A proximidade do segundo turno da eleição municipal, no domingo (27), aumenta a preocupação com a violência política no Brasil. Estudos que monitoram o tema apontam para um aumento de ocorrências na campanha deste ano e chamam a atenção para o crescimento dos casos perto do dia de votação.
O Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio) contou pelo menos 338 episódios de violência política de julho a setembro de 2024 —um recorde para a série histórica da pesquisa. Mais da metade deles foi de violência física; dentro dessa fatia, 88 atentados, dos quais 33 deles terminaram em morte.
Uma segunda pesquisa, das ONGs Terra de Direitos e Justiça Global, apontou 373 ocorrências contra candidatos ou políticos em exercício no primeiro turno —média de sete por dia, contra duas por dia nas eleições federais e estaduais de 2022. Em todo o ano, somando o período pré-eleitoral, foram 518 casos de violência política.
Especialistas atribuem o aumento da violência a diferentes fatores, que extrapolam a polarização. Entre eles, as redes sociais, que amplificam o alcance de ofensas e ameaças, e a crescente infiltração do crime organizado na política —tema que está no radar da Justiça Eleitoral.
O Café da Manhã desta terça-feira (22) fala das formas de violência política nesta eleição. O podcast ouve a diretora-executiva da Justiça Global Glaucia Marinho, que conta o que foi possível observar na campanha e explica quem são os alvos; e o cientista político e advogado Marcelo Issa, diretor-executivo do Transparência Partidária, que discute o que motiva a violência política e analisa como ela impacta a democracia.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com roteiro e produção de Laura Lewer, Paola Ferreira Rosa e Lucas Monteiro. A edição de som é de Thomé Granemann e Raphael Castro.
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