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Mostra Viver Ciência celebra 10 anos com projetos que promovem conscientização ambiental e inovação científica no Acre

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11 meses atrásem
Clícia Araújo
A Mostra Viver Ciência, que está celebrando uma década de existência, consolidou-se como um dos mais importantes eventos de incentivo à ciência e à educação ambiental no Acre. Em dez anos, o evento transformou o aprendizado, levando ciência e inovação para as escolas e inspirando alunos a se tornarem agentes de mudança para um futuro mais sustentável.

Neste ano, a Mostra será realizada na Escola Armando Nogueira, em Rio Branco, nos dias 21 e 22 de novembro, com o tema “Tecnologias e saberes tradicionais para uma Amazônia sustentável”.
Entre os projetos de destaque na edição de 2024 está a “Simulação de chuva ácida na abordagem dos ciclos biogeoquímicos e educação ambiental”. A iniciativa, com uma abordagem didática e envolvente, visa conscientizar o público sobre questões ambientais críticas, em especial, diante dos recentes episódios de chuvas ácidas na Amazônia.
O experimento foi desenvolvido por um grupo de alunos da Escola Estadual Dr. João Batista Aguiar, localizada no Conjunto Manoel Julião, em Rio Branco, sob a orientação da professora Abigail Santana. Em 2023, a escola apresentou 14 projetos na Mostra e este ano trará 23 experimentos, destacando-se como referência em educação de qualidade.

Abigail participa da Mostra Viver Ciência desde os tempos de graduação na Universidade Federal do Acre (Ufac). Como professora, faz questão de incentivar seus alunos a participarem do evento, devido ao aprendizado proporcionado. “Sempre quis participar pela bagagem que a Viver Ciência proporciona na faculdade. Participei como aluna e voluntária em outras feiras de ciências e, agora, como professora, mantenho a metodologia de estimular os alunos a continuarem participando. É recompensador ver o entusiasmo deles. Eles se sentem divulgadores e influenciadores da ciência”, destacou a professora.
Para alguns estudantes, será a primeira participação na Mostra; para outros, é uma oportunidade de retorno. A empolgação e o nervosismo são sentimentos comuns entre aqueles que se preparam para expor seus experimentos e representar a escola.
O projeto: chuva ácida e ciclos biogeoquímicos
O projeto Simulação de Chuva Ácida utiliza um modelo prático e acessível para explicar o fenômeno, com foco nos ciclos biogeoquímicos, um tema raramente abordado em sala de aula. A simulação mostra como gases poluentes liberados na atmosfera, principalmente devido ao uso de combustíveis fósseis e processos industriais, dissolvem-se na água, formando compostos ácidos que caem com a chuva e impactam negativamente o meio ambiente.

Com materiais como um frasco de vidro, fios de cobre, enxofre em pó, isqueiro, água destilada, pétalas de flores pigmentadas e indicadores de pH, o grupo conseguiu reproduzir a simulação de chuva ácida. A queima do enxofre provoca a produção de dióxido de enxofre, que, ao entrar em contato com a água, transforma-se em uma solução ácida, alterando o pH. O experimento é eficaz para ilustrar os ciclos biogeoquímicos e promover a educação ambiental.
A simulação permite que os estudantes observem em tempo real como a chuva ácida altera o pH do solo e da água, afetando fauna, flora e, consequentemente, a saúde humana. A atividade também ilustra o papel da química na resolução de problemas ambientais. “Escolhemos trabalhar esse tema por ser muito importante e interessante. O experimento mostra visivelmente os resultados. As pessoas percebem rapidamente o processo e entendem”, explicou a estudante Kailane Araújo.

A professora Abigail ressalta a importância da prática no aprendizado: “Sempre busco alinhar teoria e prática. Esse foi um dos experimentos com enxofre que conseguimos reproduzir com segurança, após várias tentativas de aperfeiçoamento. Com o experimento, os alunos puderam perceber de forma concreta os impactos das chuvas ácidas, especialmente após os episódios recentes de queimadas e forte fumaça na região”, destacou.
Educação ambiental em ação
A importância de um projeto como esse vai além da simulação. A iniciativa é um exemplo prático de educação ambiental aplicada, promovendo a conscientização e o pensamento crítico dos estudantes sobre questões ambientais urgentes. Ao abordar os ciclos biogeoquímicos, o projeto incentiva a reflexão sobre o papel humano nos desequilíbrios do ecossistema e nos impactos da poluição.
A professora enfatiza que a compreensão dos ciclos biogeoquímicos é essencial para que os jovens entendam as interconexões da natureza. “Ao explicar como um elemento químico circula pela Terra, passando pelos ciclos da água, do solo e do ar, mostramos que tudo está conectado. É essencial que nossos alunos compreendam essas ligações, para que no futuro se tornem adultos responsáveis e conscientes”, reforça.

