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Longas na vida curta – 19/10/2024 – Ruy Castro

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Não se passa um dia sem que, ao ler uma reportagem ou conversar com alguém sobre cinema, eu não fique confuso. As pessoas falam sobre o longa que viram ontem, perguntam-me se já fui assistir a esse ou aquele longa, qual o meu longa favorito do Woody Allen ou se tenho uma lista dos maiores longas do cinema. Significa que os filmes não são mais filmes. São longas. E o que me intriga é por que isso aconteceu. Sempre pensei que a classificação de “longa” para um filme fosse para diferenciá-lo dos “curtas”, que são os curtas-metragens. Mas quantos “curtas” assistimos por ano no cinema a ponto de precisar distingui-los dos “longas”?

Conheço o cinema desde o tempo do cinema surdo, e os únicos curtas a que me lembro de ter assistido foram os desenhos de Tom & Jerry ou Pernalonga. Tinham a metragem de um rolo —oito minutos. E o que se seguia a eles não era um “longa”, mas um filme de metragem normal, com entre uma hora e meia e duas de projeção. Noventa e nove por cento dos filmes duravam esse tempo.

O um por cento restante, sim, eram os longas-metragens: filmes como “Ben-Hur” (1959), de William Wyler, com 3h32; “Lawrence da Arábia” (1963), de David Lean, com 3h57; e o campeão em todos os sentidos, “E o Vento Levou” (1939), de Victor Fleming, com 4h03. “Berlim Alexanderplatz” (1980), de Reiner Werner Fassbinder, foi feito como série para a TV alemã, mas, com nada menos que 15h30, chegou também às telas —acho que o espectador tinha de se hospedar no cinema, como num hotel. Não fui ver, por medo de morrer de velhice.

Os longas, ou seja, filmes com três ou mais horas de projeção, precisavam ser blockbusters porque, com muito tempo na tela, tinham menos sessões por dia. Os estúdios só os bancavam se fossem bilheteria certa. Mas, às vezes se enganavam e tinham de engoli-los, casos de “O Rei dos Reis” (1960), de Nicholas Ray, com 2h41, “A Bíblia” (1966), de John Huston, com 2h54, e o campeão mundial do prejuízo, “Cleópatra” (1963), de Joseph L. Manckiewicz, com 4h03, que quase quebrou a Fox.

Se, hoje, qualquer filme de 1h30 é um “longa”, é porque a vida deve ter ficado curta.


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Ufac homenageia professores com confraternização e show de talentos — Universidade Federal do Acre

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Ufac homenageia professores com confraternização e show de talentos — Universidade Federal do Acre

A reitora da Ufac, Guida Aquino, e a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, realizaram nessa quarta-feira, 15, no anfiteatro Garibaldi Brasil, uma atividade em alusão ao Dia dos Professores. O evento teve como objetivo homenagear os docentes da instituição, promovendo um momento de confraternização. A programação contou com o show de talentos “Quem Ensina Também Encanta”, que reuniu professores de diferentes centros acadêmicos em apresentações musicais e artísticas.

“Preparamos algo especial para este Dia dos Professores, parabenizo a todos, sou muito grata por todo o apoio e pela parceria de cada um”, disse Guida.

Ednaceli Damasceno parabenizou os professores dos campi da Ufac e suas unidades. “Este é um momento de reconhecimento e gratidão pelo trabalho e dedicação de cada um.”

O presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara, reforçou o orgulho de pertencer à carreira docente. “Sinto muito orgulho de dizer que sou professor e que já passei por esta casa. Feliz Dia dos Professores.”

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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PZ e Semeia realizam evento sobre Dia do Educador Ambiental — Universidade Federal do Acre

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PZ e Semeia realizam evento sobre Dia do Educador Ambiental — Universidade Federal do Acre

O Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia) realizaram o evento Diálogos de Saberes Ambientais: Compartilhando Experiências, nessa quarta-feira, 15, no PZ, em alusão ao Dia do Educador Ambiental e para valorizar o papel desses profissionais na construção de uma sociedade mais consciente e comprometida com a sustentabilidade. A programação contou com participação de instituições convidadas.

Pela manhã houve abertura oficial e apresentação cultural do grupo musical Sementes Sonoras. Ocorreram exposições das ações desenvolvidas pelos organizadores, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sínteses da Biodiversidade Amazônica (INCT SinBiAm) e SOS Amazônia, encerrando com uma discussão sobre ações conjuntas a serem realizadas em 2026.

À tarde, a programação contou com momentos de integração e bem-estar, incluindo sessão de alongamento, apresentação musical e atividade na trilha com contemplação da natureza. Como resultado das discussões, foi formada uma comissão organizadora para a realização do 2º Encontro de Educadores Ambientais do Estado do Acre, previsto para 2026.

Compuseram o dispositivo de honra na abertura o coordenador do PZ, Harley Araújo da Silva; a secretária municipal de Meio Ambiente de Rio Branco, Flaviane Agustini; a educadora ambiental Dilcélia Silva Araújo, representando a Sema; a pesquisadora Luane Fontenele, representando o INCT SinBiAm; o coordenador de Biodiversidade e Monitoramento Ambiental, Luiz Borges, representando a SOS Amazônia; e o analista ambiental Sebastião Santos da Silva, representando o Ibama.

 



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Curso de extensão da Ufac sobre software Jamovi inscreve até 26/10 — Universidade Federal do Acre

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Curso de extensão da Ufac sobre software Jamovi inscreve até 26/10 — Universidade Federal do Acre

O curso de extensão Jamovi na Prática: Análise de Dados, da Ufac, está com inscrições abertas até 26 de outubro. São oferecidas 30 vagas para as comunidades acadêmica e externa. O curso tem carga horária de 24 horas e será realizado de 20 de outubro a 14 de dezembro, na modalidade remota assíncrona, pela plataforma virtual da Ufac. É necessário ter 75% das atividades realizadas para obter o certificado.

O objetivo do curso é capacitar estudantes e profissionais no uso do software Jamovi para realização de análises estatísticas de forma intuitiva e eficiente. Com uma abordagem prática, o curso apresenta desde conceitos básicos de estatística descritiva até testes inferenciais, correlação, regressão e análise de variância.

Serão explorados recursos de importação e tratamento de dados, interpretação de resultados e elaboração de relatórios. Ao final, o participante estará apto a aplicar o Jamovi em pesquisas acadêmicas e profissionais, otimizando processos de análise e apresentação de dados com rigor científico e clareza.

 



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