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Lula pode ser candidato? Saiba o que acontece agora

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Um novo recurso apresentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a condenação no caso do triplex em Guarujá (SP) foi negado nesta segunda-feira (26) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

A defesa de Lula apresentou os chamados embargos de declaração apontando o que considerou como “omissões”, “contradições” e “obscuridades” na sentença. Os desembargadores da 8ª Turma, porém, mantiveram a condenação e a pena de 12 anos e 1 mês de prisão.

Agora, a defesa terá 12 dias, contados a partir da publicação do acórdão, para apresentar no próprio TRF-4 um último recurso, que seriam os “embargos dos embargos”. Esta será a etapa final de tramitação do processo na 2ª instância.

No caso do triplex, Lula é acusado de receber o imóvel no litoral de SP como propina dissimulada da construtora OAS para favorecer a empresa em contratos com a Petrobras. O ex-presidente nega as acusações e afirma ser inocente.

Veja os próximos passos:

  • A defesa informou que vai aguardar a publicação do acórdão (documento que oficializa a decisão) para estudar que tipo de recurso apresentará ao TRF-4
  • Esgotadas as possibilidades de recurso na segunda instância, a defesa de Lula poderá recorrer contra a condenação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF)

Prisão

Lula poderia ser preso assim que acabassem os recursos no TRF-4, mas uma liminar (decisão provisória) do STF impede sua prisão até o dia 4 de abril.

Nessa data, os ministros do Supremo deverão concluir o julgamento do pedido de habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Lula.

Candidatura de Lula

A Lei da Ficha Limpa impede que condenados por um tribunal colegiado (como o TRF-4) se candidatem depois de encerrados todos os recursos na 2ª instância.

Na esfera eleitoral, a situação de Lula é definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que deverá analisar um eventual registro de candidatura do ex-presidente – o que deve acontecer no segundo semestre deste ano.

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POLÍTICA

Lula aposta nos programas sociais como estratégia…

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Lula aposta nos programas sociais como estratégia...

Victoria Bechara

Durante a campanha eleitoral de 2022, poucos dias antes do segundo turno, Lula divulgou uma carta ao povo evangélico em que reforçou o seu compromisso com a liberdade de crença, citou iniciativas de seus mandatos anteriores para esse segmento e prometeu estimular a parceria com igrejas para tirar o povo da miséria. No documento, o então candidato à Presidência ressaltou o trabalho social de lideranças religiosas com os mais pobres. “O povo brasileiro está numa condição de desespero, e precisaremos muito da ajuda das igrejas para, o quanto antes, reverter essa situação”, escreveu. A tática do petismo era clara: acenar com o seu vasto arsenal de programas sociais para uma parcela da população que é, em sua maioria, periférica e de baixa renda. De pregação de campanha o negócio se transformou em política do governo, com o objetivo claro de tentar diminuir o abismo que distancia a esquerda do eleitorado evangélico, principalmente desde a ascensão do bolsonarismo.

ACREDITA - Wellington Dias: ministro se aproxima de igrejas com parcerias (Ricardo Stuckert/PR)

Principal nome na linha de frente dessa política, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, vem nos últimos meses assinando protocolos de intenção com associações e igrejas para que elas possam identificar e inscrever no Cadastro Único (CadÚnico) pessoas em condições de ser beneficiadas por programas sociais. Cerca de oitenta entidades religiosas aderiram à parceria, a grande maioria evangélica, entre elas várias denominações da Assem­bleia de Deus, a maior do segmento no Brasil. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), uma das maiores entidades católicas do país, também fechou acordo. Segundo a pasta, cerca de 2 000 líderes religiosos passaram por capacitação para atuar em programas sociais no Rio de Janeiro, o estado que tem sido o principal alvo da investida — não por acaso reduto do clã Bolsonaro e base de líderes evangélicos bolsonaristas influentes, como o pastor Silas Malafaia. Há iniciativas também em Brasília e no Piauí, terra do ministro, mas a intenção é expandi-las para todos os estados. Em torno de 5 000 pessoas em situação de vulnerabilidade social foram apontadas por essas lideranças para receber benefícios ou participar de cursos de qualificação profissional.

