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Pais de bebês que morreram de síndrome respiratória à espera de UTI no AC denunciam negligência e pretendem acionar a Justiça

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As famílias das crianças que morreram vítimas de síndromes gripais em Rio Branco ainda buscam uma explicação para a perda dos pequenos. Pelo menos quatro mães já se juntaram e pretendem entrar na Justiça contra o estado, por entenderem que houve negligência no atendimento das vítimas.

Em comum, elas relatam que os bebês deram entrada em unidades de saúde da capital com sintomas gripais, logo o quadro deles agravou e não havia leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) disponível para internação. Sobre isso, o governo disse que não vai se manifestar.

Ao todo, nove crianças de 2 meses a 4 anos morreram em Rio Branco por síndromes respiratórias nos últimos dias, sendo quatro somente nos primeiros dias de junho. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre), desde abril, foram registrados 96 casos de crianças que precisaram passar por internação no Pronto-socorro de Rio Branco.

No Hospital da Criança de Rio Branco, referência para os atendimentos, há 48 leitos de enfermaria e apenas 9 de UTIs pediátricos. Segundo a Sesacre, todos os leitos estão ocupados. As crianças que precisam de atendimento são recebidas no Pronto-Socorro da capital, que não tem leitos de UTI pediátricos.

Por conta do aumento na procura por atendimentos, a Saúde anunciou nessa quinta (9) que abriu10 vagas de leitos semi-intensivos no Hospital da Criança e no PS foram abertos 16 leitos de enfermaria para crianças. O g1 tentou saber com a Sesacre se foram abertos mais leitos nesta sexta-feira (10), mas aguarda resposta.

‘Precisam pagar’

Quem começou o movimento para tentar juntar os pais das vítimas foi a servidora pública, Joelma Dantas, mãe do pequeno Théo Dantas, de 10 meses, que morreu na última terça (7) no PS da capital enquanto esperava uma vaga de UTI no Hospital da Criança. Ela disse que a ideia é unir as famílias das nove crianças para buscar justiça.

“Estou tentando contato com as outras oito mães que estão sofrendo a mesma situação nesses últimos dois meses. Em seguida, pretendemos levar a denúncia ao Ministério Público e procurar a Justiça mesmo para responsabilizar o estado, porque no ano passado um especialista chegou a falar sobre essa síndrome grave e alertar a Secretaria de Saúde que teria que se preparar. Então, tudo isso foi fruto de negligência e eles precisam pagar por isso. Com certeza, poderia ter sido evitado”, disse Joelma.

A reportagem entrou em contato com a Promotoria de Saúde do Ministério Público para saber se abriu algum procedimento sobre as denúncias, mas ainda aguarda retorno.

Maytê da Silva, de 3 meses, morreu enquanto esperava vaga em UTI do Hospital da Criança em Rio Branco, diz mãe — Foto: Arquivo pessoal

Maytê da Silva, de 3 meses, morreu enquanto esperava vaga em UTI do Hospital da Criança em Rio Branco, diz mãe — Foto: Arquivo pessoal

A consultora de ótica, Berenice Alexandre da Silva, de 25 anos, chora ao falar sobre a morte da filha Maytê da Silva, de apenas 3 meses, ocorrida no último dia 25 de maio no Pronto-Socorro.

“Ela já tinha sido internada em março, chegou a ficar intubada na UTI na época no Hospital da Criança, mas ficou bem e teve alta. Uns dias depois, ela ficou ruim novamente, só chorava, então levei para o PS. Lá, ela ficou piorando, disseram que não tinha vaga de UTI e quando foram intubar, ela teve uma parada cardíaca. Acredito que se tivesse ido para UTI, ela estaria aqui ainda. Acho vergonhoso um estado ter somente 9 vagas de UTI. Ela era minha segunda filha, tenho outro bebê de 1 ano e 9 meses e agora o sentimento é de luto pela morte da minha filha e de medo de precisar da saúde pública de novo”, relatou a mãe.

Enzo Miguel, de 2 anos, foi uma das vítimas dos últimos dias de síndromes gripais. A mãe dele, a dona de casa Sarah Holanda, conta que ao perceber que o menino estava gripado e muito cansado o levou até uma UPA, onde ele recebeu medicação para verme.

O quadro agravou e ela procurou o PS, onde ele morreu. Ela também acredita que houve negligência, chegou a registrar ocorrência na delegacia e pretende se unir com as demais famílias em uma ação contra o estado.

