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Autor de atentado se desfez de item e indicou premeditação – 17/11/2024 – Poder

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Thaísa Oliveira

Antes de cometer o atentado que deixaria a capital federal em alerta, Francisco Wanderley Luiz, 59, se desfez de objetos, disse que iria embora de Brasília quando fizesse o que precisava e prometeu que uma nota de US$ 1 assinada por ele teria valor no futuro.

No bairro de Ceilândia (região administrativa do Distrito Federal) onde o homem voltou a morar de aluguel em julho, é difícil achar alguém que não tenha cruzado com ele nos últimos meses —ou não tenha recebido dele alguma gentileza, como um pingado, um chocolate e um espetinho.

O dono da bicicletaria que fica na rua da casa alugada, Lucas França de Carvalho, percebeu pelo sotaque que o catarinense não era de Brasília. Os dois se viram pela última vez na semana anterior ao atentado, quando Francisco levou para arrumar a bicicleta com a qual costumava circular pela região.

“Ele falou: ‘Só vou passar um tempo aqui [em Brasília] e depois vou embora. Só vou fazer o que eu tenho que fazer aqui’”, conta Lucas. “Ele arrumava a bicicleta comigo, nunca imaginei que ele fosse fazer isso”, diz ele, ao mostrar o comprovante de R$ 36 pagos com cartão de débito pelo último serviço.

Em 15 de outubro, Dia do Professor, Francisco assinou uma nota de US$ 1, colocou a data e escreveu “Seu amigo, Tio França”. Entregou à professora Dayana Alves, que mora na casa ao lado da dele e é neta da mulher que administra as quatro quitinetes que dividem o mesmo lote.

Francisco candidatou-se a vereador pelo PL em em Rio do Sul (SC) na eleição de 2020 com o apelido “Tiü França”. Não foi eleito.

Para que não houvesse dúvidas de que a assinatura era mesmo dele, Francisco deixou com ela a carteira nacional de habilitação e falou algo que, até ali, parecia enigmático.

“Ele disse para não entregar a nota a ninguém e não vender porque me trará valores futuros”, conta ela sobre o episódio. “Estou perplexa.” A CNH foi recolhida com Dayana após o atentado, na quarta-feira (13), quando policiais entraram na casa.

Durante a madrugada de quinta (14), o esquadrão antibombas da Polícia Federal foi acionado depois que cães da Polícia Militar identificaram a presença de mais material explosivo. Dois estrondos foram ouvidos por volta das 3h.

Havia uma bomba em uma gaveta —uma armadilha para os policiais, na visão do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Na quinta, mesmo após as detonações, ainda era possível identificar uma caixa de rojões na pia do quarto minúsculo.

A dona de uma papelaria que fica a poucos metros da casa alugada afirma que Francisco esteve na loja na semana anterior ao atentado com uma caixinha de som em formato de carro. Pediu para que ela fizesse uma embalagem de presente.

“Eu vi que tinha uma carta embaixo do carrinho”, diz Rejane Dantas, sem se recordar se o presente seria para um sobrinho ou um enteado. “Ele disse que era um carrinho dele, inclusive veio sem caixa.”

“Eu arrumei os cabos, coloquei em um saco plástico. Fiz uma embalagem pra ele dar de presente. Ele disse que só não queria a fita vermelha, porque ele não gostava de vermelho. Me deu uma gorjeta de R$ 10.”

Vizinhos contam que Francisco também se desfez de outros pertences nos últimos dias, como um relógio e um passarinho. Em mais um indício de que o ataque tenha sido planejado, ele alugou um trailer perto da Câmara dos Deputados há pelo menos três meses.

A mulher que administra as quatro quitinetes e mora em uma delas, Gleide Alves, relata que Francisco afirmou que venderia lembrancinhas para turistas.

O trailer estava ao lado de um dos anexos da Câmara —local pouco turístico, frequentado principalmente por servidores por ter algumas opções de alimentação. Havia um celular e um boné com o slogan de campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na semana anterior ao atentado, Francisco comprou R$ 1.545 em fogos de artifício em uma loja em Ceilândia.

Ele também deixou uma mensagem para a mulher presa após os ataques golpistas de 8 de janeiro por ter pichado de batom a estátua “A Justiça”, que fica em frente ao STF —a mesma ao lado de onde ele se matou na quarta.

“Débora Rodrigues por favor não desperdice batom!!! Isso é para deixar as mulheres bonitas!!! Estátua de merda se usa TNT”, escreveu no espelho do banheiro da casa onde estava morando, em Ceilândia. Um batom vermelho estava colado no espelho, ao lado do nome da mulher.

A Polícia Federal investiga o caso como ato terrorista e ataque ao Estado democrático de Direito. O diretor-geral da PF também vê com ressalvas o título de “lobo solitário”. Ainda que a ação tenha sido individual, avalia, há sempre ideais de um grupo radical e extremista por trás.



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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