NOSSAS REDES

ACRE

Chemnitz dá início à Capital Europeia da Cultura 2025 – DW – 20/01/2025

PUBLICADO

em

Cerca de 80.000 pessoas participaram no evento de abertura, no dia 18 de janeiro, que lançou o ano de Chemnitz como Capital Europeia da Cultura 2025, um título que a cidade do leste da Alemanha partilha com Nova Gorica/Gorizia, que iniciará oficialmente o seu ano no dia 8 de fevereiro.

“Este ano, Chemnitz pode enviar um sinal de um novo sentimento de união”, disse o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, na cerimónia. O ano da Capital da Cultura reúne pessoas que de outra forma teriam pouco contacto umas com as outras, acrescentou: “É exactamente disso que precisamos com tanta urgência neste momento”.

Os eventos comemorativos do dia foram concluídos com uma exibição pública do monumento Karl Marx de 40 toneladas, um marco da cidade.

Dois dançarinos se apresentando em frente a um enorme busto de Karl Marx.
Uma apresentação de tango para marcar o início do ano da Capital Europeia da Cultura em ChemnitzImagem: Jan Woitas/dpa/picture Alliance

Desde 1971, no centro da cidade Chemnitz foi o lar de um dos maiores bustos de retratos de Carlos Marx no mundo. “Karl Marx não precisa de pernas nem de mãos, sua cabeça diz tudo”, teria dito o escultor da estátua, o artista soviético Lev Kerbel.

O busto do filósofo e teórico social tornou-se um símbolo icônico de Chemnitz. Deu origem até ao apelido da cidade do leste da Alemanha: “Schädelstätte”, aproximadamente “cidade do crânio”.

Então, o que Karl Marx tem a ver com Chemnitz? A nível pessoal, não muito. Marx nasceu em Trier e morreu em Londres; ele nunca visitou Chemnitz.

Após a Segunda Guerra Mundial, a cidade passou a fazer parte do República Democrática Alemã. O governo comunista da RDA não viu a necessidade de uma ligação biográfica para renomear a cidade Karl-Marx-Stadt, ou Cidade Karl Marx. O primeiro-ministro da RDA na altura, Otto Grotewohl, justificou a decisão com as raízes do movimento operário da cidade e o seu estatuto aos olhos do regime como um modelo ideal de socialismo.

O busto de Karl Marx em Chemnitz, em frente a um edifício de estilo soviético
O facto de Karl Marx nunca ter visitado Chemnitz não impediu que os governantes da RDA lhe dedicassem a cidade e erguessem um busto gigante à sua imagem.Imagem: Monika Skolimovska/aliança de imagens/dpa

Localizada no estado alemão da Saxónia, na fronteira com a República Checa, Chemnitz tem uma longa história como cidade industrial líder que antecede a fundação da RDA. As indústrias têxtil, de máquinas, ferroviária e automobilística estavam bem estabelecidas ali nos séculos XVIII e XIX. Mineração nas proximidades Montanhas de minério também fez da região uma potência econômica. Chemnitz era coloquialmente conhecida como a “Manchester Saxônica”, em homenagem à metrópole industrial inglesa.

Após a queda do comunismo na Europa Oriental, a cidade de Karl Marx passou por mudanças estruturais e também por uma mudança de nome: 76% dos habitantes da cidade votaram para voltar ao antigo nome de Chemnitz.

Uma placa de rua com o nome Karl-Marx-Stadt
De 1953 a 1990, Chemnitz era conhecida pelo nome de Karl-Marx-Stadt, ou Cidade de Karl MarxImagem: Hendrik Schmidt/dpa-Zentralbild/dpa/picture Alliance

Em comparação com outras cidades anteriormente comunistas, como Leipzig, Dresden e Berlim Oriental, a proeminência de Chemnitz tem sido bastante discreta desde Reunificação alemã. Porém, em 2018 a cidade fez manchetes nacionais e internacionais depois manifestantes anti-racismo entraram em confronto com grupos xenófobos e de extrema direita na sequência da morte violenta de um homem germano-cubano.

‘C the Unseen’: Descobrindo a diversidade de Chemnitz

Em 2025, Chemnitz e as comunidades vizinhas deterão conjuntamente o título de Capital Europeia da Cultura. O lema de Chemnitz para o ano é “C o Invisível.” Os projetos do programa estão agrupados em torno de temas que incluem “Estado de Espírito Oriental”, “Vizinhos Generosos” e “Criadores Europeus da Democracia”.

Um destaque do projeto é o #3000Garagen, ou 3.000 garagens. Durante a época da RDA, foram construídas garagens por toda a cidade. Serviam não apenas como locais para estacionar carros, mas também como espaços de reuniões comunitárias ou locais de retiro privado.

Uma exposição de retratos com o mesmo nome conta as histórias de vida dos proprietários de garagem na cidade de Karl Marx, bem como durante os anos anteriores e posteriores à reunificação.

Nova Gorica, Gorizia, Görz

Este ano, pela primeira vez, cidades de dois países são apresentadas em conjunto como uma capital da cultura, ao mesmo tempo que se apresentam individualmente: Nova Gorica em Eslovênia e Gorizia em Itáliaque juntas formavam uma única cidade.

