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Nosso primo Aluisinho desabrochou em 2024 – 27/12/2024 – Bernardo Carvalho

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2024 foi um ano ruim para muita gente. Não para o nosso primo Aluisinho. Quer dizer, não totalmente. Aluisinho desabrochou em 2024. Sua história é um conto de superação.

Aluisinho passou os últimos anos em modo combate. Comemorou, com orgulho, a operação Lavajato, capitaneada pelo ex-juiz Sergio Moro, que ele apelidara afetuosamente “Il Immacolato”, e o impeachment de Dilma Rousseff, maquinado pelo ex-deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara, como os passos pioneiros para um Brasil honesto e digno, livre de corruptos e comunistas.

Festejou a eleição e o governo de Jair Bolsonaro como o que de melhor poderia acontecer para o país. Paulo Guedes era “icônico”; Ricardo Salles, “um amigo”. Quando confrontado com os desmandos e a corrupção do governo do capitão reformado, Aluisinho sempre reagiu com a ferocidade do cão fiel, rebatendo os adversários com o clássico: E o PT?

Durante a pandemia, bastava ouvir falar em omissão assassina para avançar com dentes arreganhados e hidrófobos. À menção do uso da máquina e do dinheiro público para manter Bolsonaro ilegalmente no poder, contrariando o prognóstico das urnas, Aluisinho optou entretanto pela soberba implacável, reduzindo os interlocutores ao pó do desprezo.

Podia não parecer, mas foi um tempo desgastante para o nosso primo Aluisinho. Engajado numa guerra ideológica para salvar o país, descuidou da saúde e um dia acordou hipertenso. Medicado, seguiu crente em sua luta patriótica, apesar da evidência dos fatos que o contradiziam, e só por determinação médica não foi a Brasília acampar na porta do quartel.

Mesmo depois do fracasso de 8 de janeiro, seguiu ativo nas redes, desafiando os que pusessem em dúvida os valores morais e éticos do bolsonarismo, desmentindo tudo o que comprometesse a honra e a coragem do ex-presidente, àquela altura exilado na Disney.

2024 pegou Aluisinho no contrapé. A revelação dos bastidores do golpe concebido por Bolsonaro, que tantas vezes o defendera em público, e por sua camarilha militar, golpe que Aluisinho havia esperado com avidez para também poder comemorá-lo, deixou-o num estado de prostração inédito.

Não pela revelação da existência do golpe em si ou dos detalhes da desfaçatez criminosa (que o general Braga Netto pagou pelo assassinato de autoridades com dinheiro do agro escondido em sacola de vinho, por exemplo), mas pela covardia dos atores, que sempre falaram em honra e dignidade, embora tenham renegado os próprios atos quando afinal surgiu a chance de assumi-los e alardeá-los em público (ou na prisão) com a hombridade de verdadeiros heróis.

O desgosto e a decepção foram tão grandes que o nosso primo Aluisinho acabou acometido pelo que outrora se chamava derrame e que melhor descreveria o estado pouco sólido de sua mente. Percebido a tempo, durante o momento inicial de afasia, que podia entretanto ter sido confundido com a mudez dos covardes e dos correligionários, o AVC hemorrágico não só não matou Aluisinho como o fez renascer.

Aos poucos, embora já desse para notar ao final do primeiro mês de convalescença, Aluisinho se cercou de sonegadores, trapaceiros, bandidos, estelionatários, falsários, mafiosos, traficantes e assassinos. É claro que a malta não era formada por desconhecidos; vinha de sua cadernetinha, dos contatos acumulados ao longo dos anos de militância. A convivência o reanimou. Eram sem-vergonhas assumidos e orgulhosos. Gente briosa.

O contrário dos oportunistas que tanto o decepcionaram, a começar pelo canalha do ex-presidente, capaz até de assinar artigo em defesa da democracia em publicação comunista quando a corda apertou, indiretamente contribuindo para o AVC de Aluisinho. Se o crime era sua crença e seu horizonte, por que renegá-lo? Que pelo menos tivessem a honradez de dizer o seu nome. Enfim, Aluisinho se encontrava em paz, entre os seus, sem a necessidade de esconder mais nada nem brigar com mais ninguém.


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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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