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Por que o CERN quer construir um colisor de partículas gigante – DW – 30/09/2024

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8 meses atrásem
As celebrações do 70º aniversário do CERN em 2024 podem ser a sua maior conquista desde que os cientistas lá detectou a “indescritível” partícula do bóson de Higgs em 2012.
Mais de uma década depois, os cientistas do CERN ainda estão esmagando partículas subatômicas no Grande Colisor de Hádrons (LHC) mas não relataram nenhuma descoberta comparável desde o bóson de Higgs.
Mas esperam fazer novas e importantes descobertas com um colisor de partículas muito maior, que, se construído, terá três vezes o tamanho do LHC.
O Future Circular Collider (FCC) proposto teria mais de 90 km de comprimento.
O objetivo seria servir como a chamada fábrica de Higgs, produzindo partículas do bóson de Higgs para pesquisa. Acredita-se que o bóson de Higgs seja um alicerce do universo.
Mas com um custo estimado de 15 mil milhões de francos suíços (~15,7 mil milhões de euros; ~17,5 mil milhões de dólares), e num mundo de recursos limitados, será que a FCC vale a pena?
Críticas aos planos de expansão do CERN
O CERN faz pesquisas “fundamentais”. É tão fundamental – exploratório – que os cientistas nunca podem ter a certeza se a sua investigação produzirá quaisquer resultados. Certamente nenhum resultado será imediatamente benéfico para a vida quotidiana das pessoas.
Algumas pessoas argumentam que o custo proposto da FCC (17 mil milhões de dólares) seria melhor gasto em questões científicas mais práticas e urgentes do nosso tempo.
O mundo gastou cerca de 4,1 mil milhões de dólares na investigação da malária em 2022. Nesse mesmo ano, a Organização Mundial de Saúde afirma que houve cerca de 249 milhões de casos de malária e 608.000 mortes por malária em 85 países.
Será que os 17 mil milhões de dólares seriam mais bem gastos na investigação da malária ou de outras ameaças em tempo real, como as alterações climáticas e os vírus emergentes?
A física teórica Sabine Hossenfelder pensa assim: Hossenfelder tem sido um crítico ferrenho dos planos de expansão do CERN.
“É um projeto de alto risco e baixo retorno”, disse Hossenfelder em um vídeo. Hossenfelder observou que o projeto da FCC custaria realisticamente muito mais quando as operações começassem.
O CERN também foi alvo de escrutínio público relativamente aos seus gastos energéticos durante a escassez em torno da guerra Rússia-Ucrânia.
Apesar disso, têm sido poucas as vozes dissidentes contra o CERN, especialmente entre outros cientistas. Muitos cientistas acreditam que construir um colisor de partículas maior pode responder a muitas questões fundamentais, como o bóson de Higgs.
Por que o bóson de Higgs é tão importante?
Em termos não científicos, o bóson de Higgs foi descrito como uma “partícula de Deus”. – isto “cola” elementos fundamentais do universo.
Pode parecer que o universo surgiu do nada, mas o bóson de Higgs explica como aconteceu o Big Bang há 13,7 bilhões de anos – revela por que as partículas têm massa.
Quando as partículas não têm massa, elas correm pelo universo à velocidade da luz, como fótons.
Mas ter massa confere às partículas propriedades gravitacionais, o que acaba por desacelerá-las. E com a gravitação, eles conseguem se unir e formar outros elementos.
Em 1964, Peter Higgs, François Englert e outros propuseram que as partículas ganhassem massa interagindo com – o que chamaram – um campo de Higgs. O Large Hadron Collider do CERN provou experimentalmente esta teoria em 2012. E Higgs e Englert ganharam o Prêmio Nobel de 2013 em Física pelo seu trabalho.
Que perguntas o bóson de Higgs ainda pode responder?
O CERN é (no momento em que este artigo foi escrito) o único laboratório equipado para estudar o bóson de Higgs.
“Ele utiliza as maiores máquinas para estudar as menores partículas”, disse Judith Pirscher, secretária de Estado alemã do Ministério Federal de Educação e Pesquisa (BMBF), num evento em Berlim.
Mas já se passaram 12 anos desde a descoberta revolucionária. Por que os cientistas ainda estão destruindo partículas? E porque é que o CERN deveria continuar, afundando milhares de milhões no processo?
“Com o bóson de Higgs, encontramos uma chave, mas ainda não sabemos tudo o que ele pode desbloquear”, disse Klaus Desch, delegado alemão do CERN, que trabalha na Universidade de Bonn.
Desch disse que estudar mais o Higgs poderia revelar mais sobre as origens do universo e matéria escura – sobre o qual sabemos muito pouco.
Beate Heinemann, diretora de física de partículas do Síncrotron de Elétrons Alemão, acrescentou que a pesquisa futura do CERN pode explicar por que observamos mais matéria do que antimatéria, sugerindo que “alguma coisa está faltando”.
Há também interesse global nesta investigação fundamental e competição internacional.
Em 2018, a China propôs construir um colisor de 100 km para produzir um milhão de bósons de Higgs ao longo de sete anos.
Enquanto isso, o Painel Americano de Priorização de Projetos de Física de Partículas (P5) optou por apoiar atualizações no CERN em vez de construir uma fábrica separada de Higgs. Também há planos para construir um Colisor Linear Internacional (ILC) no Japão.
Depois do LHC: o futuro colisor circular
O LHC concluirá e encerrará suas operações em 2041. Se a FCC prosseguir, o novo túnel estará a uma profundidade média de 200 metros no subsolo e incluirá oito locais de superfície que servirão para quatro experimentos.
Cerca de um terço desse custo de 17 mil milhões de dólares será enterrado apenas neste túnel. A construção resultaria em cerca de 16,4 milhões de toneladas de materiais escavados em um período de cinco anos.
Espera-se que o CERN apresente um relatório de viabilidade até 2025. Ele investigará o impacto técnico, financeiro, geológico e ambiental do projeto.
“Estamos constantemente à procura de formas de reutilizar a energia residual da nossa instalação científica, por exemplo, para abastecer aldeias próximas”, disse a diretora-geral Fabiola Gianotti à DW. “Já estamos fazendo isso em alguns casos. A sustentabilidade é uma grande prioridade no CERN.”
Num evento do 70º aniversário do CERN em Berlim, os oradores lembraram ao público que a World Wide Web nasceu no CERN – pode-se dizer que a WWW foi outra ideia fundamental, que, tal como o bóson de Higgs, une as nossas vidas.
O CERN também alimentou o crescimento em áreas de pesquisa como análise de big data, computação quântica, ímãs supercondutores e resfriamento de computadores com dióxido de carbono.
Pirsche disse simplesmente: “A pesquisa básica precisa de apoio”.
Editado por: Zulfikar Abbany
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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2 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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2 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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2 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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