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Mamíferos gigantes viveram no Brasil até 3.500 anos atrás – 28/01/2025 – Ciência

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Ana Bottallo
Áreas abertas dos atuais biomas caatinga e cerrado podem ter servido de habitat para diversas espécies de animais —hoje extintas— até aproximadamente 3.500 anos atrás. Antes, pensava-se que essa fauna desaparecera há cerca de 11 mil anos.
Até pouco tempo, havia uma ideia bem difundida no meio científico de que as espécies de mamíferos gigantes que viveram durante o Pleistoceno (de 2,6 milhões a 11,7 mil anos atrás), conhecida como megafauna, foram extintas por uma combinação de mudança climática e caça humana no final da última Era Glacial.
Mas um novo estudo liderado por pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), do Museu de Pré-História de Itapipoca (Ceará) e da UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul) põe em xeque essa hipótese. O trabalho sugere que houve a sobrevivência dessa fauna por um período pelo menos 8.000 anos além do esperado. O novo achado foi publicado no periódico científico Journal of South American Earth Sciences.
Animais pré-históricos como o tigre-dentes-de-sabre sul-americano (Smilodon populator), a preguiça gigante Eremotherium, o xenorrinotério (Xenorhinotherium bahiense) e a lhama antiga (Paleolama major) foram extintos em grande parte da América do Sul na passagem do Pleistoceno para o Holoceno (cerca de 11 mil anos atrás até hoje).
Novas datações utilizando carbono 14 de dentes escavados no sítio arqueológico de Jirau, em Itapipoca (a cerca de 325 quilômetros de Fortaleza), no Ceará, e na bacia do rio Miranda, em Miranda, no Mato Grosso do Sul), revelam que esses animais viveram do Pleistoceno Médio até o limite do Holoceno Médio/Superior (de 77,4 mil a 3.500 anos atrás), e não até o limite Pleistoceno/Holoceno, como era estimado anteriormente.
Foram feitas análises de microestruturas do dente de oito espécimes —sete de Jirau e um da bacia do rio Miranda— para calcular a idade dos fósseis. Os materiais fazem parte da coleção do Museu de Pré-História de Itapipoca e da coleção de zoologia do departamento de biologia da UFMS.
A idade mais jovem para os fósseis foi indicada como aproximadamente 3.500 anos, muito depois do limite considerado para a extinção desses animais no Brasil.
Segundo os autores, as primeiras mudanças ambientais e climáticas, com o aumento da temperatura após o limite Pleistoceno/Holoceno, teriam feito com que algumas populações, mais generalistas, sobrevivessem em áreas de vegetação ou borda de vegetação onde hoje é a caatinga e o cerrado. Conforme o clima mais quente e árido, tais mudanças reduziram parte dessas espécies a grupos isolados que se mantiveram, inclusive, até 3.500 anos atrás.
“Você tem a sobrevivência dessas espécies além do limite Pleistoceno/Holoceno, e esse processo de extinção é concomitante com as mudanças ambientais e climáticas ocorridas desde o final do último máximo glacial”, afirma Fábio Cortes Faria, pesquisador de pós-doutorado no departamento de geologia da UFRJ e primeiro autor do estudo.
“O que a gente identifica através de estudos de paleoecológicos é que esses animais sobreviveram tanto na região de Itapipoca, como também na região da bacia do rio Miranda, com uma dieta mais generalista, mas alguns deles, como o xenorrinotério e a paleolhama já se alimentavam de uma vegetação arbórea, mais fechada”, explica o pesquisador. “A expansão de ambientes florestados favoreceu a permanência desses animais até um período onde as áreas mais áridas ainda não eram tão abrangentes como é hoje.”
Para Hermínio Ismael de Araújo-Júnior, professor do departamento de paleontologia e estratigrafia da Uerj e orientador de Faria no projeto, a pesquisa lança luz para questões de sobrevivência da megafauna por mais tempo. “Isso vai trazer também um novo olhar para a área da arqueologia, de evidências de interação humana e também para a avaliação de pinturas rupestres com esses animais representados, como nos sítios arqueológicos da Serra da Capivara.”
De acordo com ele, as outras hipóteses existentes até então para a extinção da megafauna na América do Sul têm uma visão mais centrada em fósseis encontrados no Hemisfério Norte, como mastodontes, mas são poucos os fósseis com datação no Brasil. “A preguiça gigante, o mastodonte, o tigre-dente-de-sabre, a paleolhama são os representantes emblemáticos dessa fauna, mas também porque são muito abundantes em sítios paleontológicos. A gente tinha poucos locais com datação no Brasil.”
Os autores concluem que a teoria da extinção por mudanças climáticas e ambientais torna-se, assim, a principal hipótese para a extinção desses mamíferos na América do Sul.
“Muita gente criticou as hipóteses de interações de humanos e megafauna a partir de 12 mil anos, mas estamos vendo, com esse estudo, que essa megafauna chegou muito próxima dos povos primitivos. Olhar para um modo como o ser humano documentou essa megafauna também pode ajudar a compreender as interações ecológicas entre eles”, diz Faria.
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Antártida está se recuperando! Camada de gelo cresce pela 1ª vez em décadas

