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Comer 40 ovos por dia faz bem para a saúde? – 19/01/2025 – Becky S. Korich

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A influenciadora fitness Gracyanne Barbosa, participante desta edição do BBB, revelou em uma entrevista que come 40 ovos por dia. Isso reacendeu o debate sobre o papel dos ovos, herói e vilão da nossa saúde.

A cada semana surge uma nova pesquisa, que contradiz a anterior e que será desmentida por uma futura. Ficam as perguntas: Afinal, tomar uma taça de vinho por dia faz bem ou mal? Vitamina D é tudo isso que falam? Viagra realmente previne Alzheimer?

“Vivemos em um mundo totalmente dependente de ciência e tecnologia, mas que ninguém sabe ciência e tecnologia”. A definição de Carl Sagan, extraída do artigo “Why We Need To Understand Science”, nunca fez tanto sentido no cenário de informações cada vez mais abundantes e contraditórias.

A coleta de dados, por si só, é insuficiente para nos dar as fórmulas certas. Se a compreensão das pesquisas não tiver a capacidade de distinguir correlação e causalidade, fatalmente fornecerá informações parciais ou falsas.


Vamos ao exemplo clássico: o consumo de sorvete aumenta o número de casos de afogamentos. Fato. Embora essa correlação seja um fato estatístico, obviamente não implica que um cause o outro. A única correlação que existe entre elas é a variável da temperatura. Elementar: em dias de calor, as pessoas consomem mais sorvetes e vão mais à praia.

Uma das formas para evitar confundir correlação e causalidade é inverter a ordem das variáveis e analisar se a relação ainda fará sentido. Será que afogamentos aumentam a venda de sorvetes? Ou, se forem vendidos mais sorvetes, a temperatura ficará mais alta? No entanto, como ainda podem existir outras variáveis que influenciam a relação, essa abordagem, por si só, não é suficiente para determinar causalidade.

Interpretar dados é crucial para navegarmos no mundo dominado pela IA, não só porque ela segue padrões, mas porque o nosso cérebro também pensa assim. O psicólogo Daniel Kahneman, Nobel de Economia, explica que tendemos a reconhecer padrões, o que nos torna propensos a acreditar que eventos correlacionados estão necessariamente vinculados por uma relação de causa e efeito.

A lista de estatísticas rasas é grande. “A exposição aos ruídos do tráfego aumenta a gordura corporal abdominal” (no mínimo uma boa desculpa para justificar nossos pneuzinhos). “Comer uma banana por dia prolonga a vida” (mais efetivo é dar uma banana para pessoas chatas, que não só prolonga, mas melhora a vida). “Notívagos têm melhor performance cognitiva do que pessoas diurnas” (mas: “Dormir entre as 22h e as 23h proporciona um menor risco de doenças cardíacas”). “Tomar suplemento de Vitamina D é a salvação” (mas: “A vitamina D pode aumentar as doenças cardíacas”). “Tomar chá de camomila diminui 29% o risco de morte em mulheres idosas”. Mesmo que alguém tenha tempo para consumir todos os alimentos recomendados em busca de uma vida longa (para caber tudo, realmente precisará de uma vida longa), se não tiver hábitos saudáveis, uma boa genética e boa condição social, pode tomar litros de chá de camomila e esperar sentado pelos resultados positivos.

Tyler Vigen, criador do site “Spurious Correlations” e autor do livro homônimo, trata com humor a obsessão por pesquisas, reunindo exemplos bizarros de correlações. Uma das manchetes bombásticas que ele apresenta é que o consumo de margarina está ligado a taxa de divórcios. Será que a margarina tem moléculas que torcem pela briga de casais? Na dúvida, para quem quiser uma relação longeva, recomenda-se substituir margarina por manteiga – se bem que a última pesquisa apontou que margarina é mais saudável do que manteiga.

Se ovos fazem bem à saúde? A única resposta plausível é: depende.


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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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