Os pés de duas pessoas são visíveis na antiga fronteira entre a cidade eslovena de Nova Gorica e a cidade italiana de Gorizia, marcada por uma placa circular de metal no chão
A fronteira entre a cidade eslovena de Nova Gorica e a cidade italiana de Gorizia passava pela Praça Transalpina (acima)Imagem: Leopold Brix/Zoonar.com/IMAGO

Fundada por volta de 1000 dC, a cidade foi a casa do Conde de Görz, uma casa real que foi uma das dinastias governantes mais importantes do sul dos Alpes. O Império Habsburgo mais tarde assumiu o controle da cidade, que ainda se chamava Görz. Era uma cidade vibrante e cosmopolita – alemães, italianos e eslovenos podiam ser ouvidos nas ruas.

Seguindo Primeira Guerra Mundial e a queda da monarquia dos Habsburgos, Görz tornou-se italiano e foi renomeado Gorizia. Os habitantes eslovenos foram forçados a assimilar-se, acabando com a diversidade cultural da cidade.

As coisas mudaram mais uma vez após o fim de Segunda Guerra Mundial. A maior parte da cidade permaneceu italiana, mas Josip Broz Tito, o primeiro-ministro da Jugoslávia, da qual a Eslovénia fazia parte, não quis abandonar a localização histórica. Fundou a cidade de Nova Gorica, ou “nova Gorizia”, ​​nos prados vizinhos. Era uma cidade planejada, moderna e funcional.

Isto cimentou a fronteira entre a Eslovena Nova Gorica e a italiana Gorizia. As famílias foram separadas, as terras foram redistribuídas e a desconfiança cresceu de ambos os lados. O Guerra fria entre o Oriente e o Ocidente ocorreu numa pequena cidade, com cada lado alegando que o outro era fascista ou comunista.

Uma vista deslumbrante do Vale Vipava e Nova Gorica, com pontes que atravessam um rio, encostas íngremes e uma cidade com telhados vermelhos à vista
A região ao redor de Nova Gorica oferece uma vista deslumbrante do Vale Vipava

A fronteira persistiu durante 16 anos após a independência da Eslovénia da Jugoslávia. Foi só depois da adesão da Eslovénia à União Europeia em 2004 e à zona Schengen de livre circulação em 2007 que os dois municípios puderam trabalhar em conjunto para criar uma história partilhada. Em 2025, as cidades funcionarão como Capital Europeia conjunta da Cultura.

Promover a unidade e a pertença europeias

O lema de Programa de Nova Gorica/Gorizia“Borderless”, não precisa de explicação. Um lugar de divisão tornou-se agora um lugar de unidade.

Embora as diferenças arquitetónicas permaneçam visíveis, com fachadas decoradas no antigo centro da cidade italiana e edifícios socialistas na parte eslovena, a natureza deslumbrante da área é e sempre foi partilhada, desde o rio Soca, de cor turquesa, até ao verde Vale Vipava.

Uma histórica máquina a vapor atravessa uma ponte em arco de pedra que atravessa um rio azul-turquesa
A Ponte Solkan perto de Nova Gorica é a ponte em arco de pedra mais longa do mundoImagem: Depositphotos/IMAGO

Em 2025, o programa Capitais Europeias da Cultura celebrará lugares que superaram divisões e tempos tumultuosos de transição. As cidades são únicas, inovadoras, diversificadas – vale a pena visitar, em outras palavras. E é precisamente esse o objectivo do programa Capitais Europeias da Cultura: apoiar a diversidade, mas também a unidade partilhada pelas culturas, promovendo assim um sentimento de pertença europeia.

O programa foi fundado em 1985 por impulso da ministra da Cultura grega, Melina Mercouri.

Chemnitz é a quarta cidade alemã a ser nomeada capital cultural. A cerimônia de abertura acontece no dia 18 de janeiro. O caderno de programação da cidade, apresentado em outubro, tem mais de 400 páginas e lista cerca de 150 projetos e 1.000 eventos.

Este artigo foi escrito originalmente em alemão. Publicado pela primeira vez em 6 de janeiro, foi atualizado em 20 de janeiro, após a cerimônia de abertura em Chemnitz.



Leia Mais: Dw

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

ACRE

Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO

em

Evento no PZ para estudantes do Ifac difunde espécies botânicas (1).jpg

A Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex) da Ufac realizou a abertura do Floresta em Evidência, nesta quarta-feira, 20, no auditório da Associação dos Docentes (Adufac). O projeto de extensão segue até quinta-feira, 21, desenvolvido pelo Herbário do Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A iniciativa tem como público-alvo estudantes do campus Transacreana do Ifac.

O projeto busca difundir conhecimentos teóricos e práticos sobre coleta, identificação e preservação de espécies botânicas, contribuindo para valorização da biodiversidade amazônica e fortalecimento da pesquisa científica na região.