A iniciativa ganhou força com a sanção em outubro do programa Acredita no Primeiro Passo, que prevê ações como capacitação profissional e acesso a microcrédito com juros baixos para pequenos empreendedores. “Essa parceria é fundamental para fortalecermos nossas ações de combate à pobreza e promoção do desenvolvimento social”, afirmou Wellington Dias ao assinar um protocolo com entidades do Rio de Janeiro, em junho. Os termos de compromisso têm duração de três anos, com possibilidade de prorrogação, e preveem a implementação de diversas ações conjuntas para acelerar a inclusão social e produtiva da população mais pobre.

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A tese do governo é aproveitar a capilaridade das igrejas para chegar aonde o estado não chega. Segundo o Censo de 2022, divulgado pelo IBGE, as periferias têm mais estabelecimentos religiosos do que a soma de instituições de ensino e de saúde — nas favelas, há 18,2 igrejas para cada hospital e seis igrejas para cada escola.

O Planalto também quer usar o Acredita para atender à demanda crescente da população da periferia pelo empreendedorismo, um desejo que ficou bem claro nas eleições deste ano. O intuito é realizar até 2026 cerca de 1,25 milhão de transações de microcrédito, o que poderá injetar mais de 7,5 bilhões de reais na economia. As parcerias envolvem inclusão em programas sociais como Bolsa Família e Minha Casa, Minha, Vida. O papel básico das igrejas é verificar o enquadramento das pessoas nas regras do governo e encaminhar os cadastros. “As igrejas evangélicas entendem os processos que vivem as populações periféricas, as populações rurais, onde as políticas públicas demoram a chegar. Elas têm conhecimento de causa”, diz Gutierres Barbosa, coordenador do setorial inter-­religioso do PT.

PODER - Líderes da bancada evangélica com Hugo Motta e Lira: troca de guarda em 2025
PODER - Líderes da bancada evangélica com Hugo Motta e Lira: troca de guarda em 2025 (@fparlamentarevangelica/Facebook)
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Em outra frente de esforços na mesma direção, Lula sancionou recentemente a criação do Dia Nacional do Pastor e da Pastora Evangélica e do Dia da Música Gospel. O governo ainda articula pela aprovação da proposta de emenda constitucional 5/2023, a “PEC das Igrejas”, que amplia a imunidade tributária a templos religiosos. O texto foi apresentado pelo deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, que atua diretamente nas negociações com o Ministério da Fazenda. “A parceria social com as igrejas evangélicas é muito importante. Ao mesmo tempo, é necessário que o presidente Lula abra um diálogo permanente”, defende a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), uma das representantes do segmento no Congresso.

Além da busca pelo apoio do eleitor evangélico, Lula avança na cooptação de lideranças políticas ligadas à comunidade. Na Câmara, a troca de comando na Frente Parlamentar Evangélica, em fevereiro de 2025, pode ser um fator positivo para o Planalto. O deputado Otoni de Paula (MDB-­RJ), ex-­apoiador de Bolsonaro e neoaliado de Lula, é o favorito para presidir o poderoso agrupamento, que tem 220 deputados. Em outubro, ele participou do evento para a criação do Dia da Música Gospel e elogiou o presidente, o que causou críticas do bolsonarismo. “É muito importante que a gente avance na capacidade da frente de dialogar com o governo”, diz. A ala mais bolsonarista do grupo, porém, é resistente ao nome de Otoni justamente por causa da aproximação com Lula. Nos bastidores, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Eli Borges (PL-TO) trabalham pela candidatura de Gilberto Nascimento (PSD-SP). Já o atual presidente, Silas Câmara (Republicanos-­AM), defende o nome de Otoni. Tradicionalmente, a escolha do novo líder se dá por consenso, sem eleição.

DE OLHO - Marcos Pereira: cacique e bispo da Universal pode virar ministro
DE OLHO - Marcos Pereira: cacique e bispo da Universal pode virar ministro (Douglas Gomes/Lid Republicanos/.)
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Como um passo futuro dentro da mesma política de tentativa de melhorar a relação de Lula com esse segmento político, cogita-se a nomeação de um ministro evangélico em uma eventual reforma em 2025. Entre os cotados estão Eliziane Gama, a deputada petista Benedita da Silva e o advogado-geral da União, Jorge Messias. O deputado Marcos Pereira, presidente do Republicanos, é outra possibilidade. Bispo licenciado da Universal, ele abriu mão de disputar a presidência da Câmara para apoiar Hugo Motta e pode ganhar um prêmio de consolação que aproximaria mais o Republicanos de Lula — a sigla já tem o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.



