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Folha indica os 20 melhores livros de não ficção de 2024 – 19/12/2024 – Ilustrada

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6 meses atrásem
A Folha convidou quatro de seus colaboradores fixos, com diferentes especialidades, para indicar as cinco melhores obras de não ficção que leram em 2024.
O jornal passa a organizar uma seleção exclusiva para esse tipo de lançamento, separada da lista dos 20 melhores livros de ficção, que já está disponível.
Os livros vão desde biografias e apanhados históricos até análises sobre temas candentes do noticiário, como a dominância das big techs, as desigualdades brasileiras e as guinadas autoritárias pelo mundo. Há espaço ainda para saborosos livros de memórias e reflexões sobre os contrastes entre gêneros.
Parte das obras ainda não foi publicada no Brasil, e nesses casos foi discriminado o preço de capa na editora original, com indicação de ebook quando disponível.
Confira as 20 indicações a seguir.
JOÃO PEREIRA COUTINHO
Colunista da Folha, doutor em ciência política pela Universidade Católica Portuguesa
Um Ditador na Linha
Ismail Kadaré, ed.: Companhia das Letras, trad.: Bernardo Joffily, R$ 74,90 (144 págs.), R$ 39,90 (ebook)
É um dos telefonemas mais célebres da história da literatura: a breve conversa entre Josef Stálin e Boris Pasternak sobre Osip Mandelstam, que tinha parodiado o tirano num poema. Mandelstam foi preso no Kremlin e, na hora decisiva, Pasternak não defendeu o colega. Por quê? E, agora, por que Stálin telefonou a Pasternak? No ano da sua morte, Kadaré tenta responder a estas perguntas revisitando as 13 versões conhecidas do infame telefonema. Uma reflexão corajosa e autobiográfica sobre o papel ambíguo dos intelectuais em regimes totalitários.
Fundações do Pensamento Político Brasileiro: A Construção Intelectual do Estado no Brasil
Christian Lynch, ed.: Topbooks, R$ 139,90 (728 págs.)
Escrever uma história sobre a fundações do pensamento político brasileiro já seria um feito. Mas fazê-lo sem complexos de inferioridade, mostrando como esse pensamento se articula com a tradição inglesa, francesa e, logicamente, portuguesa, é a proposta de Christian Lynch nesta monumental obra. O resultado é um panorama complexo e interessante sobre uma realidade histórica e ideológica que não pode ser reduzida às dicotomias preguiçosas centro/periferia, original/cópia, progresso/atraso.
Faca – Reflexões Sobre um Atentado
Salman Rushdie, ed.: Companhia das Letras, trad.: Cássio Arantes Leite e José Rubens Siqueira, R$ 69,90 (232 págs.), R$ 29,90 (ebook)
Rushdie, depois da fatwa lançada pelo aiatolá Khomeini em 1989 por suas alegadas “heresias” no romance “Os Versos Satânicos”, sempre imaginou como seria um atentado contra ele. Em 2022, seu maior medo se materializou, ao ser esfaqueado por um fanático. O relato dessa experiência é simultaneamente onírico e aterrador. Além disso, a conversa imaginária entre Rushdie e o seu agressor é uma lição humanista sobre tolerância religiosa, liberdade de expressão e a recusa do ressentimento como modo de vida.
Adventures in Democracy: The Turbulent World of People Power
Erica Benner, ed.: Allen Lane, £ 25 (224 págs.), £ 13.99 (ebook), importado
Todo mundo conhece as palavras de Winston Churchill sobre a democracia: é a pior forma de governo, com exceção de todas as outras. Mas Churchill não disse apenas isso. Também afirmou que o melhor argumento contra a democracia é uma conversa banal com um democrata banal. Erica Benner reflete sobre essas duas dimensões: as virtudes da democracia, mas também os seus vícios, viajando pela história do pensamento político. Moral da história? O povo nem sempre é sábio. Mas os sábios podem ser bem piores que o povo.
Camões – Vida e Obra
Carlos Maria Bobone, ed.: Dom Quixote, € 22,20 (413 págs.), € 13,99 (ebook), importado
Nos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, as livrarias portuguesas foram inundadas com edições e reedições do poeta, além de bibliografia secundária de qualidade muito diversa. Este estudo biográfico de Bobone é o mais inteligente que li em 2024. Com o rigor de um detetive, o autor procura “purgar” Camões de lendas, mitos ou erros grosseiros que se escreveram sobre a sua vida, ao mesmo tempo que procede a uma reconstituição literária e mental do mundo onde ele viveu, imprescindível para entender a sua obra.
