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Desordem na França e na Alemanha é uma ‘má notícia’ para a UE – DW – 12/05/2024

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Quarta-feira foi um longo dia para da França primeiro-ministro com o mandato mais curto de sempre. À noite, 73 anos Michel Barnier o governo minoritário foi derrubado num voto de desconfiança na câmara baixa francesa, a Assembleia Nacional, que viu inimigos jurados da esquerda e da extrema-direita unirem-se contra ele.

“Esta moção de censura tornará tudo mais sério e mais difícil. É disso que tenho certeza”, disse Barnier antes da votação. Na manhã de quinta-feira, ele apresentou oficialmente sua renúncia. Ele continuará como primeiro-ministro interino até que um novo governo seja formado.

Presidente francês Emmanuel Macron não perdeu tempo procurando um substituto; em poucas horas ele estava vendo candidatos. Não é a primeira vez que Macron, cujo segundo e último mandato presidencial termina em 2027, rejeita apelos para que se demita.

O que vem a seguir para a França?

Macron nomeado Barnier do nada em Setembro para pôr fim a meses de incerteza política. O presidente ligou para snap eleições legislativas que em Julho deixou a Assembleia Nacional dividida em três campos, nenhum suficientemente forte para governar sozinho.

Uma ampla coligação de esquerda, a Nova Frente Popular, venceu as eleições, mas o partido de extrema-direita Reunião Nacional de Marine Le Pen obteve o maior número de votos como partido único.

Primeiro-ministro francês Barnier é derrubado em voto de desconfiança

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O grupo centrista pró-empresarial Ensemble, de Macron, não quis trabalhar com nenhum dos dois. Então, em vez disso, formaram um governo minoritário com o partido Republicano de direita de Barnier, apesar do seu desempenho historicamente fraco nas eleições parlamentares.

No cargo, o conservador Barnier fez As finanças da França uma de suas principais prioridades. Com 6,1% este ano, o rácio produto interno bruto/dívida francês é duas vezes mais elevado do que as regras da UE permitem; o país está entre os vários estados da UE que foram oficialmente repreendidos pela Comissão Europeia.

Barnier propôs uma reforma orçamental e da segurança social para 2025 que teria reduzido a dívida pública, mas necessitaria de aumentos de impostos e cortes de despesas que a esquerda e a extrema-direita consideraram medidas de austeridade negligentes em relação às necessidades dos cidadãos. Ele apresentou ao parlamento uma escolha: votar a favor deste orçamento ou o governo cai. Eles escolheram a última opção, desencadeando a moção de censura que o derrubou.

O número de funcionários permanece inalterado na Assembleia Nacional

Não está claro o que espera pela França, que se encontra numa era de volatilidade política sem precedentes desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
O equilíbrio de poder no Assembleia Nacional permanece o mesmo. Está dividido em três blocos que relutam em entrar em coligação entre si. A formação do governo parece tão difícil como em Julho. Macron deixou claro que permanecerá e que novas eleições legislativas não poderão ser convocadas antes de meados de 2025.

Michel Barnier aponta o dedo para a câmera
Michel Barnier teria descrito a Assembleia Nacional como impossível e desejou boa sorte ao seu sucessor.Imagem: Alexandre Marchi/MAXPPP/dpa/picture aliança

Quem quer que siga Barnier como primeiro-ministro estará numa posição igualmente fraca, lutando para que a sua visão política seja aprovada pelo parlamento francês. Sob o sistema presidencialista do país, a maior parte do poder está concentrada nas mãos de Macron, embora este pareça ter um controlo cada vez menor.

Tempos difíceis pela frente para Paris e Berlim

Para a Europa, tudo isto significa provavelmente uma França mais preocupada e um potencial abrandamento de importantes decisões colectivas.

“Precisamos de um governo francês que trabalhe para que a legislação europeia também seja aprovada, por isso, quanto mais rápido conseguirmos um governo, melhor”, disse à DW Sophie Pornschlegel, do Centro Jacques Delors, um think tank em Berlim.

O período de três meses sem governo da França antes da nomeação de Barnier não causou muitos problemas, salientou ela, mas esse período foi menos crucial porque a nova Comissão Europeia ainda não tinha tomado posse.

Mas Pornschlegel também alertou contra ser demasiado alarmista: “Também existe a possibilidade de que não seja uma crise política tão grande porque eles formam um novo governo com relativa rapidez”.

Ao mesmo tempo, A Alemanha também está um pouco fora de ação. O chanceler Olaf Scholz deu um tempo ao seu desconfortável governo de coligação no mês passado, com eleições marcadas para Fevereiro. UM novo governo deverá tomar posse em Berlim em Junho. Até lá, é provável que o governo se abstenha de tomar decisões políticas ousadas.

“São más notícias. O que precisamos em tempos de crise e de turbulência geopolítica é ter uma liderança forte e estável”, disse Pornschlegel.

A Alemanha e a França também enfrentam um perspectivas económicas sombrias. Em Novembro, o banco de investimento Goldman Sachs previu que ambos os países – as duas maiores economias da zona euro – iriam contrair-se economicamente em 2025, embora o mercado único estreitamente interligado como um todo pudesse evitar a recessão.

“Apesar desses desafios, os dados da actividade económica para o área do euroindica um crescimento modesto mas positivo”, escreveu o economista Sven Jari Stehn.

Trump 2.0 no horizonte

Paris e Berlim são normalmente considerados os principais eixos de poder na União Europeia, orientando as políticas e definindo os principais contornos da agenda do bloco de 27 membros. Suas preocupações em casa chegam num momento crítico.

Em janeiro, Donald Trump retornará à Casa Branca para um segundo mandato como presidente dos EUA. Para a UE, isso provavelmente significa um regresso da escalada das tarifas retaliatórias, o que significa más notícias para a indústria automóvel alemã em particular.

Dentro da OTAN, Os estados europeus podem esperar explosões regulares de Washington pela redução dos gastos com defesa, o que equivale a uma percepção de aproveitamento do poderio militar dos EUA. Trump já ameaçou anteriormente deixar os membros da NATO sob ataque para se defenderem sozinhos se não tivessem gasto o suficiente nas suas forças armadas.

Donald Trump levanta as mãos enquanto fala com Emmanuel Macron, ambos vestindo ternos cinza
O autodenominado homem do povo, Trump, e o orador perspicaz Macron dificilmente poderiam diferir mais no estilo políticoImagem: Michael Kappeler/dpa/picture Alliance

O presidente eleito republicano “America First” também disse que encerrará rapidamente a guerra na Ucrânia pressionando Kiev a negociar com Moscou. Se Trump retirar o apoio militar dos EUA à Ucrânia, a UE ficará sob pressão para cavar muito fundo para preencher a lacuna.

Para Pawel Zerka, do Conselho Europeu de Relações Exteriores, independentemente do que esteja a acontecer em Paris e Berlim, o regresso de Trump significa que outros devem avançar.

“Os europeus simplesmente precisam de assumir uma parcela maior do fardo quando se trata de defender a Europa e apoiar a Ucrânia”, disse ele à DW.

“Certamente, sentir-se-á uma participação francesa enfraquecida nestas discussões. Mas isto significa simplesmente que outros países terão de assumir um papel mais importante, sair da sombra e das suas zonas de conforto.”

Editado por: Carla Bleiker



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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