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Como refrescar a cabeça no clima doido de 2025 – 05/01/2025 – Marcelo Leite
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Há 44 anos escrevendo sobre ciência (39 deles na Folha), deu para presenciar de tudo um pouco. Em 1986 não podia imaginar que veria a ayahuasca pesquisada como antidepressivo, 20% da amazônia devastada, o próprio genoma esmiuçado e a crise do clima batendo à porta –mas aconteceu.
O lado bom de se ocupar com esses temas é que a gente nunca para de se surpreender e de aprender. O último espanto veio ao encontrar no diretório de pesquisa clínicas clinicaltrials.gov um estudo sobre a eficácia de telhados frios para melhorar a saúde humana.
Sintoma de que perdemos o juízo ao deixar o aquecimento global sair do controle, a ponto de ver os dez anos mais quentes já registrados, todos eles, ocorrendo na última década. E com 2024 à frente, desbancando o recordista 2023.
O aumento da temperatura ocasiona eventos extremos como inundações e desbarrancamentos, mas o teste clínico destaca danos à saúde por excesso de calor. Na mira, doenças cardiovasculares, metabólicas ou endócrinas, gravidez e depressão, que podem complicar-se com exposição a altas temperaturas.
Uma medida simples de adaptação à mudança climática consiste em pintar os telhados com tintas capazes de refletir a maior parte da radiação solar, deixando de propagá-la para o interior das moradias. Alguns dos produtos no mercado anunciam redução na temperatura ambiente de até 9ºC.
Aditi Bunker, da Universidade de Heidelberg (Alemanha), disse à revista Nature que o estudo objetiva estabelecer uma relação causal entre adoção de telhados frios e melhoras de saúde. Realizado em quatro países, comparará domicílios que receberam a pintura com casas de tetos não modificados, distribuídos aleatoriamente em comunidades.
“Nosso teste em Burkina Fasso, na África Ocidental, incluiu 1.200 participantes de 600 domicílios em 25 vilas”, informou Bunker. “Monitoramos resultados ao longo de dois anos, focando a frequência cardíaca como o marcador primário, devido à sua sensibilidade à exposição ao calor.”
Além disso, serão feitas medidas de pressão arterial, temperatura corporal, glicemia, desidratação e estresse. Na esfera da saúde mental, haverá questionários sobre qualidade do sono e até violência de gênero.
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O plano prevê 3.200 moradias das localidades Uagadugu, em Burkina Fasso, Ahmedabad, na Índia, Hermosillo, no México, e Alofi, em Niuê (país insular na Oceania). A conclusão foi marcada para janeiro de 2026.
“Os locais representam hotspots onde as pessoas vivenciam uma carga tripla de exposição ao calor, problemas crônicos de saúde e condições de moradia vulneráveis (favelas, assentamentos informais e moradias de nível socioeconômico inferior)”, diz a descrição do estudo na página clinicaltrials.gov.
A escolha desses lugares também garante diversidade em perfis climáticos, tipologia de moradia, nível de desenvolvimento socioeconômico, densidade populacional e taxas de urbanização.
A única coisa que não traz surpresa é saber que uma investigação dessas dificilmente seria conduzida no Brasil. Aqui como nos EUA, a extrema direita e o agronegócio creem que o aquecimento global é farsa montada por estrangeiros para nos negar o direito de destruir amazônia e cerrado e de lambuzar-nos em petróleo.
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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre
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1 dia atrásem
4 de novembro de 2025O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.
“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”
A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.
O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.
Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:
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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre
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5 dias atrásem
31 de outubro de 2025A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.
Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.
Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.
Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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