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9 de maio de 2025
Notícia boa para o todo o planeta. A camada de gelo da Antártida está se recuperando pela primeira vez em décadas. De 2021 a 2023, essas geleiras registraram ganhos significativos, de acordo com os dados levantados por cientistas. E isso, aos poucos, contribui para o nível global do mar, afirmaram especialistas.
Para os pesquisadores, essa recuperação, publicada na Science China Earth Sciences, se deve ao aumento incomum na precipitação, que levou ao acúmulo de neve e gelo. E isso tem relação direta com a redução na emissão de gases do efeito estufa.
E é fácil entender a importância dessa notícia. A camada de gelo da Antártida, que contém mais da metade da água doce do mundo, desempenha um papel fundamental na elevação do nível do mar global.
Água doce do mundo
O derretimento contribui para com a perda de gelo da Groenlândia e a expansão térmica dos mares em aquecimento, segundo o SCI Tech Daily.
Para chegar a essa informação, os pesquisadores analisaram dados das missões Grace (Gravity Recovery and Climate Experiment) e Grace-FO (GRACE Follow-On).
Esses dados medem mudanças no campo gravitacional da Terra para rastrear flutuações na massa de gelo.
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As constatações dos cientistas
Quatro grandes bacias glaciais na região WL-QML: Totten, Universidade de Moscou, Denman e Baía de Vincennes estavam perdendo mais massa, com a descarga de gelo e o derretimento da superfície responsáveis por grande parte da perda.
Porém, os cientistas avisam que esse aumento ainda não pode ser interpretado como uma tendência de longo prazo.
Por isso, é preciso manter as medidas de proteção climática que vários países estão adotando para a redução na emissão de gases do efeito estufa.
Entre elas estão:
- reduzir o consumo de combustíveis fósseis,
- adotar formas de energias renováveis e limpas, e
- proteger e restaurar as florestas
Que cada país faça a lição de casa!
O fato de a Antártida estar se recuperando do derretimento da camada de gelo é positivo, mas não significa que há efeitos futuros expressivos, alertam os cientistas. Foto: Universidade de Leeds
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Veja como Europa conseguiu reduzir lixo nas praias em 40% desde 2015

