POLÍTICA
Quem é Didê, um dos homens mais influentes da polí…

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4 meses atrásem

Anita Prado
Na operação Teatro Invisível 2, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira, 16, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudar licitações, lavar dinheiro e financiar campanhas eleitorais com recursos de caixa dois, um dos alvos se sobressai: Davi Perini Vermelho, o Didê.
Político da Baixada Fluminense, ele ganhou envergadura no estado ao se tornar um dos homens capazes de decidir a destinação dos recursos da privatização da Cedae, a estatal responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgoto, cujo controle passou para as mãos da iniciativa privada, em 2021.
Didê presidiu a Câmara Municipal de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, por três mandatos consecutivos. Só deixou o cargo ao ser nomeado, pelo governo estadual, para chefiar o Instituto Rio Metrópole, em dezembro de 2022. Criado para planejar e executar obras de saneamento, urbanismo e mobilidade na Região Metropolitana, o instituto tornou-se o guardião de um polpudo cofre, oriundo do leilão da CEDAE, cujo montante passou dos 500 milhões de reais.
Em 2023, outro alvo da Teatro Invisível 2, o deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), aliado de primeira hora de Didê e ex-candidato à prefeitura de São João de Meriti, conseguiu aprovar um projeto de lei que ampliou as atribuições do instituto, permitindo que ele passasse a executar também obras simples, como a pavimentação de ruas.
A proposta recebeu parecer contrário da Procuradoria-Geral do Estado, que considerou o texto inconstitucional, mas mesmo assim, recebeu sinal verde para seguir em frente. Às vésperas das eleições municipais, Valdecy foi um dos principais beneficiados pelas obras do instituto. Apesar disso, não se elegeu.
A atual investigação, contudo, não é a primeira a atingir Didê. Em 2022, ele foi preso durante uma operação conjunta entre o Ministério Público, o Tribunal de Contas e a Polícia Civil de Santa Catarina, sendo apontado como proprietário da empresa que vendeu respiradores com sobrepreço ao governo do estado durante a pandemia.
Na operação desta terça, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 3,5 bilhões em bens e a suspensão das atividades de oito empresas. Dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos, incluindo endereços ligados a Didê.
O nome da operação faz referência a uma das táticas do grupo, que, segundo os investigadores, contratava atores para espalhar fake news em espaços públicos durante o período eleitoral, para difamar adversários políticos.
Segundo a PF, os investigados destruíram provas digitais apreendidas na primeira fase da Teatro Invisível, realizada em setembro de 2024. A nova etapa revelou que o grupo utilizou recursos não declarados à Justiça Eleitoral para impulsionar candidaturas e promoveu fraudes em processos licitatórios em cinco municípios: Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba, Juiz de Fora e São João de Meriti.
Em nota, assinada por Didê, o Instituto Rio Metrópole nega qualquer envolvimento com práticas ilícitas.
Leia íntegra:
O Instituto Rio Metrópole informa que está ciente da operação policial realizada na
manhã desta quarta-feira, 16, e, através de seu presidente, esclarece que:
1 – A operação realizada nesta manhã não envolve o Instituto Rio Metrópole;
2 – O presidente do Instituto Rio Metrópole, Davi Perini Vermelho, reafirma a inexistência de
qualquer relação com o fato noticiado e segue acreditando na justiça onde poderá se defender respeitando o devido processo legal;
3 – O Instituto Rio Metrópole reitera seu compromisso com as políticas públicas desenvolvidas pelo órgão em prol da Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, consequentemente, da melhoria de vida de sua população.
Por fim, o Instituto Rio Metrópole se coloca à disposição, por meio de sua assessoria de
imprensa, para qualquer outra informação necessária.
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POLÍTICA
A articulação para mudar quem define o teto de jur…

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3 meses atrásem
5 de maio de 2025
Nicholas Shores
O Ministério da Fazenda e os principais bancos do país trabalham em uma articulação para transferir a definição do teto de juros das linhas de consignado para o Conselho Monetário Nacional (CMN).
A ideia é que o poder de decisão sobre o custo desse tipo de crédito fique com um órgão vocacionado para a análise da conjuntura econômica.
Compõem o CMN os titulares dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento e da presidência do Banco Central – que, atualmente, são Fernando Haddad, Simone Tebet e Gabriel Galípolo.
A oportunidade enxergada pelos defensores da mudança é a MP 1.292 de 2025, do chamado consignado CLT. O Congresso deve instalar a comissão mista que vai analisar a proposta na próxima quarta-feira.
Uma possibilidade seria aprovar uma emenda ao texto para transferir a função ao CMN.
Hoje, o poder de definir o teto de juros das diferentes linhas de empréstimo consignado está espalhado por alguns ministérios.
Cabe ao Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, fixar o juro máximo cobrado no consignado para pensionistas e aposentados do INSS.
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, é quem decide o teto para os empréstimos consignados contraídos por servidores públicos federais.
Na modalidade do consignado para beneficiários do BPC-Loas, a decisão cabe ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.
Já no consignado de adiantamento do saque-aniversário do FGTS, é o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que tem a palavra final sobre o juro máximo.
Atualmente, o teto de juros no consignado para aposentados do INSS é de 1,85% ao mês. No consignado de servidores públicos federais, o limite está fixado em 1,80% ao mês.
Segundo os defensores da transferência da decisão para o CMN, o teto “achatado” de juros faz com que, a partir de uma modelagem de risco de crédito, os bancos priorizem conceder empréstimos nessas linhas para quem ganha mais e tem menos idade – restringindo o acesso a crédito para uma parcela considerável do público-alvo desses consignados.
Ainda de acordo com essa lógica, com os contratos de juros futuros de dois anos beirando os 15% e a regra do Banco Central que proíbe que qualquer empréstimo consignado tenha rentabilidade negativa, a tendência é que o universo de tomadores elegíveis para os quais os bancos estejam dispostos a emprestar fique cada vez menor.
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