Falta educação e consciência ambiental. Falta orientação na escola e na família.
O povo de Tarauacá, a exemplo de todos os municípios do Acre, nunca foi alvo de políticas públicas de conscientização ambiental, nem sequer aprendeu a verdadeira lição quanto ao descarte de lixo domiciliar urbano. A escola e a família esqueceram de ensinar.
Alguns prefeitos chegaram a implantar cestas de lixo nas ruas, e seria injusto não citar essa benesse.
Sofrendo os impactos das enchentes, das chuvas e das doenças, a população ‘enlameia’ a rede social com críticas contra os administradores municipais, de Rio Branco à Marechal Thaumaturgo; porém, o povo que reclama e pede soluções é o mesmo que entulha de lixo as galerias, esgotos e ruas. Resultado: qualquer secretário de obras levará ‘porrada’, e será alvo de duras e até injustas reclamações.
Em Tarauacá, por exemplo, o Secretário Municipal de Obras vem intensificando a limpeza do sistema de drenagem. Ou seja, estar tentando desobstruir galerias e esgotos que transbordam lixo urbano, e impedem a fluidez das águas das chuvas.
A intenção do Secretário é boa. A iniciativa é plausível, e com certeza reforça o trabalho que é executado pela gestão da Prefeita Marilete Vitorino durante o ano por meio da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp). As ações de desobstrução do sistema de drenagem facilitam o escoamento da água e evitam alagação em pontos da cidade, no período chuvoso. Porém, parece inútil. Explico o porquê.
É dar ‘murro em ponta de faca’, se o povo mal educado, carente de políticas públicas de conscientização ambiental, não aprender que jogar lixo na rua ocasiona grave impacto ambiental.
E digo mais, o problema estar na escola e na família, porque no sistema de ensino brasileiro, nos termos do Art. 205 da Constituição Federal, a educação, é direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania.
A criança, o jovem e o idoso precisam dessa lição.
O cidadão precisa entender que a limpeza das galerias é feito de forma manual pelos trabalhadores terceirizados da Prefeitura, e não num toque de mágica. No Japão, alunos lavam o banheiro das escolas para fortalecer a consciência e as noções de higiene. No Brasil, o descarte irregular de lixo urbano é visto com naturalidade. Desde a embalagem de um bombom, até um animal putrefato.
É fácil jogar o lixo na rua, e exigir do administrador que limpe, que cate o lixo.
O trabalho de retirar resíduos que se acumulam nesses locais em razão do descarte irregular de lixo nas vias públicas, merece uma regulamentação legal específica, uma lei rigorosa, com uma multa pesada para o cidadão, que polui irregularmente sua cidade.
O descarte irregular polui a cidade e dificulta o escoamento normal das águas. Essa lição é básica. Nem os administradores municipais e nem a escola se preocupam com ela. Resultado: cidade poluída (com as respectivas consequências).
É um paliativo o serviço de desobstrução e limpeza de caixas coletoras ou ‘valas’, porque a poluição diária continuará a impedir a fluidez e vazão das águas.
A limpeza de dejetos e a desobstrução das galerias sempre será um ‘murro em ponta de faca‘, até o dia em que a população acordar e se conscientizar ambientalmente.
‘Jogue o lixo no lixo’, ensinou minha professora do primário.
Até breve meus amigos, ótima sexta-feira!
Por Bakunin Acriano, via Redação do Acrenoticias.com
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