NOSSAS REDES

POLÍTICA

Resistência à redução de penas escancara como Bols…

PUBLICADO

em

Resistência à redução de penas escancara como Bols...

Marcela Mattos

Desde os ataques do 8 de janeiro de 2023, o ex-presidente Jair Bolsonaro encabeça uma campanha pela anistia aos vândalos que invadiram e depredaram as sedes do Congresso, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Sobre carros de som e trios elétricos, Bolsonaro jura que não quer beneficiar a si próprio, afinal, o seu caso ainda está no início e ele sequer foi condenado. Chorando, o ex-presidente já chegou a lamentar as vidas “destroçadas” após muitos dos “patriotas” estarem presos e sem condições de arcar com os deveres familiares, pregando a imediata soltura deles.

Na versão de Bolsonaro, os manifestantes são inocentes e protagonizaram nada além de um quebra-quebra na capital federal. Assim, não merecem as penas que chegam a 17 anos de prisão – ao contrário disso, devem ser todos anistiados e liberados imediatamente. Em inúmeras gravações, ele aparece ao lado de crianças – “órfãos de pais vivos” – cujos familiares estão presos ou foragidos após participarem do protesto na Esplanada. Na sequência, pede por um perdão geral e irrestrito.

Já para o STF, os ataques do 8 de janeiro representaram a concretização de uma tentativa de golpe de Estado para reverter o resultado eleitoral de 2022 e manter Bolsonaro no poder. O ex-presidente é réu por supostamente ser o líder máximo dessa organização criminosa que tentou uma ruptura democrática no país.

Na última semana, a cúpula do Congresso levou adiante uma estratégia, apoiada pelo STF, que poderia ao menos minimizar a agonia das famílias e promover uma soltura ampla dos condenados. Pelo texto em discussão, cujos detalhes ainda são mantidos nos bastidores, seria feita uma mudança na lei para permitir a redução das penas. Considerando o prazo que já foi cumprido e a regra de progressão de regime após um sexto da pena, todos os casos passariam a ser respondidos fora da cadeia.

Continua após a publicidade

Deputados e senadores aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, porém, rechaçam a estratégia e indicam apoio apenas à anistia, o que tornariam impunes todos aqueles que destruíram as sedes dos Três Poderes e provocaram prejuízos milionários. Em nota, parlamentares de oposição, entre os quais os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), afirmaram ter “preocupação” sobre o projeto alternativo.

“A simples cogitação de projeto de lei conforme especulação da imprensa revela o reconhecimento do próprio STF dos equívocos cometidos no julgamento dos presos de 8 de janeiro, que agora carecem de convalidação, bem como demonstram o único interesse dos poderosos da ocasião: perseguir a maior liderança política da história do Brasil e interferir diretamente no resultado da eleição de 2026”, diz o documento.

Sem acordo, não há no horizonte previsão de mudar a situação dos presos pelos ataques.

Continua após a publicidade

O que a oposição defende  

O maior esforço de Bolsonaro e seus aliados é o de derrubar a condenação pelos crimes de golpe de Estado e abolição violenta armada dos condenados pelo 8 de janeiro. Isso porque uma eventual anistia ao ex-presidente, como já admitiram políticos graúdos, somente seria alcançada após a construção de algumas etapas.

A primeira delas seria justamente invalidar a tese de que o país foi alvo de uma tentativa de golpe no dia 8 de janeiro, enquadrando o caso, no máximo, como uma depredação – o que, de tabela, derrubaria a acusação da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República de que Bolsonaro liderou uma trama golpista.

Hoje, qualquer mudança neste sentido enfrenta resistência do Supremo, da cúpula do Congresso e da esquerda, o que dificulta o avanço de um acordo. A proposta intermediária em discussão mantém a tipificação por golpe e abolição violenta, mas pode limitar o somatório de crimes correlatos ou reduzir as penas.

Continua após a publicidade

Dessa maneira, no entanto, o problema de Bolsonaro não está resolvido. Enquanto o ex-presidente tenta salvar a própria pele, seus seguidores amargam na prisão.

Ao todo, mais de 1.000 pessoas foram condenadas pelos ataques. Metade delas aceitou um acordo com a Justiça que permite a aplicação de medidas alternativas, entre as quais a realização de um curso sobre democracia. Já as demais – as que rejeitaram o pacto ou que se enquadram em casos mais graves – estão sob o crivo do STF. É para este segundo grupo, cujas penas aplicadas podem ser equiparadas ao crime de homicídio, que se busca algum gesto.



Leia Mais: Veja

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

POLÍTICA

CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go…

PUBLICADO

em

CPMI do INSS deve causar estrago ainda maior ao go...

