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para os democratas, defender o aborto é uma faca de dois gumes

Voluntárias da Arizona List, uma organização criada para eleger mulheres democratas progressistas pró-escolha em Tucson, Arizona, 16 de outubro de 2024.

Com referendos sobre o tema em dez estados americanos, a votação de 5 de Novembro poderá transformar-se num plebiscito em defesa do aborto nos Estados Unidos. Não é certo, contudo, que a mobilização em torno de um direito que as mulheres americanas acreditavam ser intocável beneficiará os Democratas tanto quanto eles esperavam. A sua candidata, Kamala Harris, que defendeu a “liberdade de escolha” um dos principais eixos da sua candidatura, poderá sofrer, ainda que indiretamente, com a divisão que a campanha pelo aborto acentuou.

Nestes dez estados (Arizona, Colorado, Dakota do Sul, Flórida, Maryland, Missouri, Montana, Nebraska, Nevada e Nova York), os eleitores são informados, ao mesmo tempo que a escolha do presidente e dos membros do Congresso, dos princípios constitucionais emendas para expandir ou proteger o acesso ao aborto. Dois estão entre os estados-chave para as eleições presidenciais: Arizona e Nevada. Outros dois são de importância crucial para o controle do Senado: Montana e Flórida.

As perguntas são formuladas de forma diferente. Nos estados onde o aborto é legal além da décima quinta semana (Colorado, Nevada, Maryland e Montana), trata-se de garantir o acesso ou ampliá-lo, autorizando, por exemplo (Colorado ), a utilização de fundos públicos para o reembolso de despesas voluntárias. interrupções da gravidez (IVG). Nos outros (Arizona, Missouri, Dakota do Sul e Florida), é o levantamento das actuais restrições que está em causa, com consequências concretas para milhões de mulheres.

Duelo existencial

Em Nebraska, dois textos estão em competição. No Estado de Nova Iorque, a “Proposta 1” insere-se num contexto mais amplo: pretende proteger um conjunto de “direitos fundamentais” incluindo o aborto, mas a palavra não aparece no texto.

As pesquisas mostram que as propostas de referendo deveriam ser aprovadas na maioria dos estados, com exceção do muito conservador Dakota do Sul, onde o aborto é completamente proibido, a menos que a vida da mãe esteja em perigo. Mesmo no Missouri, cuja Assembleia é controlada em dois terços por republicanos, a “Emenda 3” ultrapassa os 50% de aprovação nas sondagens. Na Flórida, a “Emenda 4”, que propõe proteger o direito ao aborto até a viabilidade do feto, deveria chegar a 50%, mas deve obter 60% dos votos para ser adotada, limite que foi ultrapassado em consultas semelhantes na Califórnia ou em Vermont, mas nunca num estado republicano.

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