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Palestinos que esperam retornar a Rafah, em Gaza, encontram cidade em ruínas | Notícias do conflito Israel-Palestina

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6 meses atrásem
Rafah, Faixa de Gaza, Palestina – O agricultor palestino Abd al-Sattari era dono de duas casas em Rafah, Gaza. Durante os nove meses desde que as forças israelitas invadiram a cidade do sul, ele foi forçado a deslocar-se. O homem de 53 anos vivia com a esperança de que, se uma casa fosse atingida num dos ataques israelitas, que arrasaram mais de 70 por cento do território, a outra permaneceria de pé para acolher a sua família de volta quando a guerra terminasse. finalmente terminou.
No domingo, antes mesmo o cessar-fogo entrou em vigor, Abd pegou seu filho mais velho, Mohammed, e deixou o resto da família em sua tenda de deslocamento em al-Mawasina costa sudoeste de Gaza. Eles correram para uma propriedade, depois para outra, para enfrentar a dura realidade: ambas as suas casas – uma na área de Shaboura e outra em Mirage – tinham sido reduzidas a escombros. As esperanças de Abd de regressar à normalidade foram destruídas.
O tão esperado acordo de cessar-fogo entrou em vigor na manhã de domingo, trazendo o que os palestinos esperam que seja o fim de uma guerra horrível que tem matou mais de 46.900 pessoasdemoliu grande parte do enclave sitiado e levou mais de 2 milhões de pessoas ao deslocamento. Mesmo antes do início do cessar-fogo, centenas de famílias regressavam a Rafah, depois da invasão israelita, com os seus poucos pertences acondicionados em veículos, carroças puxadas por animais e bicicletas.
As forças israelitas continuaram os seus ataques a Gaza, matando mais palestinianos pouco antes do início do cessar-fogo. Mas isso não impediu algumas famílias que já se tinham dirigido para os seus antigos bairros e montado acampamento nas ruínas do que outrora foram as suas casas, ansiosas por ultrapassar os meses mais sombrios das suas vidas.
Ao atravessarem as estradas esburacadas que atravessam Rafah, algumas famílias gritavam: “Vamos reconstruir. Nós viveremos.”
‘Rafa se foi’
Mas para muitos, a alegria transformou-se em angústia à medida que regressavam à devastação.
Ao inspecionar sua primeira casa, de 200 metros quadrados (2.000 pés quadrados), e sua segunda casa de dois andares de 160 metros quadrados (1.700 pés quadrados), Abd encontrou apenas destruição. As visitas às casas dos seus três irmãos revelaram uma devastação semelhante. Sem teto para abrigar sua família, seus sonhos de acabar com o deslocamento de sete meses ruíram.
Sentado entre as ruínas, Abd ligou para sua esposa, que estava esperando no campo de al-Mawasi com os pertences da família embalados em um caminhão. Por telefone, ele deu a notícia: suas casas eram inabitáveis, sem paredes, água ou serviços básicos. Sua esposa chorou amargamente, implorando para voltar apesar da devastação, mas Abd insistiu que era impossível.
O filho mais velho, Mohammed, pegou o telefone para convencer a mãe a ficar onde estava, garantindo-lhe que explorariam maneiras de se preparar para um futuro retorno.
“O Rafah que conhecíamos desapareceu”, lamentou Abd. “As ruas onde crescemos, os lugares onde trabalhamos – agora estão irreconhecíveis.”
Para a família de seis filhos de Abd, este dia pretendia marcar o fim da miséria do deslocamento. Em vez disso, enfrentam a dura realidade da reconstrução do nada.
Abd refletiu sobre suas esperanças frustradas. “Pensamos que finalmente escaparíamos das tendas e viveríamos novamente dentro dos muros. Mas agora, parece um novo tipo de aniquilação – desta vez, não por bombas, mas pela pura ausência dos elementos essenciais da vida.”

Um retorno desesperado ao lar
Nos dias que antecederam o cessar-fogo, os palestinianos em Gaza têm-se preparado para o que esperavam que fosse o fim da sua miséria – mais de 1,8 milhões de pessoas sofriam de fome severa e centenas de milhares viviam em tendas frágeis que mal os protegiam da fome. um inverno que matou bebês devido à hipotermia.
Famílias como a de Nasim Abu Alwan, que trouxe os seus nove filhos de volta e encontrou a sua casa destruída, resolveram viver entre as ruínas. “Se for necessário, transportaremos água de longe”, disse Nasim. “Terminamos com as tendas. Vamos ficar em Rafah, aconteça o que acontecer.”
De acordo com dados das Nações Unidas, mais de 60 por cento dos edifícios e 65 por cento das estradas em Gaza foram destruídos desde 7 de Outubro de 2023, quando a guerra começou.
“Foram geradas mais de 42 milhões de toneladas de detritos, dentro dos quais estão enterrados restos humanos e engenhos não detonados (UXO), amianto e outras substâncias perigosas”, afirma o relatório da agência humanitária da ONU (OCHA).
Outros residentes de Rafah, como Amjad Abdullah, optaram por ficar em Khan Younis, não dispostos a suportar a vida no meio dos escombros. “É impossível viver aqui”, disse ele depois de descobrir que seu bairro era inacessível até mesmo a pé. “Rafah se tornou um cemitério de edifícios. Sem água, estradas ou infraestrutura básica, a vida aqui é inimaginável.”

Segundo Mohammed al-Sufi, presidente da Câmara de Rafah, a escala da destruição em Rafah é “impressionante”.
“A cidade é inabitável”, disse ele à Al Jazeera.
Al-Sufi disse que “70 por cento das suas instalações e infra-estruturas estão destruídas”.
“Áreas-chave como o Corredor Philadelphi, que constitui 16 por cento da área de Rafah, permanecem fora dos limites, enquanto grandes áreas do leste de Rafah são igualmente inacessíveis”, acrescentou. O Corredor Filadélfia é uma faixa de terra que se estende ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.
Os trabalhadores municipais estão a correr contra o tempo para limpar estradas, restaurar a água e enfrentar os perigos dos engenhos não detonados. Mas o município alerta contra retornos acelerados.
“Precisamos de uma abordagem gradual e cautelosa. Sem serviços básicos, a vida não pode ser retomada”, disse um dos trabalhadores.
Apesar da devastação, os residentes de Rafah continuam desafiadores. As famílias agarram-se à sua ligação com a cidade, determinadas a recuperar o pouco que resta. Como disse um pai: “Sofremos muito no exílio. Rafah está em casa e vamos reconstruí-la – mesmo que isso demore uma vida inteira.”
Esta peça foi publicada em colaboração com por exemplo.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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