para fortalecer ainda mais a cooperação bilateral e promover a paz e o progresso na região”, Sadiq postado em X.

A visita de Sadiq a Cabul, que também incluiu uma reunião com o ministro interino do Interior afegão, Sirajuddin Haqqani, na segunda-feira, ocorreu em meio à deterioração das relações entre os dois vizinhos, e os laços só devem piorar ainda mais após os ataques de terça-feira à noite, dizem analistas.

Ataques crescentes

O Paquistão acusou repetidamente o governo afegão de abrigar grupos armados, especialmente o TTP, que afirma realizar ataques transfronteiriços contra as forças de segurança paquistanesas.

Na semana passada, combatentes do TTP assumiram a responsabilidade pela morte de pelo menos 16 soldados paquistaneses no Waziristão do Sul, num dos ataques recentes mais mortíferos contra pessoal de segurança.

Enquanto os talibãs afegãos negam fornecer refúgio a grupos armados ou permitir que o seu território seja utilizado para ataques transfronteiriços, o Paquistão afirma que o TTP conduz as suas operações a partir de santuários afegãos.

Durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas na semana passada, o Paquistão disse que milhares de combatentes do TTP procuraram abrigo no Afeganistão.

“O TTP, com 6.000 combatentes, é a maior organização terrorista listada que opera no Afeganistão. Com refúgios seguros perto da nossa fronteira, representa uma ameaça direta e diária à segurança do Paquistão”, disse o diplomata paquistanês Usman Iqbal Jadoon no briefing da ONU.

Os dados indicam um aumento nos ataques e nas mortes, especialmente na agitada província de Khyber Pakhtunkhwa, no noroeste do Paquistão, e no sudoeste do Paquistão. Província do Baluchistãoambos fazendo fronteira com o Afeganistão.

De acordo com o Ministério do Interior do Paquistão, mais de 1.500 incidentes violentos nos primeiros 10 meses deste ano resultaram em pelo menos 924 mortes. Entre as vítimas estavam pelo menos 570 policiais e 351 civis.

O Instituto Paquistanês de Estudos de Conflitos e Segurança (PICSS), uma organização de pesquisa com sede em Islamabad, relatou mais de 856 ataques até agora em 2024, superando o 645 incidentes registrado em 2023.

Risco de retaliação

O Paquistão afirma que partilhou repetidamente provas com os talibãs afegãos sobre as operações TTP, mas afirma que estas preocupações não foram abordadas de forma adequada.

O governo paquistanês lançou uma campanha militar, Azm-e-Istehkam (“Resolve for Stability”), em Junho, e o analista de segurança Amir Rana acredita que os actuais ataques aéreos são provavelmente parte desta operação.

“As discussões nos círculos militares centraram-se na condução de ofensivas em solo afegão após o recente aumento de ataques contra o pessoal de segurança. Estes ataques parecem ter sido desencadeados pelos ataques da semana passada contra soldados”, disse Rana à Al Jazeera.

Rana, que também é diretora do grupo de reflexão sobre segurança Pak Institute for Peace Studies (PIPS), com sede em Islamabad, diz ainda que a visita de Sadiq, representante especial do Paquistão ao Afeganistão, a Cabul, pode não estar ligada aos ataques aéreos de terça-feira.

“A visita de Sadiq teve mais como objectivo transmitir a mensagem do governo para partilhar as suas apreensões sobre o aumento dos ataques por parte das redes TTP que operam a partir do Afeganistão, e foi provavelmente um exercício de construção de confiança”, acrescentou.

Ihsanullah Tipu, analista de segurança baseado em Islamabad, disse que o Paquistão conduziu pelo menos quatro ataques aéreos contra esconderijos do TTP no Afeganistão nos últimos anos, incluindo um em março.

No entanto, Tipu acrescentou que uma grande falha na política do Paquistão para o Afeganistão foi a sua “abordagem inconsistente”.

“Historicamente, a abordagem do Paquistão tem sido orientada pela personalidade e não pela estratégia. Ações como ataques aéreos transfronteiriços devem fazer parte de uma política abrangente e bem planejada, em vez de medidas reativas”, disse Tipu, que também é cofundador do The Khorasan Diary, um portal de pesquisa de segurança, à Al Jazeera.

Tipu também sugeriu que embora o governo afegão tenha prometido retaliação, a verdadeira resposta pode vir do TTP.

“A reação real pode vir dos talibãs paquistaneses, que já têm discutido ataques de vingança nas suas comunicações internas, alegando que os ataques mataram as suas mulheres e crianças”, disse Tipu, com sede em Islamabad.

Rana, do PIPS, disse que tais ataques transfronteiriços estão se tornando uma norma globalmente e disse que é improvável que o Paquistão enfrente quaisquer críticas ou consequências da comunidade internacional pelos ataques aéreos.

“Mas isto também representa um grande desafio para nós, e uma questão a ser introspectiva, pois apesar de quatro décadas de envolvimento no Afeganistão, ainda não desenvolvemos competências diplomáticas para manter o diálogo com os governantes no Afeganistão, sejam eles quem forem, de uma forma construtiva. ”, disse Rana.

Tipu, entretanto, enfatizou que a questão do TTP continuava a ser um grande obstáculo às relações entre o Paquistão e o Afeganistão.

“Com a renomeação de Sadiq como enviado especial, havia esperanças de distensão entre os dois países. No entanto, as greves de terça-feira podem prejudicar significativamente qualquer progresso antes do seu início formal”, disse ele.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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