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Contra todas as probabilidades no Campeonato Mundial de Dardos – DW – 17/12/2024

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Quais competições esportivas transgênero os atletas deveriam poder competir tem sido objeto de debate há muito tempo. Que condições são justas e onde deve ser traçada uma linha?

Tais questões foram calorosamente debatidas no período que antecedeu a Campeonato Mundial de Dardosonde a jogadora holandesa Noa-Lynn van Leuven se tornará a primeira mulher trans a subir ao maior palco de dardos do mundo – no Alexandra Palace, no norte de Londres, o lendário Aliado Pally.

Transição concluída em 2022

No caminho para o torneio de dardos de maior prestígio do mundo, o jovem de 28 anos enfrentou muitos obstáculos e, às vezes, uma resistência enorme – além de muito apoio e entusiasmo.

Noa-Lynn van Leuven em frente a alvos de dardos
A transição de Noa-Lynn van Leuven foi concluída em 2022Imagem: Vincent de Vries/PRO SHOTS/aliança de imagens

Van Leuven nasceu homem. Ela se descreveu pela primeira vez como transgênero aos 16 anos e iniciou sua transição de homem para mulher, que completou em 2022. Ela compete em torneios internacionais de dardos desde 2021.

Ela conseguiu sua passagem para o Campeonato Mundial devido ao forte desempenho no Série Feminina e é precisamente isto que está agora a suscitar críticas, algumas das quais assumiram a forma de abusos por parte de mídia social. Houve até ameaças de morte.

‘Tem alguém me observando?’

“Alguém me escreveu: Se você seguir minha garota até o banheiro feminino, eu mato você”, disse van Leuven ao podcast “Checkout” do Sport1.

“Mensagens como essa me fizeram perguntar outro dia no aeroporto: Ok, alguém está me observando? Essa pessoa poderia estar em algum lugar próximo? Isso é terrível.”

Uma cena do Campeonato Mundial de Dardos no início de 2023 no Alexandra Palace
Os jogadores enfrentam uma atmosfera acalorada no Alexandra PalaceImagem: Zac Goodwin/PA Wire/aliança de imagens

Isso não impede Van Leuven, mas incomoda-a.

“Tive ataques de pânico e minha depressão piorou – tudo por causa das redes sociais, e isso é muito errado”, disse ela ao Focus.de.

“Claro, às vezes penso: tudo bem, vale a pena? Especialmente depois que meus companheiros se retiraram da seleção holandesa, recebi tantas mensagens de ódio nas redes sociais.”

Críticas e boicotes de concorrentes

Na verdade, duas companheiras de equipe, Anca Zijlstra e Aileen de Graaf, renunciaram à seleção holandesa em protesto.

“Eu respeito a posição deles de não querer jogar em um time com uma mulher trans”, disse van Leuven. “Mas o problema tornou-se tão grande que a mídia o tornou ainda maior.”

Outros competidores também sentiram que a participação de van Leuven roubou-lhes a chance de participar do Campeonato Mundial.

Deta Hedman, que já competiu no Campeonato Mundial no passado, recusou-se a enfrentar van Leuven em uma partida.

“As pessoas podem ser quem quiserem na vida, mas não acho que homens nascidos biologicamente devam competir no esporte feminino”, escreveu ela no X, anteriormente conhecido como Twitter.

Deta Hedman jogando um dardo
Deta Hedman acredita que van Leuven tem uma vantagem injusta ao competir contra mulheresImagem: Steven Paston/PA Wire/aliança de imagens

Argumentos biológicos

A inglesa explicou mais detalhadamente o seu boicote à DW.

“Não há absolutamente nenhum problema com Noa jogando no Ally Pally. Noa foi brilhante ao vencer um Challenge Tour no início da temporada e é uma jogadora incrível”, disse ela.

“Meu único problema é que Noa se classificou na Ladies Series, e acredito que jogadoras em transição não deveriam ser permitidas na seção feminina do nosso esporte.”

Hedman justifica sua posição com argumentos biológicos.

Houve estudos sobre diferenças esqueléticas que apontam vantagens para jogadores nascidos do sexo masculino”, disse ela.

“Além disso, os homens têm coração e pulmões maiores, o que ajuda na reoxigenação das células sanguíneas, o que ajuda a recuperar da fadiga mais rapidamente do que as mulheres!”

A resistência desempenha um papel importante nos grandes torneios, já que os jogadores às vezes passam até 10 horas no local.

Segundo Hedman, porém, as queixas mais graves são aquelas que só sofrem as pessoas nascidas como mulheres biológicas.

“Agora imagine estar no seu ciclo menstrual ou sofrer dos únicos sintomas femininos de perimenopausa, menopausa, miomas, endometriose, etc., com os sintomas que os acompanham, que incluem dores de cabeça, confusão mental, irritabilidade, cólicas estomacais, suores extremos, etc.”, disse ela.

“Isso afeta o seu padrão em um esporte de precisão e um transgênero nunca sofrerá com nada disso.”

PDC, campeão mundial apoia a participação de van Leuwen

A Confederação Profissional de Dardos (PDC), organizadora do Campeonato Mundial, não leva tais considerações em consideração. De acordo com as diretrizes do PDC, a participação de van Leuven é boa, pois a sua transição foi concluída em 2022.

Luke Humphries e Michael van Gerwen
Luke Humphries e Michael van Gerwen expressaram apoio à participação de van LeuwenImagem: Thomas Schröer/Geisler-Fotopress/aliança de imagens

“O escória que foi lançadaem Noa-Lynn é completamente inaceitável”, disse Matt Porter, CEO do PDC, já que Van Leuven estava cada vez mais sujeita ao ódio público. Ele acrescentou que o PDC tinha o dever de garantir “que ela estivesse mentalmente bem”.

Muitos colegas do sexo masculino também expressaram apoio a van Leuven.

“Ela pode jogar dardos muito bons. Deixe-a!” disse o ex-campeão mundial holandês Michael van Gerwen.

“Ela está na competição. Ela não quebrou nenhuma regra. Ela está fazendo o que lhe é permitido”, disse o atual campeão mundial Luke Humphries ao diário inglês The Independent.

“Seria bom se as pessoas a deixassem seguir em frente e jogar. Mas sim, desejo a ela tudo de bom. Espero que ela consiga uma vitória e isso seja bom para ela.”

Apesar de todos os abusos dirigidos a van Leuven, sua participação representa uma sorte inesperada para o Campeonato Mundial de Dardos. O fato de ela se tornar a primeira mulher trans na Ally Pally traz muita atenção a um evento que já está crescendo. Assim como a estreia do adolescente Luke Littler, então com 16 anos, no ano passado, ou a primeira vitória de Fallon Sherrock por uma mulher em 2019.

Este artigo foi publicado originalmente em alemão.



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MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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