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Nova biografia renova e vira referência sobre vida do barão do Rio Branco

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Obra faz uma síntese atual e completa síntese da vida do patrono da diplomacia brasileira.

É possível dizer algo novo sobre personagem cujo nome produz na internet mais de 15 milhões de resultados em 0,39 segundos? A biografia do barão do Rio Branco escrita por L. C. Villafañe G. Santos prova que sim.

Trata-se da mais atual e completa síntese da vida e obra do patrono da diplomacia brasileira. A partir de agora, torna-se referência incontornável para quem quiser compreender a herança do refundador da política externa do Brasil na República.

O que salta aos olhos desde as primeiras páginas é a fluência da narrativa, que surpreende e enreda o leitor. Em cena de romance, o texto se abre com o choque que mudaria a vida de Juca Paranhos: a descoberta da gravidez de Marie, sua paixão de jovem boêmio.

A história do herói avança assim, mesclando ambições pessoais, angústias familiares com o contexto político-social do Segundo Reinado, o tumultuado início da República e as epidemias que dizimavam o Rio de Janeiro.

O passado revive como elemento integral da biografia, não mero pano de fundo. A descrição da renovação urbana da capital não omite, como na maioria dos relatos, quem pagou o preço principal das demolições: os pobres, os ex-escravos, expulsos para as encostas dos morros. O dramático relato da tomada dos encouraçados da Marinha pelos marujos negros ou pardos amotinados na Revolta da Chibata põe a nu a ilusão do sonho de potência de Rio Branco e de seus contemporâneos.

Como alertou no prefácio, o autor evitou o risco da “ilusão biográfica” denunciada por Pierre Bourdieu, dos personagens exemplares, imutáveis, sempre iguais a si mesmos, imunes a influências e impactos transformadores. Nesse sentido e em vários outros, esta é a primeira biografia do Barão a enquadrar-se no rigor da historiografia do nosso tempo.

O livro é inovador não apenas na reinterpretação de documentos utilizados no passado e na incorporação de novos. Recorre de forma sugestiva e às vezes quase exaustiva à mina riquíssima dos jornais e revistas.

Explora de maneira original fontes ou episódios antes subestimados ou estudados de maneira superficial. Um exemplo é a utilização de “Dom Pedro 2º, imperador do Brasil”, assinada pelo rabino Benjamin Mossé mas na realidade de autoria de Rio Branco. Devido à duvidosa origem, essa obra de propaganda nunca mereceu atenção especial.

Luís Cláudio, responsável, anos atrás, pela edição do livro em português, compreendeu que, justamente por não levar sua assinatura, o livro havia proporcionado ao Barão liberdade de expressar seu pensamento conservador sobre temas como a monarquia, a crítica do federalismo e, sobretudo, a escravidão.

Na questão do Acre, chama a atenção a justificada importância dedicada ao exame da longa e perigosa pendência com o Peru, os riscos de conflito armado, o tratado e a aproximação com o Equador. Mais que nas biografias anteriores, sobressaem o pioneirismo de Rio Branco na valorização da diplomacia pública e o uso que fazia da imprensa.

Dentre os pontos altos da obra merecem relevo as primorosas exposições das grandes questões de limite, o equilíbrio no estudo das difíceis relações com a Argentina e a análise minuciosa da corrida armamentista com nosso principal vizinho.

Nota-se como em todos esses relatos a mão segura do pesquisador treinado, do historiador de sólida formação acadêmica, se enriquece pela trajetória profissional do autor como diplomata com experiência em postos desafiadores (no momento é nosso embaixador na Nicarágua).

Rio Branco já merecera duas biografias, a de 1945, centenário do seu nascimento, por Álvaro Lins, um dos maiores críticos literários da época; e a de 1959, de Luís Viana Filho, o principal biógrafo brasileiro de então. A primeira acentuava as realizações de Paranhos, enquanto a segunda, como o nome indicava, dava ênfase à vida do barão do Rio Branco.

Em síntese à altura desses dois clássicos, Luís Cláudio harmoniza vida e obra, proporcionando-nos a primeira biografia do Barão com olhar contemporâneo e metodologia atualizada.

Permanecerá por muito tempo como a base a partir da qual se renovarão os estudos sobre a influência de uma herança diplomática que faz parte do patrimônio de valores do povo brasileiro.

Capa do novo livro 'Juca Paranhos, o Barão de Rio Branco'
Capa do novo livro ‘Juca Paranhos, o Barão de Rio Branco’ – Reprodução

Rubens Ricupero é diplomata, ex-embaixador do Brasil em Washington (1991-1993) e Roma (1995); ex-ministro do Meio Ambiente e da Fazenda (1993-1994 e 1994, governo Itamar).

Rubens Ricupero. Folha SP. 

Juca Paranhos, o Barão de Rio Branco

  • Preço R$ 84,90 (ebook R$ 39,90)
  • Autor Luís Cláudio Villafañe G. Santos
  • Editora Companhia das Letras
  • Páginas 559

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.

Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”

Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.



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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou a abertura dos Jogos Interatléticas-2025, na sexta-feira, 17, no hall do Centro de Convenções, campus-sede, e celebrou o espírito esportivo e a integração entre os cursos da instituição. A programação segue nos próximos dias com diversas modalidades esportivas e atividades culturais. A entrega das medalhas e troféus aos vencedores está prevista para o encerramento do evento.

A reitora Guida Aquino destacou a importância do incentivo ao esporte universitário e agradeceu o apoio da deputada Socorro Neri (PP-AC), responsável pela destinação de uma emenda parlamentar de mais de R$ 80 mil, que viabilizou a competição. “Iniciamos os Jogos Interatléticas e eu queria agradecer o apoio da nossa querida deputada Socorro Neri, que acredita na educação e faz o melhor que pode para que o esporte e a cultura sejam realizados em nosso Estado”, disse.

A cerimônia de abertura contou com a participação de estudantes, atletas, servidores, convidados e representantes da comunidade acadêmica. Também estiveram presentes o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, e o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 



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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

Os kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues aos atletas inscritos nesta quinta-feira, 23, das 9h às 17h, no Centro de Convivência (estacionamento B), campus-sede, em Rio Branco. O kit é obrigatório para participação na corrida e inclui, entre outros itens, camiseta oficial e número de peito. A 2ª Corrida da Ufac é uma iniciativa que visa incentivar a prática esportiva e a qualidade de vida nas comunidades acadêmica e externa.

 



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