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Hopfield, Hinton homenageado com prêmio de física – DW – 10/12/2024

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A apresentação anual do Prêmios Nobelnuma cerimónia especial em Estocolmo, na Suécia, em Dezembro, reconhece conquistas cruciais na ciência.

O prêmio de física deste ano reconhece conjuntamente John Hopfield e Geoffrey Hinton por suas pesquisas em aprendizado de máquina com redes neurais artificiais.

Quando anunciado em Outubro, o comité do Prémio Nobel observou que os humanos possuíam uma capacidade de aprendizagem única que supera outras espécies do planeta.

“Podemos reconhecer imagens e fala, e associá-las a memórias e experiências passadas – milhares de milhões de neurónios interligados dão-nos capacidades cognitivas únicas”, disse Ellen Moons, presidente do comité de física.

“As redes neurais artificiais são inspiradas nisso.”

A partir desta inspiração, tanto Hopfield quanto Hinton foram pioneiros nos primeiros desenvolvimentos de redes neurais artificiais, cooptando a física estatística e computacional para construir sistemas capazes de armazenar e recriar informações.

A ciência climática também beneficiou da capacidade das redes neurais para expandir as capacidades de modelação, enquanto os cuidados de saúde estão cada vez mais a implementar inteligência artificial (IA) tecnologia para analisar e diagnosticar doenças.

Ao elogiar o trabalho de Hopfield e Hinton, Moons também reconheceu o consequências do seu uso indevido.

“Embora a aprendizagem automática tenha enormes benefícios, o seu rápido desenvolvimento também levantou preocupações sobre o nosso futuro. Coletivamente, os humanos carregam a responsabilidade de usar esta nova tecnologia de uma forma segura e ética para o maior benefício da humanidade.”

Hinton: ‘O aprendizado de máquina excederá as pessoas em habilidades intelectuais’

Agora, ganhador do Prêmio Nobel, o cientista da computação e psicólogo cognitivo anglo-canadense Geoffrey Hinton falou à imprensa logo após o anúncio dos vencedores.

“Estou pasmo, não tinha ideia de que isso iria acontecer, estou muito surpreso”, disse Hinton sobre sua reação à notícia.

Os ganhadores do Nobel são informados de que ganharam o prêmio o mais próximo possível do anúncio. Às vezes não podem ser contatados, tal é a importância de manter em segredo a identidade do ganhador de cada prêmio.

Hinton disse com certeza que os avanços nas redes neurais realizados hoje terão uma enorme influência na humanidade.

“Isso será comparável à revolução industrial. O aprendizado de máquina excederá as pessoas em habilidades intelectuais”, acrescentou.

Embora tenha listado as inúmeras aplicações, como cuidados de saúde, assistentes de IA e aumentos na produtividade do trabalho, ele também apontou as observações de Moons sobre a ameaça que a IA poderia representar se os humanos perdessem o controlo da tecnologia.

Hinton também admitiu usar Bate-papoGPT4 — um grande modelo de linguagem convencional — frequentemente. “Não confio totalmente nisso, pois às vezes pode ter alucinações”, acrescentou.

IA, aprendizado de máquina e aprendizado profundo – explicado de forma simples

Termos como aprendizado de máquina, inteligência artificial e aprendizagem profunda foram amplamente utilizados no anúncio do Prêmio Nobel.

Os avanços na ciência da computação levaram a extensas pesquisas nessas áreas, disse o secretário-geral da Real Academia Sueca de Ciências, Hans Ellengren.

Embora a IA seja um termo abrangente usado para descrever sistemas que emulam a inteligência humana, o aprendizado de máquina descreve como os sistemas são capazes de aprender com os dados e melhorar a tomada de decisões preditivas.

A física estatística usada por ambos os destinatários em seus trabalhos ao longo das décadas de 1980 e 1990 lançou as bases para a IA moderna. Os primeiros trabalhos de Hopfield e Hinton estabeleceram redes neurais capazes de recuperar informações com base em entradas anteriores.

Hoje, as redes neurais são os blocos de construção dos modelos de aprendizagem profunda, assim como os neurônios são os blocos de construção do sistema nervoso humano. Assim como os neurônios estão ligados por sinapses no cérebro, as redes neurais artificiais são compostas de camadas de nós.

Uma rede neural simples possui apenas algumas camadas, mas modelos complexos devem ter mais de três camadas, o que lhe dá o poder de resolver problemas mais complexos.

Profundamente falso: usando IA para descobrir fraudes

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“Surpreendente, mas justificado”, dizem físicos à DW

“Totalmente justificado e totalmente corajoso por parte do comitê. Porque embora Hopfield seja um físico treinado, Hinton não é”, disse à DW o físico teórico Tilman Plehn, da Universidade de Heidelberg.

Ele se refere a Hinton como o inventor do aprendizado profundo. “Hopfield lançou as bases e Hinton tornou-as utilizáveis. Ele é um visionário. Nos anos 90, ninguém queria realmente pensar neste novo campo. Mas ele não desistiu. Ele é a imagem de um investigador interdisciplinar,” Plehn acrescenta.

“Físicos como eu usam o aprendizado profundo e de máquina o tempo todo como um método para obter mais poder dos dados”, disse a física de partículas Marumi Kado à DW. Ele usa redes neurais para interpretar bilhões de fotos tiradas por uma câmera especializada de colisões de partículas, minúsculas demais para o olho humano.

“A transparência no desenvolvimento e aplicação de métodos de IA é muito importante. No entanto, uma discussão política sobre os perigos potenciais da IA ​​é absolutamente necessária e deve acompanhar a investigação em ciência da computação, matemática e física”, disse Michael Krämer, físico teórico da Universidade de Aquisgrano.

Como regular a inteligência artificial

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‘Padrinho da IA’: Quem é Geoffrey Hinton?

Aclamado como o “Padrinho da IA” e um pioneiro nesse campo, Geoffrey Hinton já expressou pesar pelo seu papel no avanço da IA, particularmente no que diz respeito aos seus potenciais impactos futuros. “Se eu não tivesse feito isso, outra pessoa teria feito”, disse ele ao New York Times ano passado.

Em 2017, o jovem de 76 anos foi cofundador do Vector Institute em Toronto e tornou-se seu principal consultor científico. Um ano depois, juntamente com Yoshua Bengio e Yann LeCun, Hinton recebeu o prestigioso Prêmio Turing, muitas vezes chamado de “Prêmio Nobel da Computação”, por seu trabalho inovador em aprendizagem profunda. O trio, apelidado de “Padrinhos do Aprendizado Profundo”, continuou a dar palestras públicas juntos.

Em maio de 2023, Hinton renunciou ao cargo na Googleonde trabalhou durante mais de uma década para poder expressar livremente as suas preocupações sobre os riscos associados à IA, incluindo a sua potencial utilização indevida, deslocação de empregos e ameaças existenciais de sistemas avançados.

Ele enfatizou a necessidade de colaboração entre os desenvolvedores de IA para estabelecer diretrizes de segurança e prevenir resultados prejudiciais.

Editado por: Wesley Dockery, Matthew Agius



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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