O esforço petista pelos evangélicos não é despropositado: o segmento é um dos que têm se mostrado mais arredios a Lula. Pesquisa CNT/MDA de avaliação do governo feita em novembro mostra que a desaprovação ao trabalho do petista é maior entre os religiosos dessa vertente, que também está mais inclinada ao bolsonarismo, atraída por pautas de costumes, como a rejeição ao aborto, às políticas de gênero e à descriminalização de drogas. Embora não tenha dado tração a nenhum desses temas em seu atual governo, Lula sempre ficou exposto à exploração política pela ala bolsonarista, muitas vezes baseada na disseminação de fake news. Em setembro de 2023, por exemplo, deputados viralizaram uma notícia falsa de que o governo teria decretado a instalação de banheiros unissex em escolas e instituições de ensino no Brasil. Como o governo dificilmente vai conseguir algum avanço por meio da fé e da discussão de pautas de cunho moral, o investimento se dá agora por meio da estratégia de mirar uma parte sensível desse eleitorado e das lideranças evangélicas com outro apelo: a oferta de prosperidade e de ascensão social. Resta saber se essa crença dará resultado.

Publicado em VEJA de 6 de dezembro de 2024, edição nº 2922



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O polêmico influenciador que é aposta do PT para a…

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O polêmico influenciador que é aposta do PT para a...

Hugo César Marques

De tempos em tempos, a internet produz fenômenos meteóricos, influenciadores que atraem milhares de seguidores e usam certos talentos para os mais variados fins. Normalmente são jovens, dominam as técnicas e a linguagem das redes sociais e ganham muito dinheiro. O paulista Thiago dos Reis é um exemplo. Recentemente, ele foi um dos palestrantes convidados pela Fundação Perseu Abramo, entidade ligada ao Partido dos Trabalhadores, para expor seus conhecimentos sobre as novas formas de comunicação. Nas últimas semanas, o partido esteve ouvindo sugestões de especialistas sobre as melhores maneiras de enfrentar os futuros desafios da legenda, especialmente no campo eleitoral. E a comunicação, segundo lideranças petistas, está no topo das preocupações. O diagnóstico é que militantes, dirigentes e os próprios políticos do PT continuam sendo massacrados pelos opositores na “disputa de narrativas” que acontece no universo digital. Como mudar essa situação? Thiago dos Reis foi instado a dar essa resposta.

O influenciador, de 36 anos, tem mais de 3 milhões de seguidores. Do alto de sua experiência, ele receitou algumas técnicas que podem ajudar a impulsionar as ideias e reforçar as posições do partido nas redes sociais. Primeiro, é preciso aprender a enganar. Thiago sugere, entre outras coisas, que os militantes que não podem ou não querem aparecer criem “contas anônimas” e passem a postar algum tipo de conteúdo que nada tenha a ver com política, mas que atraia a atenção dos internautas. À medida que o número de seguidores for aumentando, o autor do perfil começa a inserir determinadas opiniões sobre temas, uma espécie de propaganda subliminar. “Você vai tentando crescer essa conta, falando sobre algo do seu nicho, que não seja algo de política. Vê o que dá certo, o que não dá e tudo mais. Aí você joga um pouquinho de política aqui, um pouquinho ali”, ensinou.

Filiado ao PT, o influenciador disse que esse truque já é usado pela “extrema direita” — e citou o deputado Nikolas Ferreira como exemplo. “O Nikolas tem 11 milhões de seguidores no Instagram, ganhou 3 ou 4 milhões este ano, como? Ele tem centenas de contas evangélicas que compartilham o que ele fala quando diz alguma coisa que essas contas acham que o povo evangélico vai gostar. Então ele fura a bolha”, ressaltou. Essa estratégia é capaz de criar um debate artificial que mobiliza os internautas. Num contexto eleitoral, o influenciador afirma até que esses movimentos são mais importantes do que as campanhas tradicionais. “Hoje tem mais gente que define seu voto pelo que consome nas redes sociais e no celular do que pelo que vê nas ruas”, disse ele.

