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Festival do saquê tem foco em harmonização – 04/11/2024 – Tinto ou Branco

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Tânia Nogueira

O saquê está invadindo a praia do vinho. Nos últimos anos, esse tradicional fermentado de arroz japonês aparece mais e mais na carta de bebidas de restaurantes estrelados mundo afora. No Brasil, casas como o Tuju, o Evvai e o D.O.M., em São Paulo, e o Lasai e o Oteque, no Rio de Janeiro, usam (ou já usaram) saquês finos em alguma etapa de seus menus degustação, entre uma taça de vinho e outra.

Poucas bebidas têm competência para isso. O saquê tem. Com brilhantismo. É o que pretende demonstrar o empresário Fabio Ota, organizador do Festival do Sake, que acontece entre 7 e 9 de novembro, na Japan House, em São Paulo. Fundador da importadora Mega Sake, Ota foi condecorado Sake Samurai no Japão por seu trabalho de difusão do dessa bebida milenar e da cultura japonesa como um todo.

O festival é o quinto grande evento que ele promove em São Paulo só em 2024. Já fez uma outra edição do festival, em janeiro, para a qual convidou importantes produtores do Japão para participar de masterclasses e conduzir degustações. Realizou duas edições da Sake Fair, uma em março, para a qual chamou outros importadores para exporem seus produtos para o grande público, e outra em outubro, para a qual, além dos importadores, chamou produtores japoneses e brasileiros.

Estive numa palestra do festival em janeiro na qual Ota apresentou “os melhores saquês do mundo”. Foi assim que ele se referiu às marcas japonesas Zaku e Mutsu Hassem. Sua afirmação foi baseada no fato de as duas marcas terem o respeito da crítica e do público japonês e, principalmente, de terem ficado sempre entre os mais bem classificados nos concursos do Japão. Fazendo a média de todos os concursos, todos os anos, ambos ficam entre os cinco primeiros colocados. “É como se tivéssemos diante do Château Margaux e do Château Latour”, comparou.

Durante a palestra, houve uma degustação. Os saquês eram realmente incríveis. Super elegantes, equilibrados, com uma ótima complexidade aromática. Na boca, tinham acidez, levíssimo dulçor e umami, tudo delicado.

Fui também à Sake Fair em outubro. Havia muita coisa para provar. Eram dois produtores nacionais, cinco importadoras e oito produtores japoneses. A dificuldade é gravar os nomes em japonês. Com a ajuda de algumas fotos no celular, lembro que, além do Zaku, que esteve novamente presente, entre outros, gostei muito dos saquês da Tenzan Shuzo, que ainda não tem importação para o Brasil, e adorei conhecer a gaúcha Patrícia Tello que está produzindo o Tomoe, um saquê artesanal feito com uma variedade de arroz nacional selecionada em parceria com a Embrapa. É um pouco mais rústico, com mais umami. Uma delícia. Deve acompanhar muito bem comida. O ingresso da Sake Fair custava R$ 40,00.

O Sake Festival, como a maior parte dos eventos que Ota promove, será gratuito. Vai reunir especialistas e representantes de grandes sakaguras (fábricas de saquê), que darão palestras na Japan House. As grandes estrelas serão o chef Yuta Ido e o sake sommelier Satoru Mikoshiba, do restaurante Maen Sake Pairing, do bairro de Ebisu, em Tóquio. Ambos vão ministrar três masterclasses sobre harmonização e realizar três jantares para convidados da imprensa e do trade no Tuju, no Beverino e no Nomo, todos em São Paulo. Serão sempre jantares a quatro mãos, com pratos de Yuda Ido e pratos dos chefs das casas, até para mostrar que saquê harmoniza com comida que não é japonesa.

A harmonização é o tema principal desta edição. “O saquê é a bebida que mais harmoniza com qualquer tipo de comida, porque ele possui quatro vezes mais umami do que qualquer outra bebida alcoólica”, diz Ota. Muita gente fala nesse ou naquele aroma quando trata de harmonização, mas, como lembra Ota, a harmonização não acontece no nariz. “A harmonização acontece de verdade na boca. O umami é uma sensação de boca”. Claro, sentimos os aromas também na boca, mas as sensações do paladar, ou seja, doce, salgado, ácido, amargo e umami, têm uma importância enorme na combinação.

“O saquê tem mais camadas de complexidade do que o vinho”, afirma Ota. “Consegue harmonizar com comidas que não vão bem com vinho, como ovo, por exemplo”. Segundo ele, o sommelier de saquê se preocupa também com a temperatura certa para cada harmonização. “Muitas vezes o saquê vem quente e é como um complemento do prato”.

Entre os dias 7 e 9 de novembro, Ido e Mikoshiba darão palestras diárias na Japan House, apresentando a harmonização dos múltiplos estilos de saquê com diferentes pratos. Ao todo, serão dadas nove aulas por grandes nomes do setor no Japão. Entre eles Kosuke Kuji, quinta geração da família à frente da Nanbu Bijin, da província de Iwate, produtora do Nanbu Bijin Tokubetsu Junmai, considerado o melhor saquê do mundo pelo IWC (International Wine Challenge) em 2017. Esse saquê será oferecido para degustação durante sua masterclass.

Haruo Matsuzaki, autor do livro “The Sake Book” e presidente da Japan Sake Exports Association, falará sobre a recém-criada indicação geográfica Harima, que abrange parte dos saquês produzidos na famosa província de Hyogo. O próprio Fabio Ota dará uma aula sobre o conceito de regionalidade nos saquês. As inscrições para as masterclasses são gratuitas e devem ser feitas antecipadamente pelo Sympla. Em todas as sessões será possível provar diversos saquês da importadora Mega Sake.


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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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