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STF reavalia protocolo de segurança após atentado – 15/11/2024 – Poder

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Cézar Feitoza, Marianna Holanda, Renato Machado

O STF (Supremo Tribunal Federal) reavalia o protocolo de segurança após um homem se explodir na praça dos Três Poderes na noite de quarta-feira (13). O episódio fez integrantes da corte falarem na necessidade de estabelecer mais barreiras de segurança na região.

Enquanto isso, o Palácio do Planalto buscou transmitir normalidade, sem indicar a volta das grades. Mas, ainda na noite do atentado, ativou protocolo de segurança com varredura no perímetro e aumento do efetivo.

O tom foi adotado apesar de ao menos três ministros do governo Lula (PT) terem refutado a possibilidade de se tratar de um “lobo solitário” e admitido que possa fazer parte de um grupo político maior.

O Supremo possui um sistema de monitoramento por vídeo que delimita barreiras visuais de segurança. Quando alguém passa de determinadas linhas, a ferramenta apresenta sinais luminosos e o vigia é alertado sobre a movimentação.

Esse sistema possui reconhecimento facial, e o STF alimenta uma base de dados própria de pessoas cujo risco de atentar contra o tribunal seja alto. Francisco Wanderley Luiz, porém, não era monitorado pela inteligência do Supremo.

Segundo integrantes da corte ouvidos pela Folha, o atentado fez reacender discussões internas sobre a necessidade de medidas adicionais de segurança para diminuir os riscos de ataques ao Supremo.

As primeiras ações adotadas foram a restrição de acesso de pessoas ao tribunal e o endurecimento de vistorias das pessoas que entram no prédio. As visitações ao STF também foram interrompidas, sem prazo para retorno.

O Supremo ainda decidiu reinstalar as grades que delimitam o espaço de segurança do tribunal por tempo indeterminado. “É uma pena que um ato terrorista como esse impeça que a praça volte a ser do povo como deve ser”, disse o presidente do STF, Luís Roberto Barroso.

A Polícia Militar ofereceu ao Supremo o compartilhamento de uma base de dados para melhorar o sistema de reconhecimento facial usado na corte, mas o STF ainda avalia se aceita a proposta. Há dúvidas se as informações obtidas pela PM do DF, que incluem condenados por crimes diversos, são úteis para a segurança institucional do tribunal.

Já o presidente Lula silenciou sobre o episódio, publicou nas redes sociais comentários positivos sobre economia e manteve sua agenda, recebendo pela manhã embaixadores de oito países.

A única mudança foi que, em vez de os diplomatas descerem a rampa, como é de praxe nas cerimônias de entrega das credenciais, chegaram e saíram pela lateral do palácio.

O expediente no palácio foi normal durante todo o dia de quinta (14), apenas com revistas nos carros de funcionários que estacionavam na garagem no subsolo do Planalto.

Procurado, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), órgão ligado à Presidência, afirmou, em nota, que não houve acionamento de novos protocolos e que os existentes estão atualizados.

“As ações que foram tomadas já estavam previstas na nossa doutrina e em procedimentos operacionais padrão. Os protocolos e procedimentos existentes, utilizados pelo GSI estão atualizados”, disse à Folha.

Na noite de quarta, o próprio ministro do GSI, Marco Antonio Amaro dos Santos, esteve no Planalto e falou com jornalistas.

“Foi feito reforço do perímetro, foi feita varredura externa, está sendo feita varredura interna. Nada encontrado. Estamos em segurança, com certeza”, afirmou o general.

O chefe do GSI disse não ver necessidade na recolocação das grades de metal para isolar o Palácio do Planalto. A posição também é compartilhada pelo núcleo político do governo, que enxerga nesses obstáculos um simbolismo: recolocá-los representaria sucumbir à intimidação almejada pelos atos de violência.

Após os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, que culminaram na demissão de Gonçalves Dias do GSI, Amaro assumiu o cargo e mudou o chamado Plano Escudo, de reação em casos de ameaças. Os procedimentos operacionais, em termos de efetivo e matriz de criticidade, foram atualizados, segundo integrantes do governo. E isso, por ora, é visto como suficiente.

Após as explosões, houve a elevação do grau de alerta e risco, com o reforço de pessoal. Militares do Exército foram acionados para ampliar a segurança do palácio presidencial.

Auxiliares de Lula também buscaram nos registros de acessos ao Planalto e verificaram que Francisco Wanderley Luiz, que se explodiu na praça, não esteve no Planalto —ele esteve no Supremo e na Câmara antes do atentado.

Em outra frente, como mostrou a Folha, o GSI tem em andamento algumas mudanças no Palácio do Planalto para aumentar a segurança, como a reforma da guarita, modernização das câmeras e blindagem dos vidros. Esta última deve ocorrer só em 2025.

Integrantes do governo e auxiliares de Lula não debatem a possibilidade de mudar o esquema de segurança de forma mais estrutural, como sugerem membros do STF.

Questionada se vê a necessidade de alguma mudança estrutural no protocolo já existente na praça dos Três Poderes, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal diz em nota que “os procedimentos adotados são constantemente aprimorados pelas pastas envolvidas [na Operação Petardo]”.

A possibilidade de mudar a segurança na região chegou a ser discutida no ano passado, após o 8 de janeiro, pelo então ministro da Justiça Flávio Dino, hoje no STF. Ele chegou a enviar para o Planalto um projeto que previa a criação da guarda nacional, que faria policiamento do local. A proposta não foi adiante.

Palacianos agora dizem que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública, que propõe a criação da Polícia Ostensiva Federal, no lugar da Polícia Rodoviária Federal, poderia contemplar essa possibilidade.

Segundo a proposta, essa polícia teria como uma de suas atribuições o policiamento ostensivo para proteger bens, serviços e instalações federais.

Na avaliação de integrantes do governo, isso abriria possibilidade para atuarem na região, a depender da regulamentação que for feita posteriormente pelo projeto de lei. De toda forma, dizem que não houve essa discussão até o momento.



Leia Mais: Folha

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Ufac recebe 3 micro-ônibus por emenda do deputado Roberto Duarte — Universidade Federal do Acre

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Ufac recebe 3 micro-ônibus por emenda do deputado Roberto Duarte — Universidade Federal do Acre

A Ufac recebeu três micro-ônibus provenientes de emenda parlamentar no valor de R$ 8 milhões, alocadas pelo deputado federal Roberto Duarte (Republicanos-AC) em 2024. A entrega ocorreu nessa quinta-feira, 13, no estacionamento A do campus-sede. Os veículos foram estacionados em frente ao bloco da Reitoria, dois ficarão no campus-sede e um irá para o campus Floresta, em Cruzeiro do Sul.

“É sem dúvida o melhor momento para a gestão, entregar melhorias para a universidade”, disse a reitora Guida Aquino. “Quero agradecer imensamente ao deputado Roberto Duarte.” Ela ressaltou outros investimentos provindos dessa emenda. “Serão três cursos de graduação na interiorização.”

Duarte disse que este ano alocou mais R$ 2 milhões para a universidade e enfatizou que os micro-ônibus contribuirão para mobilidade dos alunos e professores da instituição. “Também virá uma van, mais cursos que vamos fazer no interior do Estado do Acre, o que vai ajudar muito a população acreana. Estamos muitos felizes, satisfeitos e honrados em poder contribuir e ajudar cada vez mais no desenvolvimento da Universidade Federal do Acre, que só nos dá orgulho.”

 



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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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