Presidente eleito, Caboclo quer poder para definir comissão técnica.
Na foto de capa, Coronel Nunes e Rogério Caboclo na Granja Comary em Teresópolis – Mauro Pimentel – 18.mai.2018/AFP.
A eliminação da seleção da Copa deve abrir uma disputa de poder na CBF (Confederação Brasileira e Futebol). Eleito presidente da entidade em abril, Rogério Caboclo só tem direito para assumir o cargo em 2019. Nos bastidores, ele articula antecipar a sua posse e ser o responsável pelo destino de Tite após o fracasso na Rússia.
Caboclo comandará a CBF na Copa do Qatar em 2022 e quer definir o comando do time nacional até o final de julho. Para isso, ele terá que chegar a um acordo com Antonio Carlos Nunes, presidente da entidade.
No Brasil, Telê Santana foi o único a trabalhar em duas Copas seguidas após perder a anterior. Mesmo assim, ele deixou o cargo após a Copa da Espanha em 1982 e reassumiu o posto na reta final para o Mundial do México em 1986..
Caboclo foi o chefe da delegação na Copa e se encontrava diariamente com os integrantes da comissão técnica e jogadores. Já Nunes raramente ia aos treinos. Ele ficou baseado em Moscou e só chegava na cidade dos jogos na véspera das partidas.
Numa dessas viagens, ele foi protagonista de uma briga. Em São Petersburgo, um dia antes do jogo contra a Costa Rica, um torcedor hostilizou o cartola dentro de um restaurante. Um dos assessores de Nunes reagiu e quebrou um copo na cabeça de Alexandre Nazareno.
O assessor identificado como Gilberto Barbosa voltou ao Brasil no dia seguinte para evitar problemas criminais na Rússia. Já Nazareno, que ficou com cicatrizes na cabeça, ameaça processar o cartola e a CBF.
Por Camila Mattoso, Diego Garcia, Luiz Cosenzo, Sérgio Rangel.