O presidente Jair Bolsonaro (PL) faz, na tarde desta terça-feira (1º), o primeiro pronunciamento após derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela Presidência da República. O discurso acontece no Palácio da Alvorada, em Brasília, após quase dois dias de silêncio do chefe do Executivo.
Bolsonaro iniciou o pronunciamento por volta das 16h30, uma hora e meia mais tarde do que o anunciado pela equipe do presidente. Ele estava acompanhado por sua equipe de governo e fez uma declaração breve.
O presidente começou o discurso agradecendo seus eleitores. No entanto, não reconheceu a derrota e não citou o presidente eleito.
Em seguida, falou sobre as manifestações em rodovias pelo Brasil. Bolsonaro afirmou que os bloqueios são “fruto de indignação e injustiça” com o resultado das urnas.
— Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população: como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento direito de ir e vir — disse ele.
Bolsonaro ainda falou sobre a eleição dos partidos de direita e aqueles que apoiaram a sua candidatura. Relembrou a ampla votação de deputados e senadores de direita para o Congresso Nacional.
O presidente disse novemente que, durante a campanha eleitoral, enfrentou o sistema. Ele voltou a afirmar que sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição, e disse que foi rotulado como “antidemocratico”.
No fim de sua fala, Bolsonaro reforçou que seus ideais, assim como os apoiadores eleitos, são a liberdade economica, religiosa, de opinião, ahonestidade e as cores verde e amarelo da nossa bandeira.
Bolsonaro é o primeiro presidente da história brasileira, desde a redemocraticação, que não discursou depois do resultado das urnas para reconhecer a eleição do oponente. Ele também é o único que não se reelegeu.
Dias de silêncio
No domingo (30), o candidato derrotado se reuniu com o general Walter Braga Netto (PL), vice da chapa, após a confirmação de Lula como novo presidente eleito. No entanto, o atual governante evitou falar com aliados e não fez nenhum pronunciamento público, nem mesmo ao seu eleitorado.
A expectativa, então, era de que Bolsonaro falasse à nação na segunda-feira (31). Porém, a possibilidade foi descartada antes do fim do dia. Aliados e membros da família do presidente se manifestaram pelas redes sociais antes do próprio chefe de Estado.