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Como a Alemanha planeja ajudar na transição – DW – 13/12/2024

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6 meses atrásem
A Alemanha ofereceu-se para apoiar Síria após a queda do regime do Presidente Bashar al-Assad – mas apenas se todos os muitos grupos populacionais do país forem incluídos, o Ministro dos Negócios Estrangeiros Annalena Baerbock disse. Ela falou de um “momento de esperança” para o país, mas também expressou preocupação de que isso pudesse ser enganoso. Todos os esforços devem agora ser feitos para “garantir que a Síria encontre o caminho para um futuro pacífico e estável para todos”.
A longo prazo, isto também inclui um processo legal dentro da Síria para chegar a um acordo com o governo de Assad, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros: “Sem justiça, não pode haver reconciliação duradoura e, portanto, não pode haver coexistência pacífica”.
O seu ministério emitiu um plano de oito pontos esta semana, que afirmava que o objectivo mais importante nas próximas semanas era “que haja uma transferência pacífica de poder”. No entanto, acrescentou que um governo civil aceite por todas as partes só teria sucesso “se todas as minorias e grupos políticos estivessem à mesa”. Os direitos das mulheres também devem ser respeitados, disse Baerbock, antes de acrescentar que seria “um caminho difícil” que um dia terminaria com eleições livres.
Sírios se adaptam à vida depois de Assad
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Quão moderado é al-Jolani?
Isso não parecia muito confiante, apesar da euforia entre os sírios e da retórica moderada vinda dos actuais líderes em Damasco. O governo de transição liderado pela milícia islâmica HTS prometeu garantir os direitos de todos os grupos religiosos. A Síria é o lar de numerosas minorias étnicas e religiosas, como curdos, alauitas, drusos e cristãos. “Julgaremos a HTS pelas suas ações”, disse Baerbock.
As suas dúvidas decorrem do facto de o HTS ter surgido da Frente Al-Nusra, o braço sírio da Rede terrorista Al-Qaeda. No entanto, o HTS afirmou que não tem ligações com a Al-Qaeda desde 2016. O seu líder, Mohammed al-Jolani, apresenta-se como um moderado. No entanto, as Nações Unidas, a UE, os Estados Unidos e a Turquia classificam actualmente a milícia como uma organização terrorista.
Como o HTS deve ser visto agora? Hans-Jakob Schindler, especialista em Oriente Médio e diretor da organização internacional Projeto Contra-Extremismosaudou as declarações iniciais de al-Jolani, mas destacou que o HTS “não lutou e sangrou sozinho (contra Assad)”, mas também ao lado de grupos islâmicos de linha dura. “Eles têm uma ideia diferente de como deveria ser o sistema político na Síria”, disse ele à DW. “E estes grupos ainda não receberam poder e influência, e podem ter ideias ideológicas.”
O próprio Al-Jolani teria mudado, segundo Schindler, mas acrescentou: “Você pode acreditar, mas não precisa”. Em qualquer caso, a sua alegada transformação política é inteligente: “Se Jolani puder agora estabelecer-se a si próprio ou ao seu primeiro-ministro como intermediário para o Ocidente e praticamente como uma articulação para todos os possíveis contactos políticos e de ajuda monetária que a Europa, a América e o resto do mundo pode oferecer, então, é claro, ele garantiu a sua posição central no sistema de poder… a longo prazo.”
Potências regionais moldam a Síria pós-Assad
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O fato consumado de Israel
A Alemanha quer oferecer apoio diplomático na transição da Síria e apela Israel e Peru não questionar a integridade territorial da Síria. A negociação dentro da Síria não deve ser “torpedeada do exterior”, disse Baerbock. “Vizinhos como os governos turco e israelita, que defendem os seus interesses de segurança, não devem pôr em perigo o processo com as suas acções”, enfatizou ela.
Nos últimos dias, Israel não atacou apenas alvos militares na Síria e destruiu equipamento militar, mas também estacionou tropas na zona tampão estabelecida em 1974 nas Colinas de Golã na Síria. De acordo com o gabinete do primeiro-ministro Benjamim Netanyahuesta é apenas uma medida temporária e destina-se a evitar que “grupos jihadistas preencham o vácuo” criado pelo fim do governo de Assad. Segundo o direito internacional, as Colinas de Golã pertencem à Síria, embora na Guerra dos Seis Dias de 1967, Israel tenha ocupado grande parte delas e anexado a área em 1981.
“Israel ainda não confia na nova situação”, disse Schindler. “Porque é uma triste verdade que, do ponto de vista israelense, a cooperação com o regime de Assad não tenha sido uma coisa ruim.” Desde a década de 1970, pai e filho Assad mantiveram o Golã calmo e até toleraram ataques israelitas contra alvos do Hezbollah na Síria.
Israel cavando trincheira antitanque na zona tampão das Colinas de Golã
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Turquia: um país chave
Por sua vez, A Turquia tem uma grande influência na Síria. Durante anos, apoiou os opositores de Assad, incluindo milícias islâmicas, ao mesmo tempo que tomava medidas contra unidades curdas no norte do país para impedir que os curdos ganhassem força. A própria Turquia tem uma grande minoria curda e, após a queda de Assad, Ancara intensificou os ataques contra áreas controladas pelos curdos no nordeste da Síria, especialmente no Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) — reconhecida como organização terrorista pela Turquia, pelos EUA e pela União Europeia.
A Turquia também desempenha um papel fundamental para que o Ocidente possa influenciar o futuro caminho da Síria, disse Schindler. Ele vê o plano de oito pontos do governo alemão de forma positiva, mas diz: “Infelizmente, não temos qualquer influência sobre quaisquer grupos na Síria. Mantivemo-nos mais ou menos fora de tudo, por razões de interesse próprio, e os americanos têm fez o mesmo em grande medida.” Se houver alguma influência, ela passará pela Turquia, daí as visitas da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a Ancara nos últimos dias.
A ajuda humanitária está próxima
O que o governo alemão não pode e não deve esperar é fornecer ajuda humanitária à Síria. A Alemanha prometeu 8 milhões de euros (US$ 8,4 milhões) em ajuda emergencial. De acordo com a ministra do Desenvolvimento, Svenja Schulze, a Alemanha também gastará este ano cerca de 125 milhões de euros em projetos de desenvolvimento na Síria, incluindo dinheiro para apoiar o abastecimento de água em Aleppo e o funcionamento de hospitais em Idlib, no noroeste do país.
Este artigo foi escrito originalmente em alemão.
A queda de Assad: Poderá a Síria renascer?
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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