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‘O corpo humano não aguenta muito’: em casa, na Austrália, os restantes Bali Nine enfrentam seu novo normal | Bali Nove

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Henry Belot

Na tarde de domingo, o bispo de Townsville recebeu uma mensagem de texto anônima pela qual passou quase duas décadas esperando: “Rodas para cima, o Bali 5 estão voltando para a Austrália”.

Timothy Harris, que prestou assistência pastoral às famílias de Scott Rush e Michael Czugaj após a sua prisão em 2005, ligou imediatamente para o pai de Scott, Lee. Pouco tempo depois, confirmaram que um avião transportando seu filho havia pousado no Território do Norte.

“O filho perdido deles voltou para casa”, disse Harris.

“É claro que eles estão exultantes, mas sabem que será necessário muito esforço para garantir que a próxima parte da vida de Scott seja atendida com dignidade e sem muito barulho.

“Cada dia dos últimos 20 anos foi um pesadelo para eles.”

Rush, Czugaj, Matthew Norman, Si-Yi Chen e Martin Stephens regressaram à Austrália depois de o governo indonésio ter concordado em comutar o resto das suas penas de prisão perpétua por contrabando de drogas por razões humanitárias.

Um comunicado divulgado em nome dos cinco homens e das suas famílias dizia que estavam “imensamente gratos” ao presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, e ao seu governo, bem como aos sucessivos ministros dos Negócios Estrangeiros australianos que defenderam a sua libertação.

O comunicado dizia que os cinco homens estavam “aliviados e felizes” por estarem de volta à Austrália e que esperavam “reintegrar-se e contribuir para a sociedade”.

Mas Harris disse que ingressar numa sociedade australiana que eles talvez não reconheçam mais seria muito difícil.

Cinco Bali Nine (da esquerda) Martin Eric Stephens, Michael William Czugaj, Scott Anthony Rush, Mathew James Norman e Si Yi Chen observam a assinatura do acordo de transferência. Fotografia: Ministério Coordenador do Direito, Direitos Humanos, Imigração e Correções da Indonésia/AFP/Getty Images

“Todos os tipos de coisas estão acontecendo neste momento no Território do Norte, disso eu sei, para prepará-los para o que pode acontecer com eles”, disse Harris.

“A saúde vai ser um problema. O corpo humano não aguenta muito. Estar encarcerado assim por quase 20 anos cobrou seu preço.”

O primeiro-ministro, Antonio Albanêsconfirmou que o governo australiano apoiaria a sua “reabilitação e reintegração”. Os cinco homens foram colocados em alojamentos temporários.

“Depois de 19 anos na prisão indonésia, era hora de voltarem para casa”, disse Albanese na manhã de segunda-feira.

“Tive a oportunidade de falar ontem à noite com vários pais dessas pessoas. Eles estão gratos por seus filhos terem conseguido voltar para casa.

“Eles cometeram um crime grave e pagaram, com razão, um preço sério por isso. Mas era hora de eles voltarem para casa.”

O Bispo Timothy Harris prestou assistência pastoral às famílias de Scott Rush e Michael Czugaj após a sua prisão em 2005. Fotografia: Educação Católica de Townsville

Harris disse que alguns dos homens criaram relações pessoais na Indonésia que seriam difíceis de abandonar. Matthew Norman e Martin Stephens se casaram enquanto estavam na prisão.

Os termos do seu repatriamento estabelecem que não podem regressar à Indonésia. Não se sabe se seus cônjuges receberão vistos.

“Alguns dos corações estarão de volta à Indonésia”, disse Harris. “Tenho certeza de que há um tipo de cabo de guerra (emocional) acontecendo. Pode haver sentimentos contraditórios.”

O líder da oposição, Peter Duttondisse ter conversado com o primeiro-ministro sobre a repatriação e não repetiu as críticas anteriores ao acordo feitas por alguns deputados da oposição.

“Essas pessoas não voltam como heróis do nosso país”, disse Dutton. “Eles não estiveram em cativeiro político. Foram condenados ao abrigo das regras de direito que vigoram naquele país por tentarem importar heroína.

“A nível pessoal e para as suas famílias, especialmente no Natal, podemos compreender a emoção e o alívio que sentirão.”

O ministro sénior dos Assuntos Jurídicos da Indonésia, Yusril Ihza Mahendra, que assinou o acordo de repatriamento com o ministro dos Assuntos Internos da Austrália, Tony Burke, disse que a transferência era de “natureza recíproca”.

“Se um dia o nosso governo solicitar a transferência de prisioneiros indonésios para a Austrália, o governo australiano também será obrigado a considerá-lo”, afirmou num comunicado.

Mas na manhã de segunda-feira, quando questionado se havia “algum acordo de retorno esperado” como parte do acordo com a Indonésia, Albanese disse “não”.

O Bali Nove foram acusados ​​e condenados por tentar contrabandear 8,3 kg de heroína para fora da Indonésia, em Abril de 2005.

Os líderes da operação de contrabando de drogas, Myuran Sukumaran e Andrew Chan, foram condenados à morte e executado por pelotão de fuzilamento na Indonésia em 2015. Outro membro, Tan Duc Than Nguyen, morreu de câncer em 2018.

A única mulher do grupo, Renae Lawrence, tinha sua sentença foi comutada em 2018 e foi devolvido à Austrália.



Leia Mais: The Guardian

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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