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Quem é Nawaf Salam, primeiro-ministro do Líbano designado em meio a mudanças políticas? | Notícias de política

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Beirute, Líbano – O nomeação de Nawaf Salamo presidente da Corte Internacional de Justiça (CIJ), como primeiro-ministro do Líbano, fez com que muitos libaneses se sentissem otimistas.

O seu sucesso em garantir votos suficientes no parlamento na segunda-feira encerra um rápido período de mudança política após José Aoun foi eleito presidente na semana passada, ocupando cargo que estava vago desde 2022.

Aoun designou Salam para formar um governo na Segunda-feira, e ele poderá servir como primeiro-ministro pelo menos até as próximas eleições parlamentares do Líbano em 2026.

A sua vitória é vista como uma bênção para o movimento pró-reforma, tendo ocorrido após o fracasso de Salam em garantir votos suficientes em 2022, perdendo o cargo de primeiro-ministro para o homem que agora substitui, Najib Mikati.

O movimento reformista, que saiu às ruas em protestos em massa iniciados em 17 de outubro de 2019, vê Salam como um homem que pode falar por eles. Embora seja membro de uma família proeminente de Beirute, não ocupou cargos políticos no país e, em vez disso, alcançou posições de destaque no estrangeiro.

“Ele representa as aspirações do movimento 17 de Outubro”, disse Dalal Mawad, jornalista e escritor libanês, à Al Jazeera. “Este é um homem que tem uma visão e crenças políticas muito claras.”

Salam deixou claras as suas prioridades no seu primeiro discurso como primeiro-ministro designado, na terça-feira.

“Desperdiçamos muitas oportunidades de construir o Estado”, disse ele. “Chega de oportunidades desperdiçadas.”

Experiência no exterior

Nascido em Beirute em 1953, Salam iniciou sua carreira como acadêmico e professor em universidades, incluindo a Universidade Americana de Beirute (AUB), a Sorbonne em Paris e a Universidade de Harvard nos Estados Unidos.

Ele serviu de 2007 a 2017 como embaixador do Líbano nas Nações Unidas, onde “elaboraria uma política externa quando o Líbano não tinha nenhuma”, disse Mawad, que foi estagiário de Salam durante o seu mandato na ONU.

Advogado e juiz, Salam ingressou na CIJ em 2018 e, em 2024, foi nomeado seu presidente. Ele presidiu o caso em curso na África do Sul que acusa Israel de cometer genocídio em Gaza e decidiu que A ocupação do território palestiniano por Israel é ilegal. Ele também trabalhou nas resoluções da ONU, incluindo a 1701, que é a base para o actual cessar-fogo entre Israel e o Líbano.

Amigos e antigos colegas de Salam descreveram-no como humilde, um intelectual e alguém intimamente familiarizado com o funcionamento interno – e as falhas – do sistema político libanês.

Karim Emile Bitar, um analista político que conhece Salam, descreveu o primeiro-ministro designado como um crente convicto nos direitos do povo palestino, na identidade árabe do Líbano, na unidade nacional libanesa e “num novo contrato social com base na cidadania democrática, em vez de confessionalismo”.

O confessionalismo é uma referência ao sistema político do país, que divide os cargos de poder por seita religiosa. Salam, como muçulmano sunita, é elegível para o cargo de primeiro-ministro, mas não de presidente, que é reservado aos cristãos maronitas.

“Ele é realmente um homem íntegro”, disse Hilal Khashan, um cientista político que trabalhou com Salam na AUB, à Al Jazeera. “Ele compreende que o sistema político libanês precisa de ser reformado e, para ele, as questões de responsabilização, transparência e responsabilidade significam muito.”

Várias pessoas entrevistadas disseram que o programa do governo de Salam provavelmente se concentraria na reforma do sistema político, garantindo a responsabilização pelos crimes no Líbano – incluindo o 4 de agosto de 2020, explosão no porto de Beirute e o crise bancária – e defender a independência do poder judicial do Líbano.

“Ele sempre esteve na reforma, na mudança e nos movimentos progressistas, e espero que tenha sucesso em transformar tudo isso numa plataforma política”, disse Ziad Majed, um cientista político, à Al Jazeera.

Uma mudança?

Salam pode vir de uma família que inclui dois ex-primeiros-ministros, mas é visto em grande parte como um tecnocrata.

Embora outros tecnocratas tenham sido nomeados para cargos no governo libanês no passado, os especialistas disseram que eventos regionais – incluindo o cessar-fogo entre a milícia xiita Hezbollah e Israel, o enfraquecimento do Irão e a queda de Bashar al-Assaddo regime na Síria – mudaram as realidades políticas no Líbano.

A influência do Irão e de al-Assad no país diminuiu, e o apoio dos Estados ocidentais e do Golfo, que há muito moderaram as suas relações e apoio ao Líbano devido ao poderoso papel do Hezbollah no país, parece estar em ascensão.

A própria ascensão de Salam e Aoun aos seus novos papéis é vista como evidência do enfraquecimento do Hezbollah, que queria que figuras consideradas mais apoiantes do grupo assumissem essas posições.

Salam e Aoun podem optar por tirar vantagem da fraqueza do Hezbollah depois de o grupo ter perdido a maior parte da sua liderança na guerra contra Israel, incluindo o seu chefe de longa data, Hassan Nasrallah.

No seu discurso de terça-feira, Salam disse que as suas mãos estavam “estendidas a todos”, incluindo o Hezbollah, depois de membros do grupo terem reagido negativamente à nomeação do novo primeiro-ministro.

Não está claro se o Hezbollah e os seus aliados permitirão que Salam faça as reformas que considera necessárias para o Líbano ou se recuarão contra decisões que possam enfraquecer a determinação do Líbano contra Israel ou levá-lo para um campo regional pró-Ocidente.

Por enquanto, Salam acredita que está em condições de implementar a agenda nacional desejada.

“Ele estava muito interessado em ter estas condições porque não aceitaria este trabalho se estivesse preparado para o seu fracasso”, disse Mawad. “Ele conhece o Líbano como ninguém.”



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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