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Por que a Rússia está bombardeando navios que transportam grãos ucranianos? | Notícias da guerra Rússia-Ucrânia

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10 meses atrásem
A Ucrânia acusou a Rússia de lançar uma série de ataques com mísseis contra navios comerciais carregando grãos ucranianos no Mar Negro, ameaçando perturbar um período de relativa calma que ajudou a estabilizar os preços globais dos alimentos.
Esta não é a primeira vez que a Rússia é acusada de atacar navios que transportam cereais.
Quais navios foram atingidos?
Na segunda-feira, um míssil atingiu o Optima, um navio com bandeira de Palau que havia deixado a cidade de Odesa, no sul da Ucrânia, matando um tripulante e ferindo cinco.
Foi o segundo ataque a um navio que transportava grãos exportados em poucos dias. No domingo, o Paresa, com bandeira de São Cristóvão e Nevis, foi atingido enquanto transportava uma carga de 6 mil toneladas de milho.
O vice-primeiro-ministro da Ucrânia, Oleksiy Kuleba, acusou Moscovo de tentar “destruir a navegação no Mar Negro, garantindo a segurança alimentar”, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiha, disse que a Rússia empregou uma “tática terrorista deliberada”.
Antes destes dois ataques, a Ucrânia acusou a Rússia de atingir um navio civil de cereais pela primeira vez em Setembro. Foi então que o graneleiro Aya foi alvo de ataques nas águas do Mar Negro, perto da Roménia, membro da NATO.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse que o Aya, que transportava grãos para o Egito, deixou o porto de Chornomorsk e foi atingido logo depois de deixar as águas territoriais ucranianas. Sybiha, a ministra das Relações Exteriores, disse que o ataque foi “um ataque descarado à liberdade de navegação e à segurança alimentar global”.
Antes destes ataques a navios, os navios comerciais tinham evitado quaisquer danos importantes, uma vez que os mísseis russos eram direcionados para a infraestrutura portuária da Ucrânia.
Moscovo negou repetidamente que ataque alvos civis e o Ministério da Defesa da Rússia não comentou os ataques aos navios graneleiros.
Como foram as exportações de cereais da Ucrânia afectadas pela guerra com a Rússia?
A Ucrânia, um dos principais exportadores mundiais de cereais, tem lutado para manter o fornecimento de alimentos durante a guerra com a Rússia.
Quando a Rússia iniciou a sua invasão em Fevereiro de 2022, montou um bloqueio a todos os portos ucranianos do Mar Negro. Global os preços dos alimentos atingiram um máximo histórico no mês seguinte, com repercussões sentidas por consumidores em lugares tão distantes como o Líbano, a Somália e o Egipto.
As remessas foram retomadas em julho de 2022 sob o Iniciativa de grãos do Mar Negroum acordo mediado pelas Nações Unidas e pela Turquia que permitiu a exportação comercial de alimentos e fertilizantes da Ucrânia, até A Rússia saiu do acordo um ano depois.
Desde então, a Ucrânia exporta cereais através do seu próprio corredor, que passa pelas águas territoriais da Roménia, Bulgária e Turquia. Kiev conseguiu operar o corredor sem a aprovação da Rússia, retomando o envio de grandes volumes de produtos agrícolas para os mercados pré-guerra da Ásia e de África.
De acordo com dados do Lloyd’s List, o jornal marítimo com quase 300 anos de existência com sede em Londres, a capacidade total de todos os navios estrangeiros de cereais que chegaram à Ucrânia durante o primeiro trimestre de 2024 – incluindo os portos do Mar Negro e do rio Danúbio – foi de 25,1 milhões de toneladas de porte bruto, um aumento de 78 por cento em relação ao mesmo período de 2023, quando o corredor apoiado pela Rússia estava em vigor.
Mas Pavlo Martyshev, especialista em mercados alimentares da Escola de Economia de Kiev, disse que a Rússia também tem forte influência nos mercados mundiais de cereais, em concorrência com a Ucrânia.
Os dados mostram que a Rússia estabeleceu um novo recorde de exportação de trigo na campanha de comercialização de 2023-2024, expedindo mais de 55,4 milhões de toneladas e aumentando o fornecimento a vários países asiáticos.
“Os ataques recentes podem afectar a competitividade da Ucrânia”, tornando as exportações russas mais lucrativas e beneficiando a sua máquina de guerra, disse Martyshev à Al Jazeera. “Quanto mais dinheiro entra, mais a Rússia pode comprar armas para a guerra.”
Por que a Rússia está atacando os navios comerciais de grãos?
As exportações são uma fonte de receitas crucial para os agricultores ucranianos com dificuldades financeiras.
Antes da invasão russa no início de 2022, a Ucrânia exportava cerca de 6,5 milhões de toneladas de grãos para o exterior todos os meses, de acordo com dados do Ministério Ucraniano de Política Agrária e Alimentação, gerando receitas de US$ 27,8 bilhões para o ano de 2021. Foi o sétimo ano do mundo. -maior exportador de trigo e quarto maior exportador de cevada, de acordo com o Serviço de Agricultura Estrangeira do Departamento de Agricultura dos EUA.
As exportações de cereais caíram para pouco mais de 2 milhões de toneladas por mês em meados de 2023, pouco mais de um ano após o início da guerra.
As recentes greves nos navios trazem incerteza para os agricultores que “precisam de dinheiro para comprar sementes para a época de sementeira do próximo Inverno”, disse Martyshev. “Eles estão tentando maximizar seus próprios lucros, já que o plantio depende de seus ganhos agora.”
Paralelamente à erosão das receitas ucranianas num momento crítico, as recentes greves farão com que os prémios de seguro subam e tornarão menos apelativo para os transportadores estrangeiros de produtos agrícolas negociarem cereais ucranianos, afirmam especialistas.
“Isso torna muito mais difícil psicologicamente para os nossos comerciantes e exportadores enfrentarem ataques às suas infraestruturas, e isso cria um estrangulamento na nossa cadeia de abastecimento logístico”, acrescentou Martyshev.
Dmitry Gorenburg, cientista pesquisador sênior da CNA, um think tank com sede nos EUA e focado na segurança, disse à Al Jazeera que os repetidos ataques sugerem a “barganha implícita” por trás de um período de relativa calma no Mar Negro – que permitiu à Ucrânia operar seu corredor sem a aprovação da Rússia – pode estar a chegar ao fim.
“A Rússia não tinha como alvo os navios graneleiros e a Ucrânia mantinha-se, em grande parte, afastada dos navios da Marinha russa no leste do Mar Negro”, disse Gorenburg à Al Jazeera, resumindo os termos do acordo tácito.
A Ucrânia pode agora responder retomando os ataques de drones contra activos russos.
Gorenburg, cuja investigação se centra nos processos de tomada de decisão da liderança da Rússia, disse que o raciocínio por detrás do ataque de Moscovo aos navios exportadores de cereais ainda não está claro.
A Rússia poderá sentir-se encorajada pela sua recente ganhos em Donbassou pode estar buscando retaliação pelas ações da Ucrânia ataque surpresa do outro lado da fronteira na região de Kursk, disse ele.
Pode também estar simplesmente à procura de novas formas de enfraquecer a Ucrânia. “Se for possível enfraquecer economicamente a Ucrânia, isso reduzirá a sua capacidade de resistência”, disse Gorenburg.
Em vez de visar os portos, a “intimidação dos transportadores comerciais é uma forma muito melhor de o fazer”.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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