Marcela Rahal

Como se não bastasse a ideia de uma CPI na Câmara, ainda a depender do aval do presidente Hugo Motta (o que parece que não deve acontecer), o governo pode enfrentar uma investigação para apurar os desvios bilionários do INSS nas duas Casas.

Já são 211 assinaturas de parlamentares a favor da CPMI, 182 deputados e 29 senadores, o suficiente para o início dos trabalhos. A deputada Coronel Fernanda, autora do pedido na Câmara, vai protocolar o requerimento nesta terça-feira, 6. Caberá ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, convocar o plenário para a leitura da proposta e, consequentemente, a criação da Comissão.

Segundo a parlamentar, que convocou uma entrevista coletiva para amanhã às 14h30, agora o processo deve andar. O governo ficará muito mais exposto com um escândalo que tem tudo para ficar cada vez maior, segundo as investigações ainda em andamento.

O desgaste será inevitável. O apelo do caso é forte e de fácil entendimento para a população. O assalto bilionário aos aposentados e pensionistas do INSS.



Leia Mais: Veja

Continue lendo

POLÍTICA

Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg…

PUBLICADO

em

Com fortes dores, Antonio Rueda passará por cirurg...

Ludmilla de Lima

Presidente da Federação União Progressista, Antonio Rueda passará por uma cirurgia nesta segunda-feira, 05, devido a um cálculo renal. Por causa de fortes dores, o procedimento, que estava marcado para amanhã, terá que ser antecipado. Antes do anúncio da federação, na terça da semana passada, ele já havia sido operado por causa do problema, colocando um cateter.

Do União Brasil, Rueda divide a presidência da federação com Ciro Nogueira, do PP. Os dois partidos juntos agora têm a maior bancada do Congresso, com 109 deputados e 14 senadores. O PP defendia que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira ficasse no comando do bloco, mas o União insistia no nome de Rueda. A solução foi estabelecer um sistema de copresidentes, que funcionará ao menos até o fim deste ano. 

A “superfederação” ultrapassa o PL na Câmara – o partido de Jair Bolsonaro tem 92 deputados – e se iguala ao PSD e ao PL no Senado. O poder do grupo, que seguirá unido nos próximos quatro anos, também é medido pelo fundo partidário, de R$ 954 milhões.

A intensificação das agendas políticas nos últimos dias agravou o quadro de saúde de Rueda, que precisou também cancelar uma viagem ao Rio.



Leia Mais: Veja

Continue lendo

POLÍTICA

Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu…

PUBLICADO

em

Os dois bolsonaristas unidos contra Moraes para pu...

Matheus Leitão

A mais nova dobradinha contra Alexandre de Moraes tem gerado frisson nas redes bolsonaristas, mas parece mesmo uma novela de mau gosto. Protagonizada por Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três licenciado da Câmara, e Paulo Figueiredo, neto do último general ditador do Brasil, os dois se uniram para tentar punir o ministro do Supremo Tribunal Federal nos EUA.

Em uma insistente tentativa de se portarem com alguma relevância perante o governo Donald Trump, os dois agora somam posts misteriosos de Eduardo com promessas vazias de Figueiredo após uma viagem por alguns dias a Washington.

Um aparece mostrando, por exemplo, a lateral da Casa Branca em um ângulo no qual parece, pelo menos nas redes sociais, a parte interna da residência oficial do presidente dos Estados Unidos. O outro promete que as sanções ao ministro do STF estão 70% construídas e pede mais “72 horas” aos seus seguidores.

“Aliás, hoje aqui de manhã, eu tive um [inaudível] com eles, no caso o Departamento de Estado especificamente, e o termo que usaram para mim foi: olha, nós não queremos criar excesso de expectativa, mas nós estamos muito otimistas que algo vai acontecer e a gente vai poder fazer num curto prazo”, disse Paulo Figueiredo.

A ideia dos dois é que, primeiro, Alexandre de Moraes, tenha seu visto cancelado e não possa mais entrar nos Estados Unidos. Depois, que ele tenha algumas sanções econômicas, caso tenha bens nos Estados Unidos, como o bloqueio financeiro a instituições do país, como empresas de cartão de crédito.

Continua após a publicidade

“O que eu posso dizer para você é que a gente nunca esteve tão perto. Eu não posso dizer quando e nem garantir que vão acontecer”, prometeu ainda Paulo Figueiredo. A novela ainda vai ganhar novos ares nesta semana com a chegada de David Gamble, coordenador para Sanções do governo de Trump, ao Brasil nesta semana. 

A seguir as cenas dos próximos capítulos…



Leia Mais: Veja

Continue lendo

MAIS LIDAS