POLÍTICA
Guerra Comercial se Intensifica | VEJA

PUBLICADO
5 meses atrásem

Murillo Aragão
Não há nenhuma surpresa nas atitudes de Donald Trump. No entanto, o que devemos questionar é quais as consequências de suas atitudes. De modo claro, a eleição de Donald Trump representava uma potencial e dramática mudança nas regras do comércio mundial. Sua posse e o consequente anúncio de medidas tarifárias confirmaram as expectativas.
A decisão de impor novas tarifas a parceiros comerciais importantes, como Canadá, Europa, México e China, pode desencadear uma série de reações econômicas e políticas, agravando a fragmentação do comércio global e o ressurgimento de medidas protecionistas. Os países impactados pelas estratégias de Trump provavelmente retaliarão com suas próprias medidas, tanto tarifárias quanto não tarifárias.
O conflito comercial com a China terá efeitos graves nas cadeias de suprimento globais, já que a China já deixou claro que pretende lutar até o fim para proteger seus interesses comerciais. O Canadá está na mesma posição, enquanto o presidente do México afirmou que o país tem planos A, B, C e D para lidar com a questão.
Como desdobramento, podemos esperar o endurecimento das regras de imigração e a imposição de restrições ao trânsito de mercadorias e, até mesmo, de pessoas. Países europeus e o Canadá, por exemplo, podem adotar medidas mais rígidas para a entrada de cidadãos e produtos americanos, impactando setores como turismo, tecnologia e serviços.
Por outro lado, a promessa de incentivos fiscais e vantagens tarifárias pode atrair indústrias globais para o território americano, o que é objetivo primordial de Trump. É também importante notar que as barreiras comerciais americanas podem incentivar uma maior cooperação comercial entre os países afetados e isolar ainda mais os EUA.
Canadá, México, UE e China poderiam fortalecer suas relações comerciais formando novos acordos e zonas de livre comércio que não estão abertas à América. Esta mudança poderia levar ao fortalecimento de blocos econômicos alternativos e a uma maior competição entre os mercados não-americanos. Mesmo o fraco acordo dos BRICS poderia se beneficiar do isolamento americano.
Por fim, a política de Trump, com as observações que fiz anteriormente, estabelece uma grave ruptura na ordem econômica e comercial global. Sua decisão, por exemplo, de construir reservas em criptomoedas, assim como sua defesa do dólar como moeda utilizada no comércio internacional, com certeza provocará um grande impacto nas finanças internacionais.
O mundo complexo em que vivemos atualmente, como escrevi em uma coluna no começo de fevereiro, é um “mundo muito maluco”, o qual o Brasil pode se beneficiar por ser, de um lado, um ator periférico na política internacional e, por outro, uma potência na produção de alimentos que terminam sendo essenciais para o mundo todo. Por ser periférico, pode não ser envolvido diretamemte no conflito. Já a produção de alimentos nos manterá em posição relevante no comércio internacional caso os Estados Unidos percam espaço na cadeia fornecedora mundial.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR

Matheus Leitão
Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99
“Estou muito envergonhado! Isto é uma indignidade inexplicável!” (Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda, usando as redes sociais para reclamar da troca de Carlos Lupi por Wolney Queiroz, seu desafeto no PDT, no comando do Ministério da Previdência Social)
Digital Completo
Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES
Revista em Casa + Digital Completo
Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês
*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.
PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Relacionado

Felipe Barbosa
Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99
Digital Completo
Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES
Revista em Casa + Digital Completo
Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês
*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.
PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Relacionado
POLÍTICA
A articulação para mudar quem define o teto de jur…

PUBLICADO
3 meses atrásem
5 de maio de 2025
Nicholas Shores
O Ministério da Fazenda e os principais bancos do país trabalham em uma articulação para transferir a definição do teto de juros das linhas de consignado para o Conselho Monetário Nacional (CMN).
A ideia é que o poder de decisão sobre o custo desse tipo de crédito fique com um órgão vocacionado para a análise da conjuntura econômica.
Compõem o CMN os titulares dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento e da presidência do Banco Central – que, atualmente, são Fernando Haddad, Simone Tebet e Gabriel Galípolo.
A oportunidade enxergada pelos defensores da mudança é a MP 1.292 de 2025, do chamado consignado CLT. O Congresso deve instalar a comissão mista que vai analisar a proposta na próxima quarta-feira.
Uma possibilidade seria aprovar uma emenda ao texto para transferir a função ao CMN.
Hoje, o poder de definir o teto de juros das diferentes linhas de empréstimo consignado está espalhado por alguns ministérios.
Cabe ao Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, fixar o juro máximo cobrado no consignado para pensionistas e aposentados do INSS.
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, é quem decide o teto para os empréstimos consignados contraídos por servidores públicos federais.
Na modalidade do consignado para beneficiários do BPC-Loas, a decisão cabe ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.
Já no consignado de adiantamento do saque-aniversário do FGTS, é o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que tem a palavra final sobre o juro máximo.
Atualmente, o teto de juros no consignado para aposentados do INSS é de 1,85% ao mês. No consignado de servidores públicos federais, o limite está fixado em 1,80% ao mês.
Segundo os defensores da transferência da decisão para o CMN, o teto “achatado” de juros faz com que, a partir de uma modelagem de risco de crédito, os bancos priorizem conceder empréstimos nessas linhas para quem ganha mais e tem menos idade – restringindo o acesso a crédito para uma parcela considerável do público-alvo desses consignados.
Ainda de acordo com essa lógica, com os contratos de juros futuros de dois anos beirando os 15% e a regra do Banco Central que proíbe que qualquer empréstimo consignado tenha rentabilidade negativa, a tendência é que o universo de tomadores elegíveis para os quais os bancos estejam dispostos a emprestar fique cada vez menor.
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login