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Posição sexual missionária — como ganhou esse nome – DW – 12/11/2024

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A posição missionária é um nome estranho para uma manobra cara a cara, horizontal e muitas vezes heterossexual no quarto, com o homem por cima.
Mas a história por trás da nomeação dessa posição sexual rotineira tem mais reviravoltas na trama do que se poderia esperar.
Os missionários espalharam a ideia da posição missionária?
Desde os tempos medievais, católico papas, bispos e padres deveriam abster-se de fazer sexo, uma indulgência que desviaria a atenção da sua devoção a Deus.
Mas isso não significa que eles pensem que outras pessoas não deveriam fazer isso.
“É claro que a igreja precisa de pessoas que vão à igreja, para mantê-la viva. Então, quanto mais você tem filhos, mais você é um bom cristão”, disse Cinzia Giorgio, professora de história da mulher e autora de “A História Erótica da Itália”, que ela escreveu enquanto lecionava em uma universidade ligada ao Vaticano.
Além disso, alegou-se que havia uma posição sexual específica que era mais propícia para gerar esses bebês: a posição missionária. Alega-se que as autoridades da Igreja medieval fizeram esta afirmação durante séculos, não com base em evidências científicas, mas em alguns pensamentos vagos sobre a gravidade.
Educação sexual com IA na Índia
Uma teoria plausível e muito popular é que os missionários, que viajaram pelo mundo tentando converter as pessoas ao cristianismo, estavam dizendo às pessoas para terem sexo desta forma particular para aumentar a população cristã.
“Mas isso não é verdade”, disse Kate Lister, historiadora do sexo e da sexualidade e autora de “Uma Curiosa História do Sexo”, à DW.
Lister diz que não há evidências de que missionários cristãos tenham promovido esta posição.
“Mesmo que você encontre essa teoria em livros, em textos médicos, dicionários e artigos de pesquisa, é um grande boato. Foi apenas considerado uma verdade do evangelho que a posição missionária veio de missionários cristãos. Isso não aconteceu.”
Mas embora os missionários possam não ter popularizado uma posição sexual clássica, eles impuseram um sistema totalmente novo de moralidade e valores sexuais.
Isto inclui a Índia, berço do Kama Sutra, um antigo guia de amor e sexo, onde falar sobre sexo se tornou um tema tabu quando os missionários ajudaram os britânicos a colonizar o país.
Resolvendo o mistério de um clichê sexual
Mas por que ainda chamamos isso de posição missionária?
“O próprio termo surgiu por volta da década de 1960”, diz Lister, acrescentando que remonta ao lendário sexólogo americano Alfred Kinsey.
Em 1948, Kinsey escreveu um livro inovador, “Sexual Behavior in the Human Male”, que argumenta que os americanos aparentemente preferem uma posição sexual cara a cara, com o homem por cima. Ele chamou isso de “posição anglo-americana”.
Kinsey fez ainda referência ao trabalho do antropólogo Bronislaw Malinowski, que viajou para a Austrália, Nova Guiné e Melanésia para “estudar” os povos indígenas em 1914-1920. Num dos seus numerosos livros, ele escreve sobre a vida sexual do povo Trobriand na Papua Nova Guiné.
Citando este livro em seu próprio trabalho, Kinsey disse que Malinowski notou que o povo de Trobriand estava na verdade rindo da maneira como os homens brancos faziam sexo. Ele disse que eles fizeram “caricaturas” da posição anglo-americana em torno de fogueiras “para sua grande diversão”. E que os habitantes locais chamavam isso de “posição missionária”.
O problema, porém, foi que Kinsey cometeu um erro ao pesquisar e citar Malinowski.
“Se você voltar ao trabalho de Malinowski, ele não diz isso”, observa Kate Lister.
Em vez disso, a certa altura do seu livro, Malinowski escreveu que o povo de Trobriand zombava do sexo cara a cara, ao estilo homem por cima, mas que aprendiam com “comerciantes, proprietários ou funcionários brancos”, e não com missionários.
E o povo de Trobriand inventou uma frase para zombar de algo romântico que o homem branco fazia, mas traduzia-se como “moda missionária” e não como “posição missionária”, e era uma referência a dar as mãos e demonstrações públicas de afeto, não a sexo.
“Então Kinsey relatou erroneamente o trabalho de Malinowski”, segundo Lister. Ela acrescenta que o mito de como essa posição sexual foi nomeada ainda “faz parte da conversa e da cultura geral” porque é uma história “boa e interessante”.
