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Entre a Argélia e Marrocos, uma “guerra de gasodutos” num cenário de ilusões

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Vocênão lute contra números. Um confronto de comunicadores. Uma briga entre diplomatas com repercussões continentais. Durante vários anos, a África dos hidrocarbonetos tem sido palco de uma virulenta “guerra de gasodutos” entre dois megaprojectos destinados à Europa. Um pilotado peloArgéliao outro pelo Marrocos. A invasão da Ucrânia levou a rivalidade ao seu clímax, com cada parte a esforçar-se por transportar para a Europa uma alternativa africana ao gás russo.

Efeito colateral do antagonismo entre os dois irmãos inimigos do Magrebe – que se agravou em torno da sua antiga disputa sobre Saara Ocidental –, esta competição do gás está a entrar insistentemente na agenda diplomática africana. Uma febre ainda mais preocupante porque as duas ofertas não passaram da fase de arquivo. Um florescimento de cartas de intenções, alguns rascunhos de estudos de viabilidade, muitos artigos controlados remotamente… mas ainda nada tangível no terreno ou esperado a curto prazo. Dois andaimes nesta fase puramente teóricos. Quimérico?

O mais antigo é o transportado por Argel: o Gasoduto Transaariano, formalizado em 2001 através de um acordo de princípio assinado entre a Argélia e a Nigéria. Os dois presidentes da época, Abdelaziz Bouteflika e Olusegun Obasanjo, estiveram pessoalmente envolvidos no assunto. Com um custo estimado entre 10 mil milhões e 20 mil milhões de dólares (entre 9,2 mil milhões e 18,4 mil milhões de euros), este gasoduto, com quase 4.200 quilómetros de extensão, partiria dos campos da Nigéria e atravessaria o Níger até chegar à Argélia, cuja costa está ligada ao Europa por duas rotas submarinas (Medgaz para Espanha, Transmed para Itália). Poderia fornecer até 30 bilhões de metros cúbicos de gás por ano.

Quinze anos depois, Marrocos, ansioso por combater a Argélia, encenou o seu regresso à cena continental. A sua reintegração em 2017 na União Africanaabandonado com força em 1984 por causa da disputa territorial sobre o Sahara Ocidental, soleniza os novos objectivos do reino Cherifian. Num sinal de certa impaciência, o rei Mohammed VI tinha feito um ano antes, em 2016, uma visita a Abuja, onde lançou, ao lado do Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, a ideia de outro projecto de gás: o projeto Nigéria-Marrocos Gasoduto (NMGP).

Custando cerca de 25 mil milhões de dólares e com quase 5.600 quilómetros de extensão, este gasoduto – este subaquático – partiria da Nigéria, ao largo da costa de 11 países costeiros – e potenciais clientes – para terminar em Marrocos, que está ligado a Espanha pela rede de gás Magrebe-Europa. gasoduto. Poderia abastecer o Velho Continente com 18 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano.

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.

Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”

O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”

 

A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.” 

A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.

Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre

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A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.

 



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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.

Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.

“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.

Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.

 



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