Representando a Proex, a professora Keiti Roseani Mendes Pereira enfatizou a importância da extensão universitária como espaço de democratização do conhecimento. “A extensão nos permite sair dos muros da universidade e alcançar a sociedade.”

O coordenador do PZ, Harley Araújo, destacou a contribuição do parque para a conservação ambiental e a formação de profissionais. “A documentação botânica está diretamente ligada à conservação. O PZ é uma unidade integradora da universidade que abriga mais de 400 espécies de animais e mais de 340 espécies florestais nativas.”

A professora do Ifac, Rosana Cavalcante, lembrou que a articulação entre instituições é fundamental para consolidar a pesquisa no Acre. “Ninguém faz ciência sozinho. Esse curso é fruto de parcerias e amizades acadêmicas que nos permitem avançar. Para mim, voltar à Ufac nesse contexto é motivo de grande emoção.”

A pesquisadora Viviane Stern ressaltou a relevância da etnobotânica como campo de estudo voltado para a interação entre pessoas e plantas. “A Amazônia é enorme e diversa; conhecer essa relação entre comunidades e a floresta é essencial para compreender e preservar. Estou muito feliz com a recepção e em poder colaborar com esse trabalho em parceria com a Ufac e o Ifac.”

O evento contou ainda com a palestra da professora Andréa Rocha (Ufac), que abordou o tema “Justiça Climática e Produção Acadêmica na Amazônia”.

Nesta quarta-feira, à tarde, no PZ, ocorre a parte teórica do minicurso “Coleta e Herborização: Apoiando a Documentação da Sociobiodiversidade na Amazônia”. Na quinta-feira, 21, será realizada a etapa prática do curso, também no PZ, encerrando o evento.



Leia Mais: UFAC

Continue lendo

ACRE

Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO

em

Ufac recebe deputado Tadeu Hassem e vereadores de Capixaba para tratar de cursos e transporte estudantil.jpg

A reitora da Universidade Federal do Acre (Ufac), Guida Aquino, recebeu, na manhã desta segunda-feira, 18, no gabinete da reitoria, a visita do deputado estadual Tadeu Hassem (Republicanos) e de vereadores do município de Capixaba. A pauta do encontro envolveu a possibilidade de oferta de cursos de graduação no município e apoio ao transporte de estudantes daquele município que frequentam a instituição em Rio Branco.

A reitora Guida Aquino destacou que a interiorização do ensino superior é um compromisso da universidade, mas depende de emendas parlamentares para custeio e viabilização dos cursos. “O meu partido é a educação, e a universidade tem sido o caminho de transformação para jovens do interior. É por meio de parcerias e recursos destinados por parlamentares que conseguimos levar cursos fora da sede. Precisamos estar juntos para garantir essas oportunidades”, afirmou.

Atualmente, 32 alunos de Capixaba estudam na Ufac. A demanda apresentada pelos parlamentares inclui parcerias com o governo estadual para garantir transporte adequado, além da implantação de cursos a distância por meio do polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB), em parceria com a prefeitura.

O deputado Tadeu Hassem reforçou o pedido de apoio e colocou seu mandato à disposição para buscar soluções junto ao governo estadual. “Estamos tratando de um tema fundamental para Capixaba. Queremos viabilizar transporte aos estudantes e também novas possibilidades de cursos, seja de forma presencial ou a distância. Esse é um compromisso que assumimos com a população”, declarou.

A vereadora Dra. Ângela Paula (PL) ressaltou a transformação pessoal que viveu ao ingressar na universidade e defendeu a importância de ampliar esse acesso para jovens de Capixaba. “A universidade mudou minha vida e pode mudar a vida de muitas outras pessoas. Hoje, nossos alunos têm dificuldades para se deslocar e muitos desistem do sonho. Precisamos de sensibilidade para garantir oportunidades de estudo também no nosso município”, disse.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Abreu Damasceno; o presidente da Câmara Municipal de Capixaba, Diego Paulista (PP); e o advogado Amós D’Ávila de Paulo, representante legal do Legislativo municipal.



Leia Mais: UFAC

Continue lendo

ACRE

Professora da Ufac é nomeada membro afiliada da ABC — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO

em

Professora da Ufac é nomeada membro afiliada da ABC.jpg

A professora da Ufac, Simone Reis, foi nomeada membro afiliada da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na terça-feira (5), em cerimônia realizada na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém (PA). A escolha reconhece sua trajetória acadêmica e a pesquisa de pós-doutorado desenvolvida na Universidade de Oxford, na Inglaterra, com foco em biodiversidade, ecologia e conservação.

A ABC busca estimular a continuidade do trabalho científico de seus membros, promover a pesquisa nacional e difundir a ciência. Todos os anos, cinco jovens cientistas são indicados e eleitos por membros titulares para integrar a categoria de membros afiliados, criada em 2007 para reconhecer e incentivar novos talentos na ciência brasileira.
“Nunca imaginei estar nesse time e fiquei muito surpresa por isso. Espero contribuir com pesquisas científicas, parcerias internacionais e discussões ecológicas junto à ABC”, disse a professora Simone Reis.



Leia Mais: UFAC

Continue lendo

MAIS LIDAS