Ao longo do caminho, a história é ligeiramente alterada: em vez de os habitantes locais zombarem do sexo com homens brancos, muitas vezes foi sugerido erroneamente que os missionários estavam dizendo às pessoas para fazerem sexo dessa maneira.
Como os aplicativos de namoro estão mudando a busca pelo amor
Como todo o mal-entendido veio à tona
Em 2001, o antropólogo Robert Priest escreveu um artigo chamado “A posição missionária: cristã, modernista, pós-moderna”, para o qual ele inesperadamente caiu na toca do coelho examinando vários textos tentando verificar a verdadeira história por trás do nome.
“Kinsey aparentemente inventou uma lenda enquanto acreditava estar relatando fatos históricos”, escreveu Priest. “(Ele) cunhou uma nova expressão enquanto pensava que estava relatando uma antiga.”
Editado por Stuart Braun.
Este artigo é uma adaptação de um episódio de podcast de Charli Shield e Rachel Stewart e editado por Sam Baker. Ouça ‘Don’t Drink the Milk: A curiosa história das coisas’ para mais informações – em nosso site ou onde quer que você ouça podcasts.
A Posição Missionária: Pregação, poder, engravidar
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Maior festival de chocolate do Brasil será em Brasília; entrada gratuita

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18 de maio de 2025
Prepare o paladar e o coração: o maior festival de chocolate do Brasil está chegando a Brasília. Entre os dias 5 e 8 de junho, o Chocolat Festival 2025 é gratuito e vai transformar a capital federal em um verdadeiro paraíso para os amantes de chocolate.
A programação no Centro de Convenções Ulysses Guimarães é intensa e deliciosa: exposições, degustações, esculturas feitas com chocolate, apresentações culturais, aulas-show, workshops e palestras com chefs e especialistas renomados.
Além de oferecer uma experiência incrível, o festival também movimenta a economia e dá visibilidade aos pequenos produtores e empreendedores do país. Oportunidade única!
O que esperar
O Chocolat Festival 2025 faz parte da programação da Brasil Origem Week e chega à 42ª edição prometendo encantar o público com sabores, cheiros e experiências gastronômicas.
Quem for ao evento vai encontrar chocolates artesanais, produtos de origem brasileira e atrações culturais para toda a família.
A entrada é gratuita, mas para garantir vagas nas atividades como workshops e aulas-show, é preciso se inscrever pelo site oficial do evento.
Os horários completos das atrações vão ser divulgados em breve.
Clique aqui para se inscrever!
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Para todos os gostos
O evento é voltado tanto para o público geral quanto para profissionais das áreas de gastronomia, produção rural, sustentabilidade e negócios.
Seja você um curioso, apreciador do doce ou um empreendedor, o festival vai ter algo a oferecer.
O evento também vai contar com atividades práticas, fóruns de discussão, aulas técnicas e muito mais. Só delícias!
Valorização do cacau
Mais do que uma celebração ao doce mais amado do mundo, o festival fortalece toda a cadeia produtiva do cacau.
Além de incentivar negócios locais, o Chocolat Festival vai valorizar os pequenos produtores ao fomentar o consumo de produtos com origem conhecida e de alta qualidade.
O festival já passou por cidades como Ilhéus, Salvador e Belém, e agora retorna a Brasília com a promessa de conquistar ainda mais corações e paladares.
O festival é uma verdadeira celebração do chocolate. – Foto: Boca News
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Viola Davis vai produzir longa-metragem sobre vida de Daiane dos Santos; A Menina Que Voa

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18 de maio de 2025
Prepare o coração. A talentosa Viola Davis vai coproduzir um longa-metragem sobre a vida de Daiane dos Santos, a ginasta brasileira que emocionou o mundo com sua performance e sorriso. “A Menina Que Voa” vai mostrar a trajetória da jovem que desafiou expectativas sociais e físicas para se tornar a primeira mulher preta a conquistar o ouro no Campeonato Mundial.
A norte-americana, vencedora dos principais prêmios do entretenimento, ama o Brasil e, mais uma vez, vai deixar isso claro.
A participação dela no projeto do filme é por meio da Ashé Ventures, produtora fundada por Viola Davis. A direção é da cineasta Yasmin Thayná, com roteiro assinado por Flávia Vieira e Janaína Tokitaka.
Aposta na representatividade
O longa é fruto de uma parceria potente entre duas produtoras que apostam na representatividade.
