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Trem do samba chega a 29º edição celebrando o gênero musical

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Mariana Tokarnia – Repórter da Agência Brasil
O bairro Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio de Janeiro, recebeu neste sábado (7) sambistas que fizeram a história do gênero musical não apenas no Rio, mas em todo o país.
O tradicional Trem do Samba, que está na 29º edição, reuniu velhas guardas, rodas de samba e reis momos, em uma festa para celebrar o Dia Nacional do Samba, comemorado em 2 de dezembro.


Trem do Samba carrega músicos animando o público nos vagões da estação Central do Brasil até Owasldo Cruz, subúrbio da Zona Norte – Fernando Frazão/Agência Brasil
A festa começou na estação Central do Brasil, onde um palco foi montado para diversos sambistas se apresentarem durante a tarde. A partir das 18h04, o samba foi transferido para os vagões dos trens que levaram um público de cariocas, turistas, amantes do samba e curiosos para o bairro que, ao lado de Madureira, é o berço da Portela e do Império Serrano, duas agremiações com forte história ligada ao samba.
Ícone do gênero musical, pastora da Velha Guarda e presidente de honra da Portela, Iranette Ferreira Barcellos, conhecida como Tia Surica, foi uma das sambistas que ocupou o palco da Central do Brasil.
“É o encontro dos sambistas. Então isso para a gente, que já é veterano, é fundamental”, disse e citando Dorival Caymmi falou da importância do ritmo.
“Pra mim, o samba é tudo, sem o samba eu não sou ninguém. Você vê, né, quem não gosta de samba, bom sujeito não é”, sorriu.
Tia Surica tem uma longa história no samba. Em 2003 começou a preparar a tradicional feijoada, na própria casa, para reunir sambistas que participaram da gravação de seu primeiro CD. Hoje, a Feijoada da Tia Surica é Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Rio de Janeiro.


Músicos animam o público do Trem do Samba da estação Central do Brasil até a Zona Norte – Fernando Frazão/Agência Brasil
Ela conta que tem um samba que pelo qual guarda uma predileção: Memórias de um Sargento de Milícias. Em 1966, ela foi uma das puxadoras desse samba-enredo, de autoria de Paulinho da Viola, que levou a Portela a ser campeã do carnaval do Rio de Janeiro naquele ano: “eu nasci no samba e vou morrer no samba.”
Além de integrantes das velhas guardas das escolas de samba, o palco recebeu também figuras simbólicas do carnaval: os Reis Momos. “Se tem samba, tem que ter Rei Momo”, disse o presidente da Associação dos Reis Momos, Alex de Oliveira, que convidou Reis Momos de todo o país para estarem presentes no evento.
O Rei Momo é uma figura milenar da mitologia greco-romana, cultuava os banquetes e as festas. Desde a década de 1930, passa a simbolizar o carnaval. Para Oliveira, ele representa também algo bem mais forte:
“A inversão de valores. Mostrar que todos aqueles que têm muitas dificuldades, no carnaval, se tornam reis. Essa é a importância maior. Todo mundo perceber que a magia do samba é esse poder de transformar nossas realidades”.
Essa transformação está nas letras. Em um dos vagões do Trem do Samba, a Velha Guarda da escola Império Serrano, evoca o grupo Fundo de Quintal: “O show tem que continuar”.
Trem das 18h04
O Trem do Samba é inspirado na viagem de trem que Paulo da Portela, fundador da escola de samba que viveu entre 1901 e 1949, e outros sambistas, faziam no início do século 20, para fugir da repressão da polícia ao gênero musical.
Exatamente no mesmo horário que eles seguiam para Oswaldo Cruz, às 18h04, partiu da Central o primeiro trem, levando as velhas guardas das escolas de samba e convidados até o fim do trajeto. Em cada vagão, uma roda de samba.


