A embarcação que explodiu na sexta-feira (7) dentro do Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre, tinha inscrição e autorização da Marinha do Brasil para navegar. O laudo que vai investigar o caso tem o prazo de 90 dias. Além da Marinha, a Polícia Civil também abriu inquérito para investigar o acidente.
A embarcação tinha 18,50 metros e foi destruída pelo fogo. A polícia vai investigar quantas pessoas estavam a bordo e se havia autorização para transporte de passageiros e mercadorias, incluindo combustível. O barco estava saindo de Cruzeiro do Sul com destino a Marechal Thaumaturgo.
Das 18 vítimas atingidas pela explosão, oito seguem em estado gravíssimo, uma foi liberada e as demais têm quadro de saúde estável. A informação foi dada ao G1 pelo diretor de Assistência à Saúde do Acre, Wilson Afonso, neste sábado (8).
Três vítimas foram transferidas para a capital acreana, Rio Branco. Entre elas, uma mulher grávida e um bebê de nove meses, que teve 90% do corpo queimado e passou por cirurgia. Mais uma criança chegou a Rio Branco ainda no sábado.
As demais vítimas estão internadas no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul. A mãe do bebê também está em estado gravíssimo e não tem condições de ser transferida para a capital. A criança está sob a responsabilidade de uma tia, de acordo com Afonso.
O diretor clínico do Hospital do Juruá, Marlon Holanda, explicou que as transferências dos pacientes foram necessárias por causa do tratamento especializado que eles podem receber em Rio Branco.
“O motivo da transferência é por um suporte mais especializado e pela questão da Unidade de Tratamento Intensivo pediátrica, que aqui não tem, e também de cirurgião plástico que é necessário no caso”, explica o médico.
Os nomes das vítimas não foram divulgados. Holanda afirmou que os pacientes tiveram queimaduras de 70% a 90% da superfície corporal queimada. “Alguns foram entubadas em estado gravíssimo, outros foram transferidas para Rio Branco e os outros pacientes estão em estado grave”, disse.
O comandante do Corpo de Bombeiros da cidade, capitão José Dutra de Oliveira, informou que, no momento da explosão, o barco estava abastecendo.
“Um barco que ia para Marechal Thaumaturgo [cidade do interior], de um senhor conhecido por Moreno, estava abastecendo às margens do rio, ao lado do [bairro] Miritizal, direto de um caminhão pipa, que também não sei de onde é. Aparentemente, era um abastecimento clandestino, e o barco explodiu com o pessoal que estava dentro”, contou.
Investigação
A Marinha e a Polícia Civil do Acre vão investigar as causas da explosão. O delegado Lindomar Ventura, responsável pelo caso, afirmou que deve iniciar as oitivas das pessoas envolvidas e testemunhas na segunda (10). Peritos da Polícia Civil estiveram no local do acidente para iniciar a investigação.
A Marinha informou que, assim que tomou conhecimento da explosão, enviou uma equipe de busca e salvamento e de inspeção naval da Agência Fluvial de Cruzeiro do Sul, junto com uma equipe do Corpo de Bombeiros do Amazonas.
“Todas as pessoas foram resgatadas com vida, e os feridos foram encaminhados ao hospital da cidade. Um inquérito será instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades pelo acidente”, afirmou a Marinha em nota.