Lucio José Botelho estudou sempre em escolas públicas. Na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), formou-se em medicina em 1977. Três anos depois, ingressou na carreira acadêmica, no Departamento de Saúde Pública, onde foi gestor e diretor. Foi vice-reitor entre 1996 e 2004 e reitor de 2004 a 2008.
Durante sua gestão, teve início a interiorização da UFSC, a educação a distância, o Programa de Ações Afirmativas e o sistema de cotas, além da comissão de estudos para viabilizar a criação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).
Mestre e doutor em Saúde Pública, foi coordenador das residências médicas no Hospital Universitário da UFSC por 11 anos. “Trazia uma mistura única de inteligência, perspicácia e visão crítica, com irreverência e afetuosidade”, publicou a universidade. “Vivaz, sábio, sincero, amigo, genuíno, próximo, disponível, parceiro, contagiante, autêntico, irreverente.”
O Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc) ressaltou seu pioneirismo na extensão dos ambulatórios periféricos da UFSC e sua participação na Pastoral da Saúde. “Foi consultor da Organização Pan-americana de Saúde e coordenou a Comissão Contra o Uso Abusivo de Drogas. A dependência química foi uma de suas áreas de atuação, que incluíam epidemiologia e mortalidade materna.”
De origem simples, nasceu em Florianópolis (SC) e cresceu no bairro Saco dos Limões. Ficou órfão cedo e cresceu com a irmã mais velha. Atleta, disputou campeonatos de vôlei, futsal e basquete. “Empilhava duas televisões para assistir a dois jogos ao mesmo tempo. Sabia tudo. Tinha a veia do esporte correndo nele”, conta a filha Mariana Botelho.
Ela lembra do pai presente, sempre cativante para os filhos, a quem transmitiu amor pelos esportes e o mar, a empatia e o respeito pelo próximo. “Ele ajudava muitos estudantes, tinha sempre a porta aberta. Crescemos com alunos da medicina indo almoçar lá em casa. Fazia tudo para as coisas serem mais leves.”
O filho, João Botelho, ressalta a dedicação do pai pela saúde pública, pelo SUS e pela UFSC, suas paixões. “Sempre consciente do papel da saúde como um direito. Um homem simples, resiliente e forte. Foi feliz, nunca amargo, nem de reclamar. Era esportista, sorridente e generoso. Transmitia felicidade.”
Botelho morreu em 4 de outubro, de infecção generalizada, aos 71 anos. Deixa três filhos e quatro netos.
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login