NOSSAS REDES

MUNDO

Nunes e Boulos têm propostas na educação sem metas claras – 21/10/2024 – Poder

PUBLICADO

em

Marcos Hermanson

No que depender dos programas de governo, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) querem coisas semelhantes para a educação em São Paulo: escola em tempo integral, reforço na EJA (educação de jovens e adultos) e aulas de empreendedorismo nas escolas municipais.

Entre as diferenças, o deputado federal do PSOL promete psicólogos nas escolas, 22 novos CEUs (Centros Educacional Unificado) —marca da gestão de sua vice, Marta Suplicy (PT)– e a abertura das unidades de ensino aos fins de semana para atividades de lazer.

Já Nunes exalta avanços da gestão, como a fila das creches zerada —conquista de 2020 que Bruno Covas (PSDB), seu antecessor, atribuía também “aos ex-prefeitos e ex-prefeitas” que o antecederam no cargo. Além disso, propõe expandir o programa Rolê Agroecológico, que leva estudantes a hortas, propriedades urbanas e parques naturais.

Especialistas dizem que as propostas são boas e enfrentam alguns dos principais desafios da cidade na área, revelados pela nota baixa no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e pela taxa pífia de alfabetização na idade certa (38%).

No entanto, as medidas esbarram na falta de metas objetivas, avaliam. “Falta dizer como, em quanto tempo, com que recurso”, diz Katia Smole, ex-secretária de educação básica do MEC na gestão Michel Temer (MDB) e diretora executiva do Instituto Reúna.

A professora lembra que ambos os programas prometem valorização de professores, mas sem propostas específicas. “Vai ter reforma de carreira? Que investimento vai ser feito além da formação continuada?”, pergunta.

Alessandra Gotti, presidente-executiva do Instituto Articule, diz que as propostas têm tom parecido e atacam problemas importantes da educação no município. “O que vai fazer diferença é transpor esses projetos e executá-los com prioridade política”, afirma.

“Mais do que salários, tem que ter condições de trabalho”, diz Vitor Paro, docente aposentado da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo), sobre a proposta de valorização dos professores. Ele aponta que seria importante conceder aumento salarial, mas diz que outras medidas, como a redução do número de alunos nas salas de aula, também são necessárias.

Com a pandemia e o fechamento das escolas, o Brasil inteiro registrou queda nos índices de alfabetização na idade certa, ou seja até o final do segundo ano do ensino fundamental. Mas, na contramão do país, São Paulo demora a se recuperar.

Enquanto o Brasil recuperou 20 pontos percentuais no índice de alfabetização na idade certa, atingindo nível pré-pandêmico –56% das crianças alfabetizadas–, São Paulo amarga taxa de 38%, ocupando o 21º lugar entre as capitais.

Recuperar o tempo perdido nesse tema será fundamental, diz Alessandra, para que os alunos tenham a base necessária para as etapas subsequentes.

Já em relação à ampliação do número de escolas em tempo integral, especialistas alertam para as dificuldades de implementação.

Smole, do Instituto Reúna, lembra que as propostas de expansão esbarram na estrutura física das escolas, já que as turmas ocupariam as unidades durante o dia todo (e não mais apenas de manhã ou à tarde), e também na própria dinâmica imobiliária da cidade.

“São Paulo ainda tem muitos alunos em todos os turnos”, afirma, “então, para fazer expansão do ensino integral, seria preciso construir mais unidades, e na cidade não temos muito espaço para construção”.

Hoje 40% dos alunos matriculados na rede municipal estudam em tempo integral, segundo a Secretaria Municipal de Educação.

Em maio deste ano, Nunes sinalizou que vai aderir ao programa de escolas cívico-militares do governo estadual. O plano prevê a contratação de policiais militares da reserva para vigilância e atividades extra-classe nas escolas.

As unidades continuariam sob gestão da Secretaria Municipal de Educação, mas atividades realizadas pelos policiais seriam planejadas pela Secretaria de Segurança Pública do governo estadual. Segundo o governo, a ideia é implementar o modelo após consulta às unidades e em escolas com histórico de violência.

A adesão gerou críticas das especialistas ouvidas pela reportagem.

“Não tem dados [evidências] que embasem essa proposta das escolas cívico-militares”, diz Smole. “Ela é mais uma pauta de costumes, para atender a uma população que pensa que esse é o jeito de cuidar da disciplina na escola.”

O que os planos de governo de Nunes e Boulos dizem sobre educação





Ricardo Nunes (MDB)Guilherme Boulos (PSOL)

Propostas:

  1. Modernizar infraestrutura das escolas
  2. Incluir alunos com deficiências por meio de equipes especializadas
  3. Polos de empreendedorismo e trabalho em 58 CEUs
  4. Olimpíadas do Conhecimento
  5. Fortalecer educação de jovens e adultos
  6. Implementar o “Rolê Ecológico” para 40 mil estudantes



O que afirma ter feito:

  1. Eliminou a fila das creches
  2. Construiu e reformou escolas e CEUs


Propostas:

  1. Implementar gradualmente a educação integral em todas as escolas
  2. Psicólogos em todas as escolas
  3. Mutirão contra o analfabetismo adulto
  4. Valorização salarial permanente e formação continuada para professores da rede municipal
  5. Abrir escolas aos fins de semana para atividades de lazer
  6. Construir no mínimo 22 CEUs (Centros Educacionais Unificados)
  7. Modernizar Centros de Educação Infantil (CEIs)



Leia Mais: Folha

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO

em

O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

Leia mais notícia boa

Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO

em

Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

Leia mais notícia boa

A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO

em

O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

Leia mais notícia boa

Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

//www.instagram.com/embed.js



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MAIS LIDAS