Trem do Samba celebra Dia Nacional do Samba – Fernando Frazão/Agência Brasil
O samba é resistência, surgiu em comunidades afro-brasileiras e é expressão musical característica dos bairros pobres. Não foi apenas na época de Paulo da Portela que era atacado. Ao longo da história, o gênero que hoje é Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro já teve muitos de seus integrantes perseguidos.
Durante os anos do regime militar, por exemplo, a repressão e a censura se impuseram às atividades dos sambistas. Até aquele momento as batidas policiais que sofriam eram por discriminação porque os sambistas eram considerados uma categoria marginalizada da sociedade. Com a ditadura, a situação se agravou.
“Os nossos bens todos são imateriais, aqui é uma espécie de um museu dos bens imateriais. O Trem do Samba é uma espécie de restaurador dessas obras de arte porque faz com que a gente não esqueça. Essa para mim é a importância maior”, diz o anfitrião do Trem do Samba, Marquinhos de Oswaldo Cruz.
Samba é raiz


O casal Samuel Souza e Isabel Cristina de Souza – Fernando Frazão/Agência Brasil
A analista judiciária Isabel Cristina de Souza, 49 anos, e o marido, torneiro mecânico Samuel de Souza, 58 anos, reuniram um grupo de Campo Grande, na Zona Oeste da cidade, para conhecer o evento. Vestindo abadás customizados, eles aprovaram a festa.
“Particularmente eu sou roqueira, mas gosto de samba, até porque ele entra na nossa raiz, né? A gente queria conhecer queria saber como é que é”, disse Isabel. “A gente está amando”.
Para os veteranos na festa, a contadora Marcelle Liberato, 37 anos e o marido, o mecânico industrial Renato Liberato, 37 anos, samba é família.


Renato Liberato, Marcelle Liberato, Beatriz e sua mãe Fernanda Arcanjo curtem shows do Trem do Samba em Owasldo Cruz, subúrbio da Zona Norte – Fernando Frazão/Agência Brasil
“Esse evento aqui pra gente é tradicional. Todos os anos a gente vem. A gente gosta muito do Trem do Samba. A gente gosta de pegar um trem, descer aqui e participar da bagunça, de cantar um pagode. Aqui é a nossa cultura, faz parte. O samba representa minha família, a gente cresceu no samba, então samba é a mesma coisa que família”, contou Marcelle.
A amiga do casal, a servidora pública Fernanda Arcanjo, 34 anos Beatriz levou também a filha, Beatriz, 8 anos, que perguntada se gosta de samba, é categórica: “Sim”.
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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

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22 de outubro de 2025
A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.
Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”
Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.
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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

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22 de outubro de 2025
A Ufac realizou a abertura dos Jogos Interatléticas-2025, na sexta-feira, 17, no hall do Centro de Convenções, campus-sede, e celebrou o espírito esportivo e a integração entre os cursos da instituição. A programação segue nos próximos dias com diversas modalidades esportivas e atividades culturais. A entrega das medalhas e troféus aos vencedores está prevista para o encerramento do evento.
A reitora Guida Aquino destacou a importância do incentivo ao esporte universitário e agradeceu o apoio da deputada Socorro Neri (PP-AC), responsável pela destinação de uma emenda parlamentar de mais de R$ 80 mil, que viabilizou a competição. “Iniciamos os Jogos Interatléticas e eu queria agradecer o apoio da nossa querida deputada Socorro Neri, que acredita na educação e faz o melhor que pode para que o esporte e a cultura sejam realizados em nosso Estado”, disse.
A cerimônia de abertura contou com a participação de estudantes, atletas, servidores, convidados e representantes da comunidade acadêmica. Também estiveram presentes o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, e o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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Kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre

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20 de outubro de 2025
Os kits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues aos atletas inscritos nesta quinta-feira, 23, das 9h às 17h, no Centro de Convivência (estacionamento B), campus-sede, em Rio Branco. O kit é obrigatório para participação na corrida e inclui, entre outros itens, camiseta oficial e número de peito. A 2ª Corrida da Ufac é uma iniciativa que visa incentivar a prática esportiva e a qualidade de vida nas comunidades acadêmica e externa.
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