“Meu filho morreu por negligência médica porque se ela tivesse feito escuta pulmonar nele, se ela tivesse feito, ela já ia ver que meu filho estava debilitado e ele não teria morrido. Ela disse que ele estava com verme, passou um remédio e mandou nós irmos pra casa sendo que ele já estava com infecção, uma bactéria no sangue, uma pneumonia grave”, lembrou.

A dona de casa Jeielly Silva, de 24 anos, é mãe da pequena Maria Loise, de 1 ano e 9 meses, que também morreu de síndrome respiratória no último dia 28 abril no PS de Rio Branco. A criança chegou a ser levada para uma UPA, depois foi transferida ao Pronto-Socorro e ao chegar no hospital, a família foi informada que não tinha leito e que teria que aguardar. No mesmo dia, ela não resistiu.

“O pediatra disse que ela precisava de uma vaga na UTI, mas ela faleceu a espera de um leito. Se tivesse ido para a UTI teria sido diferente, porque o médico que atendeu ela falou que ela estava com pneumonia grave e precisava de um leito de UTI. A Maria era minha segunda filha, foi uma filha planejada, era tudo que a gente sempre quis e tem sido muito difícil pra gente”, disse entre lágrimas.

Vírus causador de casos graves

A infectologista Cirley Lobato diz que o Vírus Sincicial Respiratório é o causador dos casos graves de gripe e explicou que ele prefere as vias aéreas superiores, mas que pode inflamar outros órgãos também.

“A predileção por outros órgãos, com comprometimento direto do coração, do fígado, causando quadro de hepatite. Então, eles estão vindo com uma agressão maior, comprometendo outros órgãos, e as vezes independe até do sistema imunológico da criança. Ela pode até ter um sistema imunológico bom, mas a inflamação é tão grande que acaba atingindo outros órgãos”, explicou a especialista.

Com informações de G1Acre

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe equipamentos para Laboratórios de Toxicologia e Farmácia Viva — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou nesta segunda-feira, 1º, na sala ambiente do bloco de Nutrição, a entrega oficial do material destinado ao Laboratório de Toxicologia Analítica e ao Projeto Farmácia Viva, reforçando a infraestrutura científica da instituição e ampliando o suporte às ações de ensino, pesquisa e extensão.

A ação integra o Projeto de Implantação do Laboratório de Toxicologia Analítica, que recebeu a doação de 21 equipamentos permanentes, adquiridos com recursos do Ministério Público do Trabalho da 14ª Região (MPT-14), mediante autorização da Primeira Vara Federal do Acre. A iniciativa reconhece o interesse público e a relevância social das atividades desenvolvidas pela Universidade Federal do Acre, especialmente nas áreas da saúde, inovação científica e desenvolvimento regional.

Os equipamentos recebidos fortalecem duas frentes estratégicas da instituição. No âmbito do Projeto Farmácia Viva, eles ampliam a capacidade de cultivo, processamento e controle de qualidade de plantas medicinais, reforçando também as ações de extensão voltadas à promoção da saúde e ao uso racional de fitoterápicos. Já na área de toxicologia analítica, os novos aparelhos permitem o desenvolvimento e validação de métodos de análise, o processamento de matrizes biológicas e ambientais e o suporte a investigações científicas e forenses.

“Parabenizo os três professores que estão à frente desse projeto: a professora Marta Adelino, Dayan Marques e Anne Grace. Isso moderniza nossa universidade e representa um salto qualitativo na formação de profissionais”,  afirma a reitora Guida Aquino.

O professor Dayan de Araújo Marques, docente do Centro de Ciências da Saúde e do Desporto (CCSD) e farmacêutico industrial, realizou a apresentação das fases do projeto. Ele destacou que a parceria com o MPT-14 representa a consolidação de um espaço científico. “Essa consolidação é capaz de oferecer respostas mais rápidas e precisas às demandas de saúde e meio ambiente no Acre, reduzindo a dependência de laboratórios externos e ampliando o impacto social das pesquisas desenvolvidas na universidade”.

Com a entrega desse conjunto tecnológico, a instituição eleva seu potencial de atuação laboratorial e reafirma o compromisso com a produção de conhecimento e o atendimento às demandas da sociedade acreana.

