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Cabo da Boa Esperança dominou rotas antes do Suez – 23/12/2024 – Mundo

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Victor Lacombe

A viagem da Europa até a Índia através do Cabo da Boa Esperança feita pelo explorador português Vasco da Gama, cuja morte completa 500 anos nesta terça-feira (24), abriu caminho para uma rota marítima que dominou o comércio global por quase quatro séculos.

Entre o descobrimento da rota por Vasco da Gama, no final do século 15, até a abertura do Canal de Suez, no final do século 19, viagens da Europa à Ásia aconteciam majoritariamente pelo Cabo da Boa Esperança. Antes disso, o comércio entre os dois continentes era realizado pelo mar Mediterrâneo e depois por terra, sendo controlado pelas cidades-estado italianas, principalmente Veneza, e pelo Império Otomano.

Com o descobrimento da chamada Rota do Cabo por Vasco da Gama, as trocas comerciais entre Europa e Ásia dispararam, em especial o comércio de especiarias, que deixou de ser monopolizado pelos italianos e enriqueceu o Império Português. Mais tarde, a colonização da Índia e da Indonésia por potências europeias como o Império Britânico tornou viagens pelo Cabo da Boa Esperança indispensáveis para a economia mundial.

Novas inovações na rota continuaram a ser descobertas antes que o Canal de Suez a tornasse obsoleta. Em 1611, o navegador holandês Hendrik Brouwer descobriu como utilizar fortes correntes de vento no sul do oceano Índico para encurtar a viagem entre a Holanda e a Indonésia através do Cabo da Boa Esperança de 12 para 6 meses.

Pouco tempo depois, em 1652, os holandeses fundaram na região a colônia da Cidade do Cabo, o primeiro povoamento europeu no sul da África. A cidade, que inicialmente era um forte, funcionava como um entreposto para navios que utilizavam a rota entre a Europa e a região da Indonésia, onde operava a Companhia Holandesa das Índias Orientais.

Entretanto, da mesma forma que a viagem de Vasco da Gama à Índia tornou a rota terrestre e pelo Mediterrâneo obsoleta, a inauguração do Canal de Suez em 1869 diminuiu consideravelmente a importância do Cabo da Boa Esperança para as rotas comerciais globais.

Construído por engenheiros franceses no Egito, o Suez ligou o Mediterrâneo ao mar Vermelho e encurtou a distância entra a Ásia e a Europa. Por causa do padrão das correntes de vento no mar Vermelho, barcos movidos a vapor que não dependiam de velas se tornaram comercialmente mais atrativos. Assim, a abertura do Suez também contribuiu para o fim dos veleiros no comércio mundial.

Hoje, um navio moderno demora em média 49 dias para sair do porto de Roterdã, na Holanda, e chegar em Singapura utilizando a Rota do Cabo. Viajando por Suez, esse tempo cai para uma média de 34 dias, tornando as viagens muito mais baratas.

De acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), cerca de 15 mil navios cargueiros passam pelo Cabo da Boa Esperança todo ano, com um volume médio de 1,6 bilhão de toneladas de 2020 a 2023. Em comparação, quase 20 mil navios e 1 bilhão de toneladas de mercadorias passaram pelo Canal de Suez somente em 2019, segundo o governo egípcio. Nos últimos anos, 10% do comércio mundial passava pelo canal, de acordo com dados da ONU.

A Rota do Cabo teve, no entanto, sua importância revivida recentemente. Com os repetidos ataques dos rebeldes houthis, do Iêmen, contra navios que passam pelo mar Vermelho em direção ao Canal de Suez, empresas passaram a enviar seus cargueiros pelo sul da África com mais frequência.

Essa decisão, por sua vez, aumentou o preço do transporte marítimo mundial —no espaço de um ano, o frete de um contêiner da China para a Costa Oeste dos Estados Unidos aumentou 217%. Se a crise perdurar, é provável que os preços de mercadorias vindas da Ásia aumentem em todo o mundo, apontam especialistas.



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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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