AMAZÔNIA
Experiências de preservação ambiental do Acre, inspira projetos milionários

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4 anos atrásem

Para preservar floresta, Noruega financia desde Interpol até encontros interreligiosos.
Mesmo com ações diversificadas, os esforços têm sido pouco efetivos para preservar as matas.
Na foto de capa, Vista da Torre do Museu da Amazônia (Musa) – Keiny Andrade/Folhapress.
Milhões de euros para a Interpol combater contrabando de madeira. Encontros para aproximar líderes religiosos e indígenas em torno de uma agenda ambiental. Doação para preservar florestas no Equador.
Dez anos após o acordo pioneiro para a criação do Fundo Amazônia com o Brasil, a Noruega vem diversificando as iniciativas para ajudar países tropicais a coibir o desmatamento. Os dados, porém, mostram que os esforços para deixar a floresta em pé têm sido pouco efetivos.
“Estamos próximos de perder nossas florestas. Precisamos acelerar os nossos esforços, e o tempo está acabando. Os próximos anos são fundamentais se quisermos reverter essa trajetória danosa”, afirmou Ola Elvestuen, ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega.
Nos últimos dois dias, Elvestuen foi o anfitrião do Fórum de Floresta Tropical de Oslo, evento bienal que reúne representantes de governo e da sociedade civil de países como Brasil, Colômbia, Equador, Indonésia e a República Democrática do Congo.
O encontro foi marcado pelo lançamento de um relatório sombrio do Observatório Global da Floresta (GFW, na sigla em inglês), segundo o qual 2017 foi segundo pior ano da história em perda da cobertura vegetal.
Ao todo, afirma o estudo, foram cortados 158 mil km2 no mundo, pouco maior do que o estado do Ceará. O critério usado, no entanto, é diferente ao do desmatamento usado em países como o Brasil, já que o GFW leva em conta a derrubada de plantações de árvore e incêndios provocados por causas naturais.
“Estamos tentando apagar um incêndio em casa como uma colher de chá”, afirmou Frances Seymour, do Instituto de Recursos Mundiais (WRI, na sigla em inglês), que coordena o GFW, na abertura do fórum.
Para reverter a marcha do desmatamento, o governo norueguês anunciou, durante o fórum, um reforço de € 2 milhões por ano (R$ 8,9 milhões) no orçamento no programa de floresta global da Interpol, voltado a coordenar e treinar polícias de países tropicais.
“A Noruega tem nos financiado durante os últimos seis anos. Hoje, foi anunciado um aumento significativo nesse suporte”, disse à Folha o australiano Davyth Stewart, coordenador do programa.
Oslo também se comprometeu, em conjunto com a Alemanha, a doar US$ 50 milhões (R$ 193 milhões) para um programa de preservação florestal em parceria com comunidades tradicionais, inspirado em experiência semelhante já implantada no Acre.
“É a primeira vez que esse programa está sendo implantado em nível nacional”, afirmou Tarsicio Granizo, ministro do Meio Ambiente do Equador.
Segundo a Folha apurou, Brasil e Noruega estão em conversa para ampliar o acordo assinado em 2008, que prevê doação para preservar a floresta amazônica baseado em resultados —quanto maior a redução no desmatamento, maior o valor da doação. O pacto atual vence em 2020.
Até agora, a Noruega já doou R$ 2,9 bilhões para o fundo, que tem financiado a fiscalização do Ibama, projetos de gestão territorial indígena e a implantação do CAR (Cadastro Ambiental Rural), entre outras ações.
Mesas
As mesas do fórum refletiram a diversificação de ações da Noruega para financiar a preservação de florestas. Um dos painéis, por exemplo, debateu oportunidades para combinar financiamento público e privado para a restauração florestal.
A mesa incluiu Juliana Santiago, chefe do Departamento de Gestão do Fundo Amazônia, e Heidi Finskas, vice-presidente da KLP, fundo de pensão norueguês, entre outros participantes.
Outra sessão, intitulada Iniciativa Interreligiosa da Floresta Tropical, retomou os debates iniciados no ano passado, também em Oslo, quando houve um encontro com representantes de 21 países.
A proposta dessa iniciativa, idealizada e patrocinada pelo governo norueguês, é engajar organizações religiosas na preservação ambiental.
“Trata-se de uma crise de proporções existenciais”, disse Elvestuen, em entrevista coletiva nesta quarta (27). “As florestas tropicais são cruciais não só para o bem estar dos países com florestas, mas para todo o mundo.”
O repórter Fabiano Maisonnave viajou a convite da Norad (Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento). Veja.
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