Também compuseram o dispositivo de honra o Pró Reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; a coordenadora do projeto do laboratório de toxicologia analítica, Marta Adelino da Silva Faria; a procuradora do Trabalho, representando o ministério público, Ana Paula Pinheiro de Carvalho.

 



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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

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Curso de Medicina Veterinária da Ufac promove 4ª edição do Universo VET — Universidade Federal do Acre

As escolas da rede municipal realizam visitas guiadas aos espaços temáticos montados especialmente para o evento. A programação inclui dois planetários, salas ambientadas, mostras de esqueletos de animais, estudos de células, exposição de animais de fazenda, jogos educativos e outras atividades voltadas à popularização da ciência.

A pró-reitora de Inovação e Tecnologia, Almecina Balbino, acompanhou o evento. “O Universo VET evidencia três pilares fundamentais: pesquisa, que é a base do que fazemos; extensão, que leva o conhecimento para além dos muros da Ufac; e inovação, essencial para o avanço das áreas científicas”, afirmou. “Tecnologias como robótica e inteligência artificial mostram como a inovação transforma nossa capacidade de pesquisa e ensino.”

A coordenadora do Universo VET, professora Tamyres Izarelly, destacou o caráter formativo e extensionista da iniciativa. “Estamos na quarta edição e conseguimos atender à comunidade interna e externa, que está bastante engajada no projeto”, afirmou. “Todo o curso de Medicina Veterinária participa, além de colaboradores da Química, Engenharia Elétrica e outras áreas que abraçaram o projeto para complementá-lo.”

Ela também reforçou o compromisso da universidade com a democratização do conhecimento. “Nosso objetivo é proporcionar um dia diferente, com aprendizado, diversão, jogos e experiências que muitos estudantes não têm a oportunidade de vivenciar em sala de aula”, disse. “A extensão é um dos pilares da universidade, e é ela que move nossas ações aqui.”

A programação do Universo VET segue ao longo do dia, com atividades interativas para estudantes e visitantes.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)



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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

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Doutorandos da Ufac elaboram plano de prevenção a incêndios no PZ — Universidade Federal do Acre

Doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte) apresentaram, na última quarta-feira, 19, propostas para o primeiro Plano de Prevenção e Ações de Combate a Incêndios voltado ao campus sede e ao Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (Ufac). A atividade foi realizada na sala ambiente do PZ, como resultado da disciplina “Fundamentos de Geoinformação e Representação Gráfica para a Análise Ambiental”, ministrada pelo professor Rodrigo Serrano.

A ação marca a primeira iniciativa formalizada voltada à proteção do maior fragmento urbano de floresta em Rio Branco. As propostas foram desenvolvidas com o apoio de servidores do PZ e utilizaram ferramentas como o QGIS, mapas mentais e dados de campo.

Entre os produtos apresentados estão o Mapa de Risco de Fogo, com análise de vegetação, áreas urbanas e tráfego humano, e o Mapa de Rotas e Pontos de Água, com trilhas de evacuação e açudes úteis no combate ao fogo.

Os estudos sugerem a criação de um Plano Permanente com ações como: Parcerias com o Corpo de Bombeiros; Definição de rotas de fuga e acessos de emergência; Manutenção de aceiros e sinalização; Instalação de hidrantes ou reservatórios móveis; Monitoramento por drones; Formação de brigada voluntária e contratação de brigadistas em período de estiagem.

O Parque Zoobotânico abriga 345 espécies florestais e 402 de fauna silvestre. As medidas visam garantir a segurança da área, que integra o patrimônio ambiental da universidade.

“É importante registrar essa iniciativa acadêmica voltada à proteção do Campus Sede e do PZ”, disse Harley Araújo da Silva, coordenador do Parque Zoobotânico. Ele destacou “a sensibilidade do professor Rodrigo Serrano ao propor o desenvolvimento do trabalho em uma área da própria universidade, permitindo que os doutorandos apliquem conhecimentos técnicos de forma concreta e contribuam diretamente para a gestão e segurança” do espaço.

Participaram da atividade os doutorandos Alessandro, Francisco Bezerra, Moisés, Norma, Daniela Silva Tamwing Aguilar, David Pedroza Guimarães, Luana Alencar de Lima, Richarlly da Costa Silva e Rodrigo da Gama de Santana. A equipe contou com apoio dos servidores Nilson Alves Brilhante, Plínio Carlos Mitoso e Francisco Félix Amaral.

 



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