MICHAEL FRANÇA
Colunista da Folha, economista pela USP e pesquisador do Insper
Iguais e Diferentes: Uma Jornada pela Economia Feminista
Regina Madalozzo, ed.: Zahar, R$ 89,90 (248 págs.), R$ 39,90 (ebook)
Este livro traz uma interessante perspectiva sobre a economia feminista, explorando como desigualdades de gênero impactam as relações econômicas e sociais. Madalozzo oferece uma análise acessível, essencial para entender e combater as desigualdades estruturais que ainda limitam as mulheres na sociedade contemporânea.
Extremos: Um Mapa para Entender as Desigualdades no Brasil
Pedro Fernando Nery, ed.: Zahar, R$ 119,90 (368 págs.); R$ 39,90 (ebook)
Nery apresenta uma visão abrangente sobre as desigualdades brasileiras, conectando análises que tornam o tema interessante até para um público não acadêmico. O livro é um mapa indispensável para compreender as disparidades econômicas e sociais do país, além de fornecer importantes reflexões para formuladores de políticas públicas e acadêmicos.
O País dos Privilégios – Volume 1: Os Novos e Velhos Donos do Poder
Bruno Carazza, ed.: Companhia das Letras, R$ 94,90 (336 págs.), R$ 44,90 (ebook)
Carazza analisa de forma crítica as estruturas de poder que sustentam privilégios históricos e contemporâneos no Brasil. Com uma escrita envolvente, o autor desmistifica as dinâmicas de concentração de poder, riqueza e influência, tornando o livro uma relevante fonte de estudo para quem busca compreender as raízes das desigualdades brasileiras.
Tudo a Ler
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Letramento Racial: Uma Proposta de Reconstrução da Democracia Brasileira
Adilson José Moreira, ed.: Contracorrente, R$ 80 (386 págs.)
Moreira apresenta uma proposta para compreender e superar as desigualdades raciais no Brasil. É uma leitura importante para repensar a democracia brasileira, promovendo um entendimento profundo das relações raciais e oferecendo perspectivas para a construção de uma sociedade mais igualitária.
Acesso à Justiça: Uma Análise Multidisciplinar
Irapuã Santana do Nascimento da Silva, ed.: SaraivaJur, R$ 81 (216 págs.), R$ 68,85 (ebook)
Este livro, que havia tido uma edição menor e mais restrita em 2021, destaca a importância do acesso à Justiça como pilar fundamental da democracia. Santana explora os desafios enfrentados por populações vulneráveis e aponta caminhos para garantir que o sistema judicial seja verdadeiramente inclusivo, algo fundamental para o fortalecimento dos direitos no Brasil.
PATRÍCIA CAMPOS MELLO
Repórter especial da Folha, vencedora do prêmio Maria Moors Cabot
The Tech Coup: How to Save Democracy from Silicon Valley
Marietje Schaake, ed.: Princeton University Press, US$ 27.95 (336 págs.), $ 19.57 (ebook), importado
Vem da grande Marietje Schaake a mais nova adição à já extensa biblioteca de alertas contra os efeitos das big techs sobre a democracia. Na obra, esta que é uma das maiores lideranças em governança da internet mostra como as plataformas têm usado de forma eficiente a desculpa da “barreiras à inovação” para escapar de regulações e manter seu poder desenfreado, absorvendo poderes e funções que eram do Estado e deveriam servir ao interesse público. Schaake vai além do diagnóstico do problema e propõe uma série de medidas para reconquistar a soberania digital dos países.
The Age of Grievance
Frank Bruni, ed.: Simon & Schuster, US$ 28.99 (288 págs.), US$ 14.99 (ebook), importado
Bruni foi um dos principais colunistas do The New York Times durante anos e continua como colaborador do jornal, retratando com verve e sarcasmo as atribulações políticas dos Estados Unidos. Aqui, demonstra como a cultura do ressentimento foi instrumentalizada por políticos como Donald Trump e tomou conta do país. Culpar alguém e se sentir injustiçado ou vítima virou a regra, alerta Bruni —não aceitar resultado de eleições, acreditar que há um grupo de pedófilos que controlam o povo, barrar palestrantes em universidades em nome do progressismo…
O Homem Não Existe
Ligia Gonçalves Diniz, ed.: Zahar, R$ 89,90 (416 págs.), R$ 44,90 (ebook)
Não à toa este volume genial figura em inúmeras listas de melhores livros do ano. Misturando referências literárias, psicanálise, cinema e sacadas pessoais, o livro une erudição com humor para dissecar a relação do homem com sua masculinidade. Desde o momento em que Diniz explica a terminologia usada na obra —em que situações ela usa as palavras pinto, pênis ou pau— fica claro como o livro é um ensaio original e um deleite para leitura.
