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O bizarro mundo das formigas – DW – 28/10/2024

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8 meses atrásem
As formigas são encontradas em todo o mundo, em todos os continentes, exceto na Antártica.
Os cientistas estimam que existam cerca de 20 quatrilhões deles atualmente circulando pela Terra. São 2,5 milhões de formigas para cada ser humano. Se você colocasse todas essas formigas em uma balança, elas pesariam mais do que as aves e os mamíferos selvagens do mundo juntos.
São muitas formigas. E embora pequenos, podem ter uma grande influência no ambientes eles moram.
“As formigas fascinam as pessoas há muito tempo”, diz Jack Longino, professor de biologia na Universidade de Utah. “Eles são tão diversos e malucos quanto os mamíferos do Serengeti, essas coisas selvagens e malucas.”
As formigas podem travar guerras, cuidar dos seus próprios jardins e criar gado. Mas isso é apenas o começo. Aqui estão alguns outros fatos fascinantes que você talvez não conheça sobre essas pequenas criaturas.
Formigas têm superpoderes
O mundo das formigas é incrivelmente diversificado. Existem mais de 15.000 espécies conhecidas no planeta, e todas elas desenvolveram habilidades diferentes em seus respectivos habitats.
As formigas podem viver no solo, nas árvores, no subsolo, nas folhas, nos desertos – e nas cidades.
Os pequenos insetos são cruciais para ecossistemas saudáveis. Eles agitam o solo, tornando-o mais fértil e dispersam sementes para ajudar a sustentar os sistemas vegetais. Podem ser predadores ou também alimento para outros insetos e pássaros.
“As formigas são engenheiras da natureza, são jardineiras”, diz Tanya Latty, entomologista da Universidade de Sydney, na Austrália. “As formigas realizam tantos trabalhos diferentes no ecossistema que seria terrível sem elas”.
Eles também desenvolveram algumas habilidades bem legais, quase como superpoderes. Veja o exemplo da formiga prateada do Saara, incrivelmente rápida. Ele pode se mover 100 comprimentos de corpo por segundo, o que é como um ser humano capaz de correr até 200 metros por segundo. E não é só velocidade – elas também são superfortes: algumas formigas podem até carregar 50 vezes o seu próprio peso corporal.
Como funciona a colônia de formigas?
As formigas são insetos sociais. Eles normalmente vivem em colônias que podem variar de algumas centenas a milhões de populações. Para manter todos esses indivíduos vivos e alimentados, a colônia funciona como uma máquina bem lubrificada.
Cada formiga desempenha funções específicas para o bem do grupo. Pode haver uma rainha ou várias rainhas, cuja função é reproduzir. O restante das formigas são operárias, que têm a tarefa de cuidar dos ovos e larvas, procurar alimento, escavar o ninho e defendê-lo.
As formigas machos têm vida curta e apenas uma tarefa: acasalar com a rainha.
Para se comunicarem em suas enormes colônias, as formigas tocam-se constantemente com suas antenas frontais, ou antenas. Eles também usam sinais químicos para levar seus colegas de trabalho a uma refeição saborosa ou para alertá-los sobre o perigo.
Formigas agrícolas criam insetos
Algumas formigas garantem seu suprimento de alimentos “cultivando”. As formigas cortadeiras são um exemplo famoso. Esses herbívoros são conhecidos por andar em fila carregando pequenos pedaços de folhas sobre a cabeça, como miniguarda-chuvas. Mas em vez de comerem essas folhas no ninho, eles transformam-nas em adubo para cultivar um fungo. E é esse fungo que se torna seu alimento. Algumas formigas cortadeiras constroem enormes colônias no Trópicos sul-americanoscom milhares de jardins subterrâneos de fungos.
Muitas espécies de formigas também desenvolveram relações especializadas com outros insetos, como os pulgões que produzem o açúcar que as formigas adoram comer. As formigas cuidam desses insetos sugadores de seiva como se fossem gado, essencialmente “ordenhando-os” para obter sua doce melada.