MEUS VALORES - Exemplos de posts: o influenciador petista tem 3 milhões de seguidores, ataca os adversários do governo e do partido, não poupa xingamentos, já teve publicações apagadas por serem mentirosas e sua conta numa rede social foi cancelada, o que ele classificou como “censura” (./.)

A atual polêmica sobre o pacote de gastos foi citado como um caso exemplar da fragilidade petista nas redes. “O Lula está numa luta enorme com o mercado. Já tivemos editoriais dos maiores jornais do Brasil exigindo que ele corte gastos, que tem que cortar da saúde, da educação. Tem até gente de esquerda disseminando fake news de que o Lula queria cortar no BPC, que ele queria cortar o FGTS, que ele queria atacar o piso da saúde, da educação. E o Lula tá lá, ele e o Haddad, defendendo exatamente os interesses da população contra o mercado financeiro. Você não vê uma estratégia de comunicação para fazer isso chegar nas pessoas”, diz Thiago. É aí que os perfis anônimos entrariam em ação. Os “influenciadores” defenderiam a posição do governo, inundando as redes com uma “enxurrada” de mensagens favoráveis ao pacote, mas sem que ninguém soubesse que o conteúdo estaria sendo produzido por militantes ocultos. “Não tem nada de antiético nesse caso”, disse ele a VEJA. “Você não pode entrar numa guerra num terreno sem lei (que são as redes) em que o outro lado tem metralhadoras e achar que vai vencer usando só estilingues”, justifica.

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Saudado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, como “um grande companheiro”, o influenciador costuma usar seus canais digitais para desqualificar os adversários do governo e do partido. Recentemente, ele chamou o deputado Nikolas Ferreira de “vagabundo”. O problema é que, eventualmente, ele também usa as tais metralhadoras para postar notícias falsas. Por conta disso, já teve publicações apagadas após verificadores independentes comprovarem que eram mentirosas e sua conta no X foi cancelada por motivos semelhantes — em 2020, ele divulgou que o então presidente Jair Bolsonaro havia sido contaminado pelo coronavírus. Na mensagem, ele deseja a Bolsonaro o mesmo que o filho do ex-presidente teria desejado a Marielle. Na época em que esse cancelamento ocorreu, a propósito, o influenciador reclamou que estava sendo vítima de “censura”. “O bolsonarismo usa milhares de contas anônimas para atacar a democracia e as instituições. O nosso lado deveria começar a usar exatamente as mesmas estratégias para defendê-­las”, ressalta. Apesar de tudo isso, Thiago é um fenômeno. Seus vídeos acumulam mais de 1 bilhão de visualizações. É essa experiência de sucesso que o PT ouve, elogia e, ao que tudo indica, pode até replicar.

Publicado em VEJA de 6 de dezembro de 2024, edição nº 2922



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A briga no clã Bolsonaro pelo nome na urna em 2026

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A briga no clã Bolsonaro pelo nome na urna em 2026

Matheus Leitão

 

O clã Bolsonaro resolveu brigar publicamente pela vaga na urna eletrônica (contém certa ironia) da eleição presidencial de 2026.

É que a inelegibilidade do ex-presidente e a provável condenação pela tentativa de abolir violentamente o estado democrático de direito fez o deputado Eduardo Bolsonaro, o filho Zero 3, dar um passo à frente.

Em reunião do CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), em Buenos Aires, onde discursou em um painel, Eduardo afirmou: “O plano A é Jair Bolsonaro, posso ser o plano B”.

Horas depois, Jair Bolsonaro resolveu desautorizar o filho. Em entrevista à rádio gaúcha, o líder da extrema-direita, defensor da tortura para opositores políticos, disse ser o “o plano A, B e C”.

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“A não ser depois da minha morte física ou política em definitivo que eu vou pensar em possível nome” afirmou, Jair Bolsonaro, segundo reportagem de Carlos Villela.

Ora, ora, senhor ex-presidente! Após sua morte física o senhor não poderá pensar em mais nada. Ou não sabe disso?

Já depois da morte política seu pensamento valerá muito pouco, assim como já acontece hoje após indiciamentos e condenações na corte eleitoral.

Ter que exautorar publicamente seu filho é só mais uma prova disso!





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