O Gosto da Guerra
José Hamilton Ribeiro, ed.: Companhia das Letras, R$ 99,90 (256 págs.), R$ 44,90 (ebook)
Que sorte para todos nós que a Companhia das Letras ampliou e relançou o seminal “O Gosto da Guerra”, o relato da experiência de Ribeiro cobrindo a guerra do Vietnã em 1968. A obra deveria ser leitura obrigatória para todo jornalista e aprendiz do ofício. O autor, que perdeu parte de uma perna ao pisar em uma mina, encara sua tragédia como mais uma grande reportagem e usa uma combinação de bom humor, empatia e atenção aos detalhes. A versão revista, editada por Matinas Suzuki Jr., ainda inclui uma seleção das melhores reportagens do jornalista na icônica revista Realidade.
Cada Um por Si e Deus Contra Todos
Werner Herzog, ed.: Todavia, R$ 99,90 (368 págs.), R$ 69,90 (ebook)
Esse livro vai decepcionar quem esperava uma experiência voyeurística do glamour de ser um dos diretores de cinema mais celebrados da história. O alemão prefere contar episódios idiossincráticos que ajudaram a moldar seu olhar e sua arte. Isso inclui relatos de como cresceu em um vilarejo isolado com a família na Baviera; como trabalhou como soldador, vigia de estacionamento e até contrabandista no México; e pessoas que marcaram sua vida, como o escritor Bruce Chatwin. E, claro, há bastidores como a epopeia da filmagem de “Fitzcarraldo”.
SYLVIA COLOMBO
Colunista da Folha, historiadora e jornalista especializada em América Latina
La Llamada – Un Retrato
Leila Guerriero, ed.: Anagrama, € 20.90 (432 págs.), € 12,99 (ebook) (importado)
A principal cronista argentina conta a incrível história real de Silvia Lanayru, uma adolescente que estudava no Colégio Nacional de Buenos Aires quando passou a lutar contra a ditadura militar. Foi presa, então grávida de cinco meses, e transferida para o Esma, onde funcionava um centro clandestino de tortura. Lanayru foi obrigada a realizar “tarefas especiais” a seus torturadores, mas saiu viva para contar sua história.
Surazo: Hans e Monika Ertl – Uma História Alemã na Bolívia
Karin Harrasser, ed.: Mundaréu, trad.: Daniel Martineschen, R$ 80 (288 págs.)
A autora alemã começou essa investigação querendo reunir o artesanato e a arte indígena na Bolívia. Mas no país descobre a aventuresca saga política que levou a guerrilheira de esquerda também alemã Monika Erlt. Ela era filha de um simpatizante do nazismo, o cineasta Hans Erlt, que fugiu depois da Segunda Guerra Mundial para a América do Sul. Harrasser refaz os passos de Monika até chegar ao momento em que ela vinga a morte do revolucionário Che Guevara.
He Decidido Declararme Marxista (Volume 1)
Jon Lee Anderson, ed. Debate, € 27.90 (792 págs.), € 12.99 (ebook) (importado)
O mais importante jornalista internacional dos nossos tempos, o americano Jon Lee Anderson, pluma fina da revista The New Yorker, lança essa obra em dois tomos dedicados a guerras e conflitos na Ásia, no Oriente Médio, na África e na América Latina. Anderson, além de ter vasta experiência e conhecimento histórico, não deixa de circular os continentes atrás de notícias, sendo inspiração a várias gerações de jornalistas. O volume dois será lançado em espanhol em janeiro.
Oração
María Moreno, ed.: Mundaréu, trad.: Sérgio Molina, R$ 84 (328 págs.)
A ensaísta, crítica literária e jornalista analisa as duas cartas que o montonero Rodolfo Walsh escreveu logo depois da morte de sua filha, Vicky, uma ativista de 26 anos que decidiu se matar quando se viu encurralada pelas forças da repressão. Walsh, também conhecido por sua literatura policial e política, vinha sendo bem traduzido no Brasil. Agora, a Mundaréu oferece o livro de Moreno, que introduz outros aspectos da vida e obra do autor.
Vértigos de lo Inesperado
Martín Sivak, ed.: Seix Barral, € 9,49 (ebook) (importado)
Jornalista argentino especializado na Bolívia, Sivak é o autor de “Jefazo”, primeira obra relevante sobre o êxito de Evo Morales no início de seu mandato. Nesse novo livro,o o tom é mais dark, e Sivak passa a tentar entender as razões por trás da obsessão de Morales por voltar a ser presidente do país, mesmo que a Constituição não permita, e mostra como a personalidade do líder e a geopolítica a seu redor mudaram.
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MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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MUNDO
Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
Leia mais notícia boa
Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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