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9 de maio de 2025
A Europa começa 2025 com uma notícia boa e uma grande conquista ambiental: as praias do continente tiveram uma redução total de 30% do lixo. Tudo isso foi possível graças à população!
Um novo relatório europeu confirmou a notícia boa e o destaque da queda foi para o lixo plástico descartável, com redução de 40%. A mudança é resultado de políticas públicas bem aplicadas e participação direta da sociedade.
Além das leis rigorosas e campanhas de conscientização, o continente implementou hábitos diários. Separar o lixo em casa, por exemplo, deixou de ser apenas um incômodo e se tornou um ato de impacto real. É possível chegar lá!
Medidas efetivas
Entre as medidas tomadas, estão as metas como a Poluição Zero até 2030, além da aplicação da Diretiva-Quadro Estratégia Marinha, que cobra dos países um “bom estado ambiental” para os mares.
A metodologia de monitoramento unificada conseguiu consolidar os dados e orientar políticas públicas mais universais, mas sem deixar de levar em conta as especificidades de cada país.
O relatório europeu analisou dados de praias entre 2015 e 2021.
Foram observadas quedas significativas: 30% no lixo total, 40% em plástico de uso único e 20% em itens relacionados à pesca e sacolas plásticas.
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Leis e educação ambiental
Outro ponto importante é a atuação dos próprios cidadãos.
Separar o lixo corretamente, participar de mutirões de limpeza e pressionar por políticas públicas mais sustentáveis têm sido atitudes comuns em muitas regiões da Europa.
Além disso, o continente intensificou o ensino de conscientização ambiental nas escolas, desde as séries mais novas até os anos finais.
Novo regulamento
Um dos maiores avanços recentes veio com a aprovação, neste ano, do Regulamento Europeu para Prevenir a Perda de Pellets de Plástico.
A nova regra tem como objetivo “perda zero de pellets”, e obriga empresas de médio e grande porte a adotarem medidas rígidas de prevenção, contenção e limpeza de derramamentos.
Além disso, a regulamentação prevê equipamentos e treinamentos obrigatórios para manuseio de pellets, auditorias independentes para empresas e regras para toda a cadeia de produção, transporte e armazenamento.
Desafios seguem
O que aconteceu na Europa é fruto de vontade política, pensamento popular e regras claras.
Agora, os especialistas veem um desafio: manter o ritmo.
Para isso, estudam a aplicação de novas leis com firmeza.
A meta para a Poluição Zero da União Europeia é reduzir o lixo plástico no mar em 50% até 2030.
Para 2030, o continente que aumentar ainda mais os resultados positivos. – Foto: Unsplash
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“Ele pediu ajuda a Deus. 5 minutos depois, ela apareceu”: gentileza transforma vida homem que morava na rua

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9 de maio de 2025
A gentileza de Hilary, da Austrália, mudou a vida de Daniel, um homem em situação de rua. – Foto: @hilaryholmesmakeup
Um pedido emocionado a Deus e um gesto de gentileza mudaram o destino de Daniel, um homem que vivia em situação de rua há 18 anos. Na última Páscoa, ele conheceu de perto o amor.
Enquanto muitos celebravam a ressurreição de Cristo com a família, Hilary Holmes, uma maquiadora de Melbourne, na Austrália, resolveu fazer uma boa ação. Ela viu um homem sentado, Daniel, sozinho na rua carregando os pertences dele em sacos de lixo.
A cena a tocou. A mulher buscou uma sacola de lanches e algo ainda mais valioso: tempo e atenção. No dia anterior, Daniel havia feito um pedido especial a Deus: queria ser encontrado no meio do caminho por alguém. Que forte!
Reencontro com a esperança
Daniel voltou para Melbourne com alguma esperança, mas logo quando chegou foi roubado.
Além disso, o homem tem vários problemas de saúde: é diabético, tem duas hérnias e três tumores.
Mas, na última Páscoa, o destino dele mudou.
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Sopro de vida
A conversa com Hilary naquele ponto de bonde foi como um sopro de vida para Daniel.
Ele contou sobre como tem fé e o pedido que havia feito a Deus no dia anterior.
Tocada pela coincidência, Hilary decidiu que não poderia simplesmente voltar para casa e esquecer tudo aquilo.
Corrente do bem
A maquiadora criou uma campanha no GoFundMe para ajudar Daniel a dar os primeiros passos rumo à estabilidade.
A resposta foi incrível. Em poucos dias, mais de A$ 30.000, aproximadamente R$ 109 mil, foram arrecadados.
As doações permitiram que Daniel conseguisse comprar itens básicos, cuidasse da saúde e, pela primeira vez em muito tempo, se sentisse acolhido.
“Você sabe mesmo o que mudou a minha vida?”, perguntou ele à moça. “Não, Hilary, você e seus amigos mudaram a minha vida.”
Já para a maquiadora, ela apenas fez o que todo ser humano deveria fazer.
“O poder de nós, o poder do amor.”
‘Hollywood’
E a vida mudou tanto para Daniel que ele até ganhou um novo apelido.
Na igreja onde frequenta, o homem é chamado de “Hollywood”, graças ao novo visual elegante e a retomada da autoestima.
O passo agora é ajudar o homem a conseguir um lar. E eles estão focados nisso!

Daniel, com o dinheiro arrecadado, conseguiu comprar óculos novos! – Foto: @hilaryholmesmakeup
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