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Escolas registram ruído semelhante ao de turbina de avião – 01/01/2025 – Educação

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Isabela Palhares

Sem estrutura física adequada e com excesso de alunos, escolas em áreas urbanas chegam a registrar nível de ruído semelhante ao de uma turbina de avião. A descoberta é de uma pesquisa da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que investigou as condições sonoras em espaços escolares.

O estudo mediu os níveis de ruído em escolas estaduais de São Paulo em diferentes momentos da rotina escolar e identificou que o ambiente sonoro é inadequado para o processo de ensino e aprendizagem.

A pesquisadora Vera Lúcia Gomes Jardim, professora da Faculdade de Educação da Unifesp, mediu barulho em dez escolas na Grande São Paulo e identificou que, durante o intervalo dos alunos, o nível de ruído no pátio e parques pode alcança de 80 a 110 decibéis (dB), o equivalente a intensidade de um turbina de avião.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) define que ruídos acima de 50 decibéis já são considerados poluição sonora e prejudiciais. A partir de 55, pode gerar estresse nos indivíduos. Acima de 75, a poluição sonora pode provocar danos mais sérios, como risco de perda auditiva em caso de exposição prolongada e rotineira de até oito horas.

A pesquisa identificou que o excesso de barulho nas escolas é produzido por fatores externos (trânsito no entorno, comércios e obras próximas às unidades), mas também pelos próprios alunos e funcionários.

“É natural e saudável que os alunos, professores e funcionários façam barulho. Isso faz parte da convivência escolar. O problema é que as escolas não são pensadas para que esse barulho não atrapalhe o ambiente de aprendizagem, elas não têm proteção acústica, têm excesso de alunos por turma e são mal projetadas para a sua finalidade”, explica Jardim.

As medições identificaram que os níveis elevados de ruído são frequentes no ambiente escolar e não apenas no horário do recreio. Nos períodos de circulação de alunos e funcionários entre as aulas, os corredores chegam a registrar 80 dB. Dentro das salas durante as aulas, o ruído chega a 85 dB.

Também se destacou a captação do nível do sinal escolar, que ultrapassa 90 dB, semelhante à sensação auditiva de estar ao lado de uma britadeira. “Mesmo não sendo considerada fora dos padrões pelo tempo de permanência de exposição, visto que o tempo do sinal é bem curto, ele incide no ambiente, pelo menos, quatro vezes por período de aula, de modo incisivo e contundente”, descreve o estudo.

Para Jardim, não há um cuidado com o entorno das escolas, com a projeção dos prédios nem com a organização das turmas para garantir um ambiente sonoro seguro. “Uma das escolas que analisamos fica em frente à rodovia Dutra, onde há evidente fluxo intenso de veículos pesados. Mesmo assim, as janelas das salas de aula são voltadas para a rodovia.”

O estudo destaca sobretudo a falta de planejamento arquitetônico para as escolas, já que, entre as unidades analisadas, havia salas de aula com parede de drywall (estrutura de gesso) ou com as janelas viradas para pátio, quadra de esportes e até mesmo ao lado da cozinha, onde é preparada a merenda.

“Não é possível imaginar que eles não vão fazer barulho. O que deveria ser feito é um planejamento para o isolamento desse ruído, mas o que vemos são prédios em que o barulho só se dissipa e se amplia.”

Ela ressalta ainda o excesso de alunos por turma, muitas vezes em salas de aula sem espaço físico adequado para todos. “É comum ter 35, 40 adolescentes dentro de uma sala pequena, sem espaço nem mesmo para eles levantarem da cadeira sem esbarrar na mesa ao lado. É instintivo que em um ambiente ruidoso, as pessoas falem mais alto para serem ouvidas. Então, a falta de estrutura estimula que os alunos sejam cada vez mais barulhentos.”

A pesquisa não conseguiu medir o quanto o ambiente barulhento impacta na aprendizagem, mas Jardim destaca que estudos na área da saúde e do trabalho já comprovaram que a exposição ao ruído interfere nos níveis de atenção, concentração e até mesmo no rendimento físico e cognitivo.

“Se a escola não garante condições adequadas nem mesmo para que o aluno escute o que o professor diz em frente à sala de aula, como esperar que ele vá aprender?”, diz.

Em setembro, a Folha mostrou que o Programa Silêncio Urbano, conhecido pela sigla Psiu, da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) multou uma escola pública da região central de São Paulo em R$ 44 mil após um morador de um prédio vizinho reclamar do barulho dos estudantes durante o uso da quadra de esportes.

Os documentos das autuações mostram que a Divisão de Silêncio Urbano fez duas vistorias consecutivas na escola estadual professor Fidelino Figueiredo, na Vila Buarque. Os documentos apontam constatação de ruído acima do permitido por lei às 14h e às 7h42 dos dias 25 e 26 de setembro,

Os limites sonoros são estabelecidos pela Lei de Zoneamento e variam de 40 dB a 65 dB, dependendo do tipo de uso e ocupação permitido para cada área da cidade. O horário também influencia: quanto mais tarde, maior a restrição.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, do governo Tarcísio de Freitas, informou que iria recorrer das multas aplicadas à escola, já que as aulas “ocorrem como em qualquer escola com o volume natural da presença dos estudantes”. Disse, no entanto, que a direção da unidade optou por não acionar o sinal no período noturno e evitar fazer eventos nesse horário.

A pasta informou que não iria comentar o estudo por não ter tido acesso ao seu conteúdo. Mas destacou que as “todas as escolas estaduais de São Paulo estão de acordo com a legislação vigente e contam com isolamento acústico entre salas e pavimentos”.



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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