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Jornalista guatemalteco recebe prisão domiciliar após dois anos atrás das grades | Notícias sobre liberdade de imprensa
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Um proeminente jornalista investigativo foi libertado para prisão domiciliar na Guatemala, depois que seu caso lançou luz sobre questões de retrocesso democrático no país.
José Rubén Zamorao premiado fundador do jornal El Periodico, estava preso há mais de 800 dias enquanto aguarda um novo julgamento por acusações de lavagem de dinheiro.
Mas um juiz decidiu na sexta-feira que o sistema legal não poderia mais manter o jornalista preso enquanto o seu caso continuava a tramitar nos tribunais.
“Estamos impondo prisão domiciliar”, decidiu o juiz Erick Garcia na sexta-feira. Garcia acrescentou que Zamora será obrigado a comparecer a cada oito dias perante as autoridades, para garantir o seu cumprimento. “Ele também está proibido de sair do país sem autorização judicial.”
Antes da sua prisão e detenção, Zamora construiu uma reputação como um dos principais jornalistas de investigação da Guatemala, lançando investigações sobre corrupção nos mais altos níveis do governo.
Grupos de defesa da liberdade de imprensa – e o próprio Zamora – argumentaram que a sua prisão foi uma retaliação pelas suas reportagens e pela sua redação no El Periodico.
Antes da decisão de sexta-feira, 19 grupos internacionais de defesa e direitos humanos emitiram um carta aberta ao governo da Guatemala pedindo que o devido processo seja respeitado no caso de Zamora.
Os signatários, que incluíam a Amnistia Internacional e o Comité para a Proteção dos Jornalistas, também denunciaram “as violações dos seus direitos humanos”.
“Especialistas internacionais levantaram preocupações alarmantes de que as condições da prisão de Zamora poderiam constituir tortura e tratamento cruel e desumano”, escreveram.
“Tais condições constituem uma grave violação da dignidade humana e da justiça.”
O caso de Zamora há muito que está repleto do que os críticos consideram irregularidades surpreendentes.
Em julho de 2022, ele foi preso por suposta lavagem de dinheiro. Posteriormente, os promotores apresentaram um segundo conjunto de acusações contra ele, por obstrução da justiça e uso de documentos falsificados.
Contudo, os defensores da liberdade de imprensa dizem que o caso de Zamora reflecte outras tentativas na Guatemala de utilizar o sistema judicial para silenciar os críticos.
Advogados e juízes anteriormente envolvidos na acusação de corrupção foram alvo de investigação, tendo alguns sido forçados a fugir do país.
Um esforço apoiado pelas Nações Unidas para reprimir a corrupção, a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), também foi encerrada abruptamente em 2022, após uma reação do governo.
Os jornalistas também foram apanhados na mira, pois alguns enfrentaram o que consideraram acusações forjadas.
Os repórteres do El Periódico, por exemplo, que cobriram o julgamento de Zamora enfrentaram acusações de conspiração para obstruir a justiça.
O próprio jornal foi forçado a fechar em maio de 2023, após divulgar um comunicado dizendo: “A perseguição se intensificou, assim como o assédio aos nossos anunciantes”.
O próprio Zamora há muito que afirma a sua inocência, alegando que as acusações eram uma resposta ao seu trabalho de investigação da corrupção.
Os promotores inicialmente buscaram uma sentença de 40 anos em seu caso de lavagem de dinheiro. Em junho de 2023, um tribunal condenou-o a seis anos na prisão.
Mas alguns meses depois, em outubro de 2023, um tribunal de recurso anulou a sentença. Desde então, Zamora aguarda atrás das grades uma decisão sobre um novo julgamento.
Até sexta-feira, ele estava detido na prisão Mariscal Zavala, na Cidade da Guatemala, há quase 810 dias.
Entre as irregularidades no caso de Zamora está o seu elenco rotativo de advogados de defesa: os críticos apontam que pelo menos 10 membros da sua equipa de defesa foram forçados a demitir-se, alegando pressões externas.
Outros questionaram a qualidade das evidências. A acusação de branqueamento de capitais decorre, em parte, do testemunho de um ex-banqueiro desonrado, Ronald Garcia Navarijo, ele próprio acusado de corrupção.
Na sua carta de sexta-feira, as organizações internacionais de direitos humanos qualificaram a situação de Zamora como “parte de uma tendência mais ampla e profundamente preocupante” de criminalização de oponentes e críticos políticos.
“Esta tática é frequentemente utilizada contra defensores dos direitos humanos, jornalistas, funcionários judiciais e outros”, escreveram.
A secção das Américas do Comité para a Proteção dos Jornalistas, um grupo de liberdade de imprensa envolvido na carta, emitiu uma declaração separada após a decisão, aplaudindo a transição de Zamora para a prisão domiciliária.
“Este passo em frente marca uma nova etapa para ele, sua família e todos aqueles que lutaram incansavelmente por sua liberdade”, afirmou. escreveu nas redes sociais.
Por sua vez, Zamora disse à mídia local na Guatemala: “Espero poder ir para casa dormir esta noite, embora não tenha dúvidas de que encontrarão uma maneira de me trancar novamente”.
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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre
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19 de novembro de 2025A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.
Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”
O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”
A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.”
A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.
Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre
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19 de novembro de 2025A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.
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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre
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19 de novembro de 2025A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.
Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.
“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.
Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.
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