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Camaçari tem eleição que antecipa embate de 2026 na Bahia – 24/10/2024 – Poder

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João Pedro Pitombo

A avenida Comercial, no centro de Camaçari (a 60 km de Salvador), estava tomada pela cor vermelha quando o presidente Lula (PT) subiu ao palco para um comício na última quinta-feira (17).

Ao lado do candidato a prefeito Luiz Caetano (PT), ele trajava uma camisa social azul, cor que remete à campanha do adversário Flávio Matos (União Brasil). Avisado pelos aliados, foi até os bastidores antes de iniciar seu discurso e vestiu uma camiseta vermelha.

Em uma disputa voto a voto pelo comando do quarto maior colégio eleitoral da Bahia, qualquer detalhe é considerado crucial. Dividida entre azuis e vermelhos, Camaçari protagoniza o único segundo turno do estado em um embate que vai muito além dos limites do município.

A eleição na cidade de 300 mil habitantes é cercada de simbolismos. Mobiliza os dois principais grupos políticos do estado e antecipa o embate entre PT e União Brasil que deve se replicar nas eleições estaduais de 2026.

As urnas mostraram uma cidade dividida no primeiro turno. Luiz Caetano teve 49,5% dos votos e saiu na frente de Flávio Matos, que marcou 49,1%. A diferença entre os dois candidatos foi de apenas 559 votos.

Luiz Caetano, 70, já foi prefeito de Camaçari três vezes, deputado federal e secretário estadual. Em 2022, chegou a ser escolhido para concorrer ao governo, mas deu lugar a Jerônimo Rodrigues (PT) após uma avaliação sobre possíveis questionamentos de sua elegibilidade.

O grupo liderado por ACM Neto, por sua vez, apostou em um nome novo. Com 44 anos, Flávio Matos é vereador há dois mandatos e presidente da Câmara Municipal de Camaçari. Na campanha, buscou se descolar do prefeito Elinaldo Araújo (União Brasil), que enfrenta desgastes.

Desde o início do segundo turno, os principais líderes dos dois grupos adotaram uma estratégia de presença constante na cidade. O candidato do União Brasil trouxe ACM Neto, o prefeito reeleito de Salvador, Bruno Reis, e candidatos vitoriosos do partido em cidades do interior.

O petista fez eventos ao lado do governador Jerônimo Rodrigues, do senador Jaques Wagner, do ministro da Casa Civil, Rui Costa, e coroou a estratégia com Lula, que tinha ficado longe da Bahia no primeiro turno.

Nas últimas semanas, PT e União Brasil travam uma disputa por candidatos derrotados no primeiro turno, vereadores eleitos e líderes comunitários. E trocam chumbo pesado, com acusações mútuas de irregularidades, compra de votos e até mesmo ligação com facções criminosas.

Ainda no primeiro turno, o União Brasil alegou que Flávio Matos estaria sendo impedido de entrar em bairros controlados por facções e pediu apoio à Força Nacional. Nas últimas semanas, líderes do partido passaram a associar diretamente o candidato do PT ao crime.

“Eles podem vir com o tráfico, com o crime, eles podem vir com o uso da polícia, do aparelho do Estado, porque a gente vai combater com a vontade do povo dessa cidade”, afirmou ACM Neto em um comício em 12 de outubro.

Após a declaração, o PT interpelou judicialmente o ex-prefeito de Salvador pelas declarações. Em entrevista à rádio Metrópole, o governador classificou as falas como irresponsáveis.

Os petistas, por sua vez, acusam o União Brasil de uso da máquina pública, caixa dois e compra de votos. Reportagem do UOL revelou que a campanha de Flávio Matos gastou mais de R$ 1 milhão com combustíveis —o PT apontou abuso de poder econômico, e o candidato do União Brasil nega.

Nesta quarta-feira (23), o partido ainda moveu uma ação na Justiça Eleitoral na qual acusa o prefeito de abusar da máquina pública para favorecer Flávio Matos, citando o uso indevido do programa Minha Casa, Minha Vida e o pagamento de gratificações a servidores. O candidato do União Brasil nega irregularidades.

A guerra de acusações também escalou em nível estadual, com embates entre Jerônimo Rodrigues e ACM Neto em torno do tema da segurança pública. A disputa incluiu até um vídeo do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), provocando o petista sobre a gestão da segurança na Bahia.

O presidente estadual PT, Éden Valadares, afirma que ACM Neto torce contra a Bahia por não superar a derrota na eleição de 2022: “A postura dele de torcer contra a Bahia, ser porta-voz da violência, do crime organizado, como quem comemora o avanço das disputas e mortes na Bahia, é muito ruim.”

Camaçari é considerada estratégica para os dois grupos que polarizam as eleições estaduais desde 2002 e devem travar novo embate em 2026 protagonizado por Jerônimo e ACM Neto.

Para o PT, vencer significa comandar ao menos uma cidade média na Bahia —o partido elegeu 50 prefeitos no estado, mas o maior deles é Barra, nas margens do rio São Francisco, com 51 mil habitantes.

A vitória também significaria a retomada de um berço do partido no estado, que cresceu ancorado no sindicalismo do Polo Petroquímico de Camaçari.

Para o União Brasil, ganhar a disputa representaria a criação de uma espécie de cinturão na Grande Salvador —a legenda venceu na capital e em Lauro de Freitas, Simões Filho e Mata de São João. Também fortaleceria a base oposicionista nos grandes centros urbanos do estado.

No próximo domingo (27), os eleitores vão decidir quem comandará a cidade nos próximos quatro anos e qual grupo político dará um passo à frente na batalha de 2026 que se avizinha.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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