A Ashé Ventures, de Viola Davis, entra como coprodutora ao lado da Maria Farinha Filmes, que ganhou destaque internacional com obras como Aruanas e O Começo da Vida.
Segundo Luana Lobo, sócia da Maria Farinha, a parceria representa uma aposta na força da história de Daiane para inspirar uma nova geração de brasileiros.
“Estamos em um momento muito especial para o Brasil, em que o público busca novos heróis. Temos a oportunidade de fazer deste projeto um grande case local, mas, acima de tudo, global”, contou em entrevista à Variety.
Leia mais notícia boa
A Menina que Voa
A cinebiografia vai ser focada na vida de Daiane dos Santos, que emocionou o mundo ao conquistar o ouro no Mundial de Anaheim, em 2003.
Com movimentos impressionantes e um sorriso contagiante, a atleta se tornou símbolo de talento e representatividade.
Ainda sem data oficial de estreia, A Menina Que Voa está em fase avançada de produção.
O projeto carrega grandes expectativas de impacto tanto nas bilheterias quanto no coração do público. Ela merece essa homenagem!
Daiane dos Santos
A atleta nasceu em 10 de fevereiro de 1983, em Porto Alegre (RS).
Desde pequena, mostrou grande habilidade com o corpo.
Começou no balé, mas foi descoberta por técnicos de ginástica artística e se tornou uma das maiores atletas da história do Brasil.
Daiane foi a primeira ginasta a executar uma série de solo com dois mortais frontais com meias torções. Os movimentos foram batizados como Dos Santos I e Dos Santos II.
Só a norte-americana Simone Biles, anos depois, conseguiu igualar o feito.
Ao longo da carreira, a brasileira enfrentou lesões e o preconceito, mas nunca deixou de lutar.
Depois de se aposentar das competições, ela se formou em educação física e virou comentarista esportiva, além de atuar em projetos sociais e esportivos.
Viva Viola Davis e Daiane dos Santos!
Em 2003, Daiane dos Santos foi medalha de ouro no solo. – Foto: Brian Bahr/Getty Images
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Estudantes brasileiras desenvolvem creme antiacne com tomate-cereja

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20 horas atrásem
18 de maio de 2025
Lidar com espinhas no dia a dia foi o ponto de partida para uma descoberta científica e criativa. Estudantes brasileiras desenvolveram um creme antiacne à base de tomate-cereja.
Valéria Pereira e a colega Eduarda Diamantino, do Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho, em Guanambi (BA), decidiram transformar a própria experiência em solução. Após um mês de testes com voluntários, os resultados não deixaram dúvidas.
As jovens conseguiram reduzir significativamente a oleosidade da pele e melhorar o quadro de acne. “O licopeno do tomate é um carotenoide antioxidante e atua na proteção da pele, prevenindo o envelhecimento e reduzindo a aparência e a formação de rugas e manchas, como o melasma. O produto também conta com um hidratante umectante à base de glicerina, que tem ação antioxidante, ajuda a restaurar e devolver o viço da pele, além de recompor a hidratação, proporcionando uma aparência saudável”, contou a professora Elizangela.
Da sala à bancada
A inspiração veio durante uma conversa entre a professora Elizangela Souza e os alunos.
Valéria já usava tomate-cereja como esfoliante natural e percebeu que a pele ficava menos oleosa e com menos espinhas.
A partir disso, ela e Eduarda decidiram investigar mais a fundo. Foi aí que nasceu um projeto de pesquisa que envolveu estudo teórico, testes e a formulação de um produto.
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Por que o tomate?
Segundo a equipe, o segredo está no licopeno, um poderoso antioxidante presente no tomate.
Essa substância ajuda a proteger a pele dos radicais livres, evita o envelhecimento precoce e melhora a aparência de manchas e rugas.
A fórmula do creme também inclui glicerina, um ingrediente que hidrata, ajuda na cicatrização e devolve o brilho natural da pele.
Testes e resultados
O creme foi testado por seis pessoas durante um mês.
A maioria relatou melhora significativa, especialmente no controle da oleosidade.
A simplicidade do produto, aliada à eficácia, mostrou um grande potencial de alternativas naturais.
Iniciativa de pesquisa
O projeto das meninas é uma iniciativa apoiada pela Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti).
Desde o início, o objetivo delas era desenvolver uma solução com poucos recursos para problemas reais da sociedade.
E elas conseguiram com muita criatividade, ciência e dedicação. Parabéns, meninas!
A professora Elizangela foi a mentora da dupla. – Foto: Arquivo pessoal
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