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Por que roupas vintage viraram símbolo de status e artigos de luxo – 20/10/2024 – Estilo
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BBC News Brasil
Em 2022, a modelo americana Bella Hadid usou um vestido Gucci branco vintage durante o Festival de Cinema de Cannes, na França. O vestido era mais velho do que ela.
Criado pelo estilista Tom Ford durante sua passagem pela casa de moda italiana, o vestido de mangas longas foi usado pela primeira vez em uma passarela de Milão, na Itália, no verão de 1996 —cerca de dez meses antes do nascimento de Hadid.
“O vintage se tornou um símbolo próprio de status de luxo”, diz Samina Virk, CEO (diretora-executiva) nos Estados Unidos da Vestiaire Collective, uma plataforma global de alta costura de segunda mão.
“Agora, nem sempre a questão é sobre o que é novo. Às vezes, é sobre o que é velho e difícil de achar.”
Virk afirma que os clientes pesquisam o site da Vestiaire em busca de “arquivo Gucci”, além de Prada, Miu Miu e Saint Laurent.
“Arquivo” é um termo não oficial da indústria da moda, que basicamente significa “mais de 10 anos de idade, mas suficientemente famoso para que você se lembre dele em um tapete vermelho ou campanha publicitária”. E “troféu vintage” é outra expressão empregada para identificar essas peças simbólicas e muito procuradas.
A modelo e atriz britânica Emily Ratajkowski é uma das celebridades que passaram a dar preferência às peças que já foram adoradas no passado.
A Vestiaire não comercializa apenas produtos vintage. Ela oferece um dinâmico banco de dados de roupas de estilistas, sapatos e acessórios, às vezes de poucas estações atrás.
Uma rápida busca pelas novas ofertas do site mostra um modelador intocado da Khaite ainda com as etiquetas, um par de sapatos de salto alto Dior usados uma única vez e uma bolsa Loewe que poderia ter vindo direto do showroom.
Comprar estes artigos com pouco uso certamente representam economia de dinheiro —na maioria dos casos, cerca de 50% a 70% do preço de varejo. E pode também representar um alívio para os recursos do planeta.
“Comprar uma roupa de segunda mão aumenta seu ciclo de vida, em média, em 2,2 anos”, explica Virk à BBC. Isso significa que não é preciso produzir novas roupas com a mesma rapidez, já que as velhas permanecem em uso por mais tempo.
“É claro que o transporte de roupas pelo mundo consome energia”, prossegue ela. “Mas não chega nem perto da produção de um novo par de sapatos.”
Para Virk, a Vestiaire é uma melhor opção em um sistema de consumo fracassado. E também é uma injeção de dopamina para os consumidores que apreciam a emoção da busca.
“Você rola a tela e, de repente, vê aquele vestido dos seus sonhos, ou se lembra de vê-lo com uma celebridade”, ela conta. “Mas, como o custo é mais baixo, você pode comprar.”
“É parecido com aquelas colaborações dos estilistas com as marcas. A Vestiaire está trazendo este acesso para mais pessoas.”
Banho de realidade
Mas, antes que você fique animada demais, temos um banho de realidade. Os artigos de estilistas na Vestiaire podem ter preços abaixo do mercado, mas, ainda assim, não são baratos.
Óculos de sol Miu Miu, por exemplo, são oferecidos a cerca de US$ 330 (cerca de R$ 1.800) e um top de veludo Vivienne Westwood custa cerca de US$ 630 (cerca de R$ 3.400).
Os compradores também precisam de paciência para encontrar barganhas. O lado negativo do extenso arquivo da Vestiaire é que ele exige muita pesquisa (muitas telas rolando e rolando…) para encontrar o guarda-roupa dos seus sonhos.
Para evitar que os sonhos se transformem em pesadelos, a Vestiaire treina e emprega quase 100 “certificadores” em todo o mundo, para verificar a procedência dos estilistas.
Muitos deles já trabalharam nas marcas de luxo vendidas pelo site e possuem conhecimento profundo sobre as características dos estilistas, como a costura, a qualidade do couro e o material, como os fechos de metal e zíperes usados na maioria das bolsas e sapatos.
Ainda assim, a única forma totalmente segura de saber que sua bolsa Chanel foi realmente produzida pela badalada marca francesa é comprar na sua própria butique. Mas muitos compradores apreciam as oportunidades oferecidas pela Vestiaire e outros sites de revenda, como The RealReal e Fashionphile.
“Sabemos que a confiança não é negociável”, afirma Virk. “Não iremos vender um artigo se não acreditarmos nele.”
Virk começou a acreditar na moda logo no início da vida. Quando era adolescente no Estado norte-americano de Michigan, a paquistanesa-americana usava a moda para mesclar a cultura dos pais com a sua própria.
“Cresci nessa dicotomia, ‘como conciliar a cultura dos meus pais, que eles realmente querem garantir que eu preserve, com a minha vida de adolescente americana?'”, relembra ela. “Para isso, peguei a máquina de costura da minha mãe e comecei a fazer essas roupas tradicionais do Paquistão usando tecidos americanos modernos.”
“Eram os anos 1990 e usei todas aquelas estampas florais bonitas que víamos nas meninas da TV. Tudo surgiu do fato de que eu vivia entre duas culturas. E a forma que imaginei para unir essas culturas foi através da moda.”
Em agosto de 2024, Virk ajudou a Vestiaire a formar outra conexão, desta vez com um sucesso da TV: a série Emily em Paris, da Netflix.
A alta costura exibida na série despertou a imaginação coletiva dos fãs da moda. As roupas de Emily em Paris são fabulosas e até exageradas, mas Virk sabia que o envolvimento da Vestiaire precisaria estar relacionado com o roteiro da produção.
“Era importante que, se os personagens fossem mencionar a Vestiaire, o roteiro fizesse sentido e fosse autêntico”, explica ela. “Não poderiam ser simplesmente roupas malucas e fabulosas, sem fundamento.”
Por fim, a Vestiaire se transformou em uma espécie de fada-madrinha para a candidata a estrela pop Mindy Chen. Na primeira parte da quarta temporada (spoiler!), a personagem vende suas roupas de grife na plataforma, depois de ficar sem dinheiro na busca dos seus sonhos.
Mindy é uma personagem de ficção, brilhantemente interpretada pela atriz Ashley Park. Mas celebridades da vida real, como Jessica Chastain, Julia Roberts e Kim Kardashian, já venderam peças de grife pela Vestiaire —muitas vezes, em vendas beneficentes.
Outras estrelas e seus estilistas também ficaram conhecidos por vender trajes usados em tapetes vermelhos na plataforma. Eles se mantêm em segredo, apenas para que as transações corram com mais tranquilidade.
Virk não pode divulgar os nomes dessas celebridades ao público. Mas, se ela o fizesse, talvez diminuísse a empolgação de buscar mercadorias no site e ficar imaginando se o suéter Loewe de US$ 150 (cerca de R$ 822) que você acabou de comprar seria realmente o mesmo usado pela atriz Zendaya no filme Rivais (2024).
“Faz parte da diversão da revenda”, destaca Virk. “Você nunca sabe de quem eram as roupas que você pode acabar usando.”
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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