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Eleições: País terá 52 prefeitos apoiados por PT e PL – 06/11/2024 – Poder

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João Pedro Pitombo, Italo Nogueira, Daniel Mariani

À margem da polarização nacional que se consolidou nas duas últimas eleições presidenciais, 52 dos 5.559 prefeitos que tomarão posse em janeiro levarão para suas gestões a marca do improvável. Eles saíram vitoriosos das urnas ancorados por coligações que incluem tanto o PT do presidente Lula quanto o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O cenário é ainda mais insólito em nove cidades. Em uma delas, um prefeito do PT se sagrou vencedor nas urnas com o apoio do PL. Nas outras oito, candidatos do PL se elegeram com o apoio oficial dos petistas.

“Tenho o meu posicionamento político, mas sou flexível. Não trago o conflito nacional para o meu município”, resume Leo Cunha, 61, prefeito reeleito de Estreito, cidade de 33 mil habitantes do interior do Maranhão.

Ele será único prefeito do Brasil eleito pelo PL que terá uma vice-prefeita filiada ao PT, a Professora Irenilde, 54.

Leo Cunha é empresário, agropecuarista e foi deputado estadual pelo Maranhão de 2011 a 2019. No ano seguinte, disputou a Prefeitura de Estreito pelo PL, que na época ainda não era o partido de Bolsonaro, com o apoio dos petistas.

Nas eleições de 2022, promoveu um arranjo heterodoxo ao apoiar Bolsonaro para presidente, Carlos Brandão (PSB) para governador e Flávio Dino, hoje ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), para o Senado, também pelo PSB.

Quando as eleições deste ano se aproximaram, Leo Cunha procurou o comando estadual do partido e foi autorizado a manter as alianças com os partidos de esquerda.

“O PT sempre fez parte do meu governo e seguimos unidos em 2024. Por isso não houve estranhamento. Aqui, não é partido que faz o voto, o que faz o voto são as pessoas”, afirma o prefeito reeleito.

Não foi um caso isolado no Maranhão: o estado teve um total de 13 candidatos que foram eleitos apoiados por petistas e bolsonaristas, recorde no país. Dentre eles está Thâmara Castro (PT), prefeita eleita com o PL em sua coligação na cidade de Brejo (a 321 km de São Luís).

Os dois partidos também estiveram juntos na campanha vitoriosa de Dr. Julinho (Podemos) para a Prefeitura de São José de Ribamar, terceira maior cidade do Maranhão com 244 mil habitantes.

O estado protagonizou ainda a única chapa que uniu PT e PL em uma capital, capitaneada pelo deputado federal Duarte Júnior (PSB) em São Luís. Mesmo com amplo arco de alianças, ele acabou sendo derrotado ainda no primeiro turno para o prefeito Eduardo Braide (PSD), reeleito na capital maranhense.

Diante do arranjo político, Bolsonaro e seus filhos anunciaram apoio ao deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB), que terminou apenas em terceiro lugar.

O principal arquiteto das alianças é o presidente estadual do PL, o deputado federal Josimar Maranhãozinho. Ele é filiado ao partido desde antes da chegada de Bolsonaro e conseguiu ter autonomia para firmar as parcerias que fossem convenientes ao seu projeto político.

Na eleição deste ano, o PL conquistou 40 prefeituras no Maranhão, sendo o partido que mais venceu no estado. O resultado representa quase metade dos prefeitos eleitos pelo partido em todo o Nordeste.

O perfil ideológico dos eleitos, contudo, é pragmático. A maioria não tratou em suas campanhas de pautas de costumes ou outros temas que são prioridade entre os bolsonaristas mais radicais.

Josimar Maranhãozinho afirma que manteve as alianças feitas em 2020 nos municípios com o aval do presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto. No caso de candidatos novos, em cidades em que o partido não governava, a orientação foi de não fazer parcerias com a esquerda.

“Não poderia bagunçar a reeleição de um prefeito vetando alianças nos municípios. Perguntei a Valdemar se a gente poderia manter, e ele liberou”, afirmou Josimar em entrevista à Folha.

Mesmo aliado a Bolsonaro nacionalmente, Josimar apoiou em 2022 o senador Weverton Rocha (PDT), apoiador de Lula, para o Governo do Maranhão. Diz ter boa relação com Carlos Brandão, mas seu partido não faz parte da base do governador, se mantendo independente.

Fora do Maranhão, candidatos a prefeito do PL foram eleitos em coligações com PT nas cidades de Três Barras do Paraná (PR), Areia Branca (SE) e Itabaiana (SE).

Terceira maior cidade de Sergipe, com 103 mil habitantes, Itabaiana elegeu Valmir de Francisquinho (PL), que entrou na campanha ancorado por uma chapa que uniu partidos conservadores, como o Republicanos, ao PT e PC do B.

Segundo o deputado federal João Daniel, presidente do PT-SE, o apoio a Valmir se deveu à boa relação com o atual prefeito de Itabaiana, Adailton Sousa (PL).

“Foi uma decisão local, respeitada pelos deputados estaduais. Não chegamos a comunicar à direção nacional”, disse ele.

Em 2022, Valmir concorreu ao Governo de Sergipe na condição de favorito, mas a sua candidatura foi barrada pela Justiça Eleitoral. No segundo turno, apoiou o senador petista Rogério Carvalho, que acabou derrotado pelo hoje governador Fábio Mitidieri (PSD).



Leia Mais: Folha

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.

Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”

O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”

 

A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.” 

A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.

Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre

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A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.

 



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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.

Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.

“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.

Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.

 



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