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Comitê para a primeira infância é instalado no Planalto – 14/10/2024 – Mônica Bergamo

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A instalação do Comitê Intersetorial da Política Nacional Integrada para a Primeira Infância, realizada no Palácio do Planalto na semana passada, é celebrada por representantes da sociedade civil e de entidades que atuam em defesa de pautas relacionadas à primeira infância e à educação.

Integrantes do colegiado apontam, por outro lado, que será preciso trabalhar com rigor e “alto senso de prioridade” para mitigar as vulnerabilidades enfrentadas por crianças de até seis anos no país.

Presidido pela Casa Civil, o comitê terá 120 dias para propor uma Política Nacional Integrada para a Primeira Infância, que deverá ser construída em diálogo com diversos ministérios do governo federal.

Sua criação estava prevista em lei desde 2016, quando foi sancionado o Marco Legal da Primeira Infância, mas vinha sendo protelada desde então.

“Há oito anos nós ansiávamos pela instalação desse comitê, e nós sabemos o quanto a concepção intersetorial de políticas da primeira infância pode fazer diferença na vida das crianças e de suas famílias, principalmente daquelas em situação de vulnerabilidade social”, afirma a pesquisadora Martinha Dutra, ex-diretora de políticas de educação especial do Ministério da Educação e integrante do comitê.

Em reunião realizada no Planalto na quinta-feira (10), o Ministério do Desenvolvimento Social apresentou dados sobre crianças de até seis anos que são contempladas por programas como o Bolsa Família e o BPC (Benefício de Prestação Continuada) por meio de suas famílias.

O Ministério da Educação, por sua vez, abordou a situação da educação infantil no Brasil e o cumprimento parcial das metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação. Os ministérios da Saúde e dos Direitos Humanos também apresentaram dados sobre a situação de políticas para o segmento.

“Nós entendemos que precisamos apurar melhor esses dados e indicar a realidade do cenário brasileiro nessa área. Quem são, por exemplo, as crianças que estão fora da educação infantil?”, afirma Dutra.

Presidente da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e agora integrante do comitê, Mariana Luz afirma que o objetivo do colegiado é promover discussões quinzenais e seguir um cronograma “com todo o rigor” para finalizar os trabalhos dentro do prazo previsto.

“O importante, agora, é manter isso com um alto senso de prioridade, de urgência, para que a gente possa não só entregar o planejado, mas seguir monitorando e melhorando todo o trabalho”, afirma.

Ao todo, foram criados cinco grupos de trabalho dentro do comitê intersetorial. Os temas que serão desenvolvidos por cada um deles foram discutidos previamente no âmbito do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência, o Conselhão.

“A gente tem ambições importantes, e agora a gente também tem uma dívida com as crianças na primeira infância desse país. Hoje, 55% das nossas crianças estão em situação de vulnerabilidade socioeconômica, com alguma dimensão de pobreza”, afirma Mariana Luz.

“A melhor forma de fazer o país sair de um contexto tão desafiador de desigualdades é olhar para a causa raiz desse problema e para soluções que vêm se comprovando como estruturantes, que é o investimento integrado intersetorial na primeira infância”, completa.

Desde 1923, o Brasil tem políticas voltadas às crianças, com a criação do juizado de menores.

Em 1937, a Constituição obrigou o Estado a prestar assistência à infância, enquanto em 1988, a nova Constituição dividiu as responsabilidades pela infância entre o Estado, a família e a sociedade. Dois anos depois foi lançado o Estatuto da Criança e do Adolescente.

Em 2016, pela primeira vez, o Marco Legal da Primeira Infância promoveu atitudes voltadas especificamente a crianças com até seis anos de idade, mas especialistas reclamavam de não haver ainda, em termos práticos, diretrizes para sua aplicação.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH


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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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