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Demanda em alta e clima fazem café disparar mais uma vez – 29/12/2024 – Mercado

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6 meses atrásem
Santul Nerkar
Quando se trata de café, Thaleon Tremain sempre tentou ignorar o que o mercado lhe dizia.
Como CEO e cofundador da Pachamama Coffee na Califórnia, nos Estados Unidos, Tremain vende seus grãos especiais por mais do que o preço global da commodity pode ditar. Ele quer que seus clientes vejam e paguem pelo café como um produto de luxo, para que os agricultores que cultivam seus grãos em países como Peru, Nicarágua e Etiópia possam cobrir seus custos.
Mas, agora, Tremain se preocupa que o café esteja ficando mais caro pelos motivos errados. Nos últimos anos, secas repetidas e inundações têm impactado a oferta global de café, fazendo os preços dispararem com frequência, assim como a mudança climática tem feito com outros produtos básicos, como cacau, azeite e suco de laranja.
Ao mesmo tempo, a demanda global por café continua aumentando, com poucos sinais de que os consumidores de café estejam reduzindo o consumo. Neste mês, os preços quebraram um recorde de quase 50 anos.
Mesmo que os preços possam cair, Tremain disse que a volatilidade ameaça a sustentabilidade de negócios como o dele —e os meios de subsistência dos agricultores que cultivam seus grãos. Os lattes provavelmente também ficarão mais caros com o tempo.
“Com o passar do tempo, veremos preços muito mais altos”, disse Tremain. “A oferta não está atendendo à demanda.”
Apesar de ser uma das bebidas mais consumidas do mundo, o café só pode ser cultivado sob condições muito específicas, exigindo climas nebulosos, úmidos e tropicais, com solo rico e livre de doenças. Além de um pequeno lote cultivado no Havaí, os Estados Unidos produzem pouco café domesticamente. É o maior importador mundial de grãos. A escassez de fontes deixa os preços globais do café suscetíveis aos efeitos do clima extremo.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, cerca de 57% da produção mundial de café no ano passado foi de grãos arábica, e o Brasil é o maior exportador. Uma seca severa neste ano devastou a colheita, que normalmente ocorre de maio a setembro, e também pode ameaçar a safra do próximo ano.
No Vietnã, uma seca severa seguida por chuvas intensas prejudicou as maiores reservas mundiais de robusta, que é a segunda variedade mais popular globalmente e é comumente usada em misturas de café instantâneo.
As preocupações com a safra se refletiram em um momento caracteristicamente errático no volátil mercado de café. O preço no atacado dos grãos saltou mais de 30% desde o início de novembro. Os preços futuros para grãos do tipo arábica —ou o que os compradores pagam por grãos a serem entregues de países produtores para portos nos Estados Unidos e na Europa— subiram para mais de US$ 7,20 por quilo em meados de dezembro, quebrando um recorde de 47 anos.
“A história sugere que os preços do café só vão diminuir quando a oferta melhorar e os estoques forem reabastecidos”, escreveu David Oxley, economista-chefe de clima e commodities da Capital Economics, em uma nota no mês passado.
Eventos climáticos extremos estão se tornando cada vez mais comuns, dizem os especialistas, e contribuindo para oscilações nos preços do café. Em 2011, os preços dispararam após secas e chuvas intensas em vários países encolherem a produção de café.
Mesmo com a produção em dificuldades, a demanda global aumentou, em parte devido ao aumento do consumo de café na China. Um relatório de junho do Departamento de Agricultura dos EUA concluiu que o consumo de café na China cresceu mais de 60% nos últimos cinco anos.
Outros fatores também desempenharam um papel. Em 2021, gargalos na cadeia de suprimentos causados pela pandemia de Covid-19 combinados com instabilidade política na América do Sul desaceleraram as exportações, fazendo os preços dispararem.
Mas mesmo com a alta inflação moderada, muitas empresas voltadas aos consumidores estão planejando cobrar mais, incluindo grandes empresas que estão melhor posicionadas para absorver choques de preços.
A Nestlé, a maior produtora de café do mundo, anunciou no mês passado que planeja aumentar os preços do café no ano que vem e reduzir o tamanho de seus pacotes. A J.M. Smucker, cujas marcas incluem Folgers e o café caseiro da Dunkin’ Donuts, anunciou aumentos de preços em outubro.
Pode levar até dois anos para a safra de café do Brasil se recuperar da seca, disse Kevon Rhiney, professor associado da Universidade Rutgers que pesquisa a produção de café.
Mas ele está preocupado que os preços do café estejam presos em sua trajetória ascendente, como outras culturas valiosas que foram afetadas pela mudança climática. Os cafeeiros se tornarão menos produtivos à medida que a temperatura da Terra continua a subir, e práticas como o desmatamento continuarão a ameaçar a sustentabilidade da indústria.
“De certa forma, isso é um sinal do que está por vir”, disse Rhiney. “As áreas adequadas para o cultivo de café vão diminuir com o tempo.”
A volatilidade nos preços preocupa Scott Conary, presidente da Carrboro Coffee Roasters, uma empresa independente em Carrboro, na Carolina do Norte. “Do ponto de vista da sustentabilidade da indústria”, disse ele, “não é saudável.”
No passado, Conary disse que geralmente lidava com a volatilidade aumentando os preços gradualmente —menos de um dólar por vez para uma xícara de café nos cafés principais da torrefadora e para um saco de grãos. Para os próximos anos, ele disse que está mais preocupado com grandes aumentos nos custos de transporte e armazenamento.
Mas Conary também disse que acolhe preços mais altos, desde que aumentem a conscientização sobre o que está envolvido no cultivo de café e incentivem os clientes a comprar de produtores menores e mais de nicho como ele.
“As pessoas precisam entender que o café é um produto agrícola”, disse ele, acrescentando que os consumidores “não estão pagando o suficiente pelo café.”
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MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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