Os alunos foram orientados a elaborar um relatório descrevendo o experimento, os resultados observados e suas conclusões sobre os impactos da chuva ácida e a importância da preservação ambiental. Professores também foram mobilizados para auxiliar na elaboração dos projetos e na realização dos experimentos a serem expostos.
Um legado para o futuro
Nos últimos dez anos, a Mostra Viver Ciência ajudou a transformar a maneira como alunos e professores do Acre se relacionam com o conhecimento científico. Além de incentivar a criação de projetos práticos, a Mostra tem desempenhado papel decisivo na formação de uma geração mais consciente ambientalmente.
O evento reforça o compromisso do governo em promover uma educação que vai além da sala de aula, conectando os alunos com temas científicos e ambientais, de forma que possam compreender e agir. Projetos como o de chuva ácida, que são interativos e visualmente impactantes, fazem com que o aprendizado sobre o meio ambiente se torne uma experiência marcante, gerando memórias e consciência.

Com uma trajetória marcada por inovações e aprendizado, a Mostra Viver Ciência está pronta para mais dez anos de explorações, mantendo seu papel como uma importante ação educacional e cultural que promove a vivência da ciência e reforça a conscientização ambiental.
Além da participação de alunos e professores da rede básica de ensino do Acre, a Mostra contará com a presença do Instituto Federal do Acre (Ifac), do Instituto Socioeducativo do Estado do Acre (ISE) e de instituições de outros estados, como Amazonas e Rondônia.
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Ufac homenageia professores com confraternização e show de talentos — Universidade Federal do Acre

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2 dias atrásem
17 de outubro de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, e a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, realizaram nessa quarta-feira, 15, no anfiteatro Garibaldi Brasil, uma atividade em alusão ao Dia dos Professores. O evento teve como objetivo homenagear os docentes da instituição, promovendo um momento de confraternização. A programação contou com o show de talentos “Quem Ensina Também Encanta”, que reuniu professores de diferentes centros acadêmicos em apresentações musicais e artísticas.
“Preparamos algo especial para este Dia dos Professores, parabenizo a todos, sou muito grata por todo o apoio e pela parceria de cada um”, disse Guida.
Ednaceli Damasceno parabenizou os professores dos campi da Ufac e suas unidades. “Este é um momento de reconhecimento e gratidão pelo trabalho e dedicação de cada um.”
O presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara, reforçou o orgulho de pertencer à carreira docente. “Sinto muito orgulho de dizer que sou professor e que já passei por esta casa. Feliz Dia dos Professores.”
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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PZ e Semeia realizam evento sobre Dia do Educador Ambiental — Universidade Federal do Acre

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3 dias atrásem
16 de outubro de 2025
O Parque Zoobotânico (PZ) da Ufac e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia) realizaram o evento Diálogos de Saberes Ambientais: Compartilhando Experiências, nessa quarta-feira, 15, no PZ, em alusão ao Dia do Educador Ambiental e para valorizar o papel desses profissionais na construção de uma sociedade mais consciente e comprometida com a sustentabilidade. A programação contou com participação de instituições convidadas.
Pela manhã houve abertura oficial e apresentação cultural do grupo musical Sementes Sonoras. Ocorreram exposições das ações desenvolvidas pelos organizadores, Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Sínteses da Biodiversidade Amazônica (INCT SinBiAm) e SOS Amazônia, encerrando com uma discussão sobre ações conjuntas a serem realizadas em 2026.
À tarde, a programação contou com momentos de integração e bem-estar, incluindo sessão de alongamento, apresentação musical e atividade na trilha com contemplação da natureza. Como resultado das discussões, foi formada uma comissão organizadora para a realização do 2º Encontro de Educadores Ambientais do Estado do Acre, previsto para 2026.
Compuseram o dispositivo de honra na abertura o coordenador do PZ, Harley Araújo da Silva; a secretária municipal de Meio Ambiente de Rio Branco, Flaviane Agustini; a educadora ambiental Dilcélia Silva Araújo, representando a Sema; a pesquisadora Luane Fontenele, representando o INCT SinBiAm; o coordenador de Biodiversidade e Monitoramento Ambiental, Luiz Borges, representando a SOS Amazônia; e o analista ambiental Sebastião Santos da Silva, representando o Ibama.
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Curso de extensão da Ufac sobre software Jamovi inscreve até 26/10 — Universidade Federal do Acre

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3 dias atrásem
16 de outubro de 2025
O curso de extensão Jamovi na Prática: Análise de Dados, da Ufac, está com inscrições abertas até 26 de outubro. São oferecidas 30 vagas para as comunidades acadêmica e externa. O curso tem carga horária de 24 horas e será realizado de 20 de outubro a 14 de dezembro, na modalidade remota assíncrona, pela plataforma virtual da Ufac. É necessário ter 75% das atividades realizadas para obter o certificado.
O objetivo do curso é capacitar estudantes e profissionais no uso do software Jamovi para realização de análises estatísticas de forma intuitiva e eficiente. Com uma abordagem prática, o curso apresenta desde conceitos básicos de estatística descritiva até testes inferenciais, correlação, regressão e análise de variância.
Serão explorados recursos de importação e tratamento de dados, interpretação de resultados e elaboração de relatórios. Ao final, o participante estará apto a aplicar o Jamovi em pesquisas acadêmicas e profissionais, otimizando processos de análise e apresentação de dados com rigor científico e clareza.
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