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Belarus: Poder de Lukachenko segue com eleição de fachada – 25/01/2025 – Mundo

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Guilherme Botacini

Em 1994, quando Vladimir Putin não passava de uma autoridade municipal de São Petersburgo, Aleksandr Lukachenko já estava à frente da Belarus. O hoje ditador nunca saiu da cadeira, é parceiro de primeira hora do russo na Guerra da Ucrânia e, neste domingo (25), caminha para mais uma vitória eleitoral amplamente denunciada como farsa.

De líderes políticos, ativistas e jornalistas que denunciavam a ditadura, a qualquer cidadão se manifestando em pequenos protestos silenciosos, o regime não tem poupado sinais de dissidência e contestação e piorou a repressão nos meses antes do pleito, segundo opositores.

Desde 2020, cerca de 65 mil pessoas foram detidas, ainda de acordo com a oposição. Naquele ano, enormes protestos por novas eleições após outro pleito de fachada injetaram esperança de que a então chamada última ditadura da Europa enfim cairia.

Não foi o caso. O regime se sustentou apesar de sanções externas, muito por causa do apoio de Moscou, o que reforçou Minsk como aliada no bloco de oposição ao Ocidente —a Belarus é país parceiro do Brics neste ano, cuja cúpula acontece no Brasil.

Presos ou exilados, críticos ao regime têm sido julgados mesmo à revelia. É o caso de Svetlana Tikhanovskaia, líder das chamadas forças democráticas, condenada a 15 anos de prisão em 2023.

São 1.300 presos políticos, embora a oposição afirme que o número é subnotificado, e mais de 2.700 organizações civis fechadas, além de toda a imprensa independente. O país ocupa a 167ª posição entre 180 nações no ranking de liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras.

“Desde a eleição presidencial de 2020, a já profunda crise de direitos humanos na Belarus se aprofundou ainda mais. Com uma campanha brutal contra toda dissidência, as autoridades criaram um clima sufocante de medo, silenciando tudo e todos que desafiam o governo”, afirmou Marie Struthers, diretora da Anistia Internacional para a Europa Oriental e Ásia Central.

A oposição denuncia a ausência de qualquer possibilidade de verificação independente dos resultados do pleito previsto para este domingo. A comissão eleitoral é composta apenas por pessoas leais à ditadura, e o registro de partidos opositores foi revogado.

Serão quatro candidatos nas urnas, além de Lukachenko —todos submetidos ao regime. Não há sinal relevante de grupos se posicionando publicamente por outra plataforma política. A oposição evita o termo eleição e prefere se referir ao pleito de domingo como “eleição sem escolha” ou simplesmente farsa.

“Em 2020, muita gente aderiu a um protesto em que se dobrava a cédula em um formato sanfonado, para que na urna transparente fosse possível ver quantos foram contra [o regime]”, diz Volha Iermalaieva. “Era um protesto silencioso, discreto, mas nesse ano não esperamos nem isso. A pessoa pode pegar anos de prisão por um simples gesto de discordância.”

Iermalaieva é representante da embaixada popular da Belarus no Brasil. O grupo, que não tem relação com a embaixada do regime, é alinhado à oposição belarussa, mas não recebe financiamento e trabalha voluntariamente com projetos de cultura do país. Há outras organizações semelhantes contrárias ao regime da diáspora belarussa em vários países.

Os Estados Unidos, ainda sob Joe Biden, e o Parlamento Europeu, condenaram o pleito, afirmando que o regime tenta tornar legítima uma eleição que “não pode ser livre ou justa”, dadas as condições de repressão.

As críticas de europeus e americanos, aliás, são a matéria-prima da campanha da ditadura. Junto da militarização do discurso político, é palavra de ordem na imprensa estatal e canais aliados ao regime que o Ocidente ameaça o país e usa a oposição como ferramenta.

Aliado de Putin no conflito contra o vizinho ao sul, Lukachenko permitiu o uso do território belarusso para a ofensiva iniciada em 2022 e, em 2023, começou a abrigar mísseis nucleares de Moscou.

A oposição à guerra é punida, como na Rússia. “Qualquer sinal de solidariedade com a Ucrânia é punido severamente”, afirma Iermalaieva. “Depois da invasão russa, muitos presos políticos ficaram incomunicáveis nesses últimos quase três anos.”

A relação com Kiev era relativamente positiva antes da guerra. Foi em Minsk que ucranianos, russos e europeus traçaram os acordos que congelaram o conflito no leste do país invadido em 2014, por exemplo.

Com a repressão de 2020, muitos belarussos fugiram justamente para a vizinha ao sul, apenas para se perceberem em situação complexa em fevereiro de 2022.

“A Ucrânia declarou a Belarus como coagressora, e isso complicou a situação das pessoas refugiadas da Belarus lá; muitos não conseguiram regularizar documentos, tiveram que fugir. Por outro lado, centenas de belarussos se inscreveram para lutar pelo Exército da Ucrânia”, diz Iermalaieva.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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