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Até onde irá a China para manter a junta à tona? – DW – 26/11/2024

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7 meses atrásem
A China tem vindo a intensificar o seu envolvimento na Mianmar conflito à medida que os rebeldes continuam a avançar, com Pequim pedindo recentemente à junta que permita que corporações militares privadas chinesas operem no país vizinho.
A junta de Mianmar ainda está revendo a proposta.
Após quase quatro anos de conflito, as forças de resistência de Mianmar controlam agora mais de metade do país e ocupam rotas comerciais importantes na fronteira entre Mianmar e China. A junta também sofreu várias derrotas militares nos últimos 12 meses, levantando alarme em Pequim.
“A China possui bilhões de dólares em ativos geoestratégicos em Mianmar, incluindo o projeto do gasoduto China-Mianmar, que representa a única fonte de petróleo e gás canalizado para as províncias do sudoeste da China”, disse Jason Tower, Diretor Nacional de Mianmar no Instituto de Pesquisa dos Estados Unidos. Paz, disse à DW.
Novo impulso para o plano de paz de Mianmar na cúpula da ASEAN
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“Após repetidas falhas de segurança por parte dos militares de Myanmar, a China está a pressionar para desempenhar um papel muito mais direto no fornecimento de segurança ao oleoduto, aos projetos de mineração estatais e aos projetos planeados de infraestrutura e conectividade comercial”, acrescentou Tower.
A ‘agenda neocolonial’ da China para Mianmar
Sendo a China também o maior parceiro comercial de Mianmar e um importante fornecedor de armas à junta, parece que Pequim está empenhada em manter o regime militar à tona. O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, visitou Mianmar em agosto, com chefe da junta, Min Aung Hlaing, viajando para a China em novembro para se reunir com o primeiro-ministro Li Qiang e – entre outros compromissos – discursar em uma reunião de líderes empresariais chineses.
Mas a proximidade de Pequim com a junta também alimentou o sentimento anti-China em Mianmarcom o consulado chinês em Mandalay sendo alvo de um pequeno dispositivo explosivo no mês passado.
Khin Ohmar, um activista birmanês e fundador da Voz Progressista de Myanmar, diz que o apoio da China à junta é claro.
“A China intensificou a sua agressão contra a soberania do povo de Mianmar, ameaçando as forças revolucionárias de Mianmar e ao mesmo tempo fornecendo mais suprimentos militares”, bem como “ajudando e encorajando” os crimes da junta e proporcionando-lhe “falsa legitimidade”, disse ela à DW.
O activista também acusou a China de ter uma “agenda neocolonial” em relação ao seu vizinho mais pequeno.
Qual é o preço do apoio da China?
Pequim está descontente com as rápidas perdas que os militares de Mianmar sofreram no ano passado, com os rebeldes expulsando as forças oficiais até mesmo das regiões que fazem fronteira com a China.
“O esforço da China para desempenhar um papel mais direto na segurança segue-se a um recente ataque ao seu consulado em Mianmar, bem como a vários anos de esforços infrutíferos por parte dos militares para fornecer a segurança necessária para reiniciar projetos de mineração importantes”, disse o analista Tower, baseado nos EUA. .
Comentando a proposta de empreendimento conjunto de segurança, Tower disse que as exigências da China “em última análise, exigiriam que o exército de Mianmar fizesse concessões significativas no que diz respeito à soberania do país”.
Ele também aponta que o líder da junta, Min Aung Hlaing, passou anos fazendo lobby para que a China o convidasse para uma visita diplomática, e as exigências de Pequim “podem ser vistas como uma contrapartida em troca da chuva de legitimidade do general pela China”.
Rebeldes nas regiões fronteiriças passam de amigos a inimigos
Contudo, a junta não é a única facção em Myanmar disposta a cooperar com Pequim. O Exército da Aliança Democrática Nacional de Mianmar, ou MNDAA, é um grupo de resistência armada na região de Kokang, na fronteira com a China.
No ano passado, o MNDAA ajudou a China a reprimir as redes criminosas chinesas nas cidades fronteiriças de Mianmar e ajudou a entregá-las às autoridades chinesas.
Mas as relações aparentemente azedaram depois que a China quis que o grupo também parasse a sua ofensiva dentro e em torno das suas áreas fronteiriças.
As coisas não estão indo bem para o governo militar de Mianmar: Kyle Matthews, Concordia University Montreal
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O MNDAA faz parte da Aliança das Três Irmandades, que também inclui o Exército Arakan e o Exército de Libertação Nacional Ta’ang. Juntas as três facções assumiram o controle de Kokang e o principal centro militar de Leshio neste verão.
Em Outubro, o líder do MNDAA, Peng Daxun, viajou para a China para receber cuidados médicos, mas terá sido detido e colocado em prisão domiciliária.
A pressão de Pequim não consegue parar o MDNAA
Zachary Abuza, professor do National War College em Washington que se concentra na política do Sudeste Asiático, diz que a China está a tentar pressionar o grupo rebelde a travar o seu avanço.
“(O MNDAA) tentou mostrar que era uma parte interessada e parceira mais responsável do que a junta. A prisão domiciliária de Peng, no entanto, parece realmente ser a raiva de Pequim pela recusa da Aliança das Três Irmandades em parar a sua ofensiva e pela captura de Lashio, uma importante cidade de tratamento, que para a China era uma linha vermelha”, disse Abuza.
“Este foi um passo incrível por parte dos chineses, e penso que o tiro sairá pela culatra para eles. Eles simplesmente não compreendem que a Aliança das Três Irmandades está a lutar, porque é do seu interesse lutar; eles têm arbítrio e não vão ser intimidados por Pequim, que redobrou o seu apoio à junta”, acrescentou.
Abuza disse que o MNDAA, tal como outros grupos étnicos, está a concentrar-se na luta contra o regime militar de Mianmar e a avançar com a sua ofensiva coordenada, denominada Operação 1027, no nordeste de Mianmar.
“Os MNDAA não são escuteiros, mas é justo dizer que a sua principal preocupação nos últimos dois anos tem sido o planeamento e a execução da Operação 1027, que têm feito excepcionalmente bem”, disse ele.
Editado por: Darko Janjevic
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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