“Essa pode ser a principal fonte de carboidratos para algumas dessas colônias. Portanto, elas são superimportantes”, diz Latty. Em troca, “eles farão questão de proteger seus pequenos rebanhos de vacas açucareiras dos predadores”.
A ameaça das supercolônias
Algumas espécies de formigas formam supercolônias, que podem ter muitos ninhos conectados em uma grande área. A maior supercolônia conhecida pertence à chamada formiga argentina e se espalha por 6.000 quilômetros (3.728 milhas) do norte da Itália, passando pela França e do sul da Espanha até Portugal. Originárias da América do Sul, as formigas argentinas vivem agora em todo o mundo.
Muitas espécies de formigas invasoras são capazes de formar supercolônias. Latty diz que porque eles podem se multiplicar rapidamente e produzir milhares de rainhas, é difícil eliminá-los.
Isso pode representar desafios, uma vez que as formigas invasoras podem danificar infraestruturas, atacar o gado e as colheitas, picar pessoas e invadir casas. Se uma espécie invasora se instalar, também poderá deslocar formigas nativas e outros insetos, alterando a dinâmica dos ecossistemas.
Quando a invasora formiga louca amarela tomou conta da Ilha Christmas, na Austrália, matou milhões dos icônicos caranguejos vermelhos migratórios, borrifando-os com ácido fórmico. Como resultado, a paisagem da ilha mudou, com vegetação brotando em áreas florestais antes desmatadas pelos caranguejos.
O número de espécies de formigas consideradas invasoras está a crescer, graças à globalização e ao aumento do comércio. Mais de 500 espécies de formigas foram encontradas fora de sua área de distribuição nativa, segundo cientistas. Cerca de 20 dessas espécies são consideradas particularmente invasivas – o que significa que têm um impacto negativo no ambiente e na economia. As formigas invasoras causaram perdas econômicas estimadas em US$ 51 bilhões entre 1930 e 2021.
Mudanças climáticas, perda de habitat e outros riscos
O comportamento humano está impulsionando biodiversidade perda em todo o mundo. Isso também afeta as formigas, apesar do seu grande número.
A propagação de espécies invasoras, induzida pelo homem mudanças climáticase a destruição do habitat são ameaças potenciais às formigas.
“Algumas (formigas) têm colónias bastante pequenas. Algumas delas têm relações muito estreitas com plantas específicas. E se essas interacções correrem mal, perderemos essa espécie”, diz Latty.
Formigas de fogo vermelhas na Itália ameaçam a Europa
As alterações climáticas também poderão permitir uma maior proliferação de espécies invasoras, proporcionando novas oportunidades para as formigas nativas serem deslocadas ou completamente exterminadas, afirma Cleo Bertelsmeier, ecologista de formigas da Universidade de Lausanne.
“Muitas espécies de formigas vêm dos trópicos, dos subtrópicos, das áreas mediterrâneas. E para essas espécies será muito mais fácil invadir lugares da Europa temperada, como Suíça, Alemanha, norte da França”, diz ela.
A conversão de habitats e o aumento das temperaturas também são motivos de preocupação, diz Jack Longino, da Universidade de Utah. À medida que o planeta continua a aquecer devido à queima de combustíveis fósseis, as perspectivas não são boas para as formigas que se adaptaram a altitudes mais elevadas, onde é mais frio, diz ele.
“Eles serão expulsos do topo da montanha, não terão para onde ir.”
Editado por: Anke Rasper
Fontes:
A abundância, biomassa e distribuição de formigas na Terra, publicada na PNAS
https://www.pnas.org/doi/abs/10.1073/pnas.2201550119
Custos econômicos de formigas alienígenas invasoras em todo o mundo, publicado em Biological Invasions
https://link.springer.com/article/10.1007/s10530-022-02791-w
A propagação global e as capacidades de invasão de formigas alienígenas, publicadas na Current Biology https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960982222019200
Ouça o episódio completo sobre formigas no podcast Living Planet aqui.
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MUNDO
Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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MUNDO
Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO
4